Coletivo DAR
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As semanas que passaram foram bastante agitadas. Mas, mesmo em meio à artilharia inimiga, servindo de alvo para balas de borracha e liminares de ocasião, não nos esquecemos do aniversário de 70 anos de um dos grandes dessa vida, mesmo que o lembremos com um pouco de atraso. A novidade fica por conta de um pequeno recado incluÃdo no tÃtulo de uma de suas mais emblemáticas músicas e que nos pegou de surpresa. Aos desavisados, tiramos essa informação de um site gringo especializado em música, e não de um delÃrio ou desejo de que ele seja um dos nossos. Acompanhem:
Inverno de 1966. Um grupo de músicos de estúdio de Nashville, exausto após um dia intenso de gravação, está reunido numa sala jogando conversa fora. O astro da vez com quem eles estavam trabalhando, e que nunca foi de falar muito com eles, irrompe na sala e pergunta:
– “O que vocês fazem por aqui?â€
Eles balbuciaram algo sobre um jogo de gole no dia seguinte. A pergunta foi repetida, e então os músicos se deram conta de que o cantor queria saber o que eles faziam para ficar chapados naquelas bandas.
A resposta foi: “cervejaâ€.
– “Pois bem, acabei de fazer uma música cujo refrão diz ‘evrybody must get stoned’ [tradução livre: todos devem ficar chapados] e não vou gravá-la com um bando de caretasâ€.
Mandaram então o zelador do estúdio ao bar mais próximo com um pedido de coquetéis Leprechaum nas mãos. Era uma mistura forte e verde que se consumia em copinhos de dose, desses de cachaça. Só que, quando o rapaz voltou com as bebidas, ela estava em grandes embalagens de leite longa-vida.
Além da bebedeira desmedida, baseados foram distribuÃdos a todos. O som que o artista buscava era o de uma banda de fanfarra tocando ao vivo, com a ressalva de que não poderia soar “certinha†demais. Para conseguir isso, os músicos trocaram de instrumento. O baixista Henry Strzelecki, por exemplo, foi o responsável pelo órgão, originalmente pilotado por All Cooper. Mas, por ser baixinho, não conseguia alcançar os pedais com os pés. A solução foi se deitar no chão e ficar empurrando com as mãos, criando um som hilário.
Kenny Buttrey desmontou sua bateria e colocou o bumbo sobre duas cadeiras. Quando estavam todos prontos, ele deu a partida batendo na lateral do bumbo com uma baqueta de tÃmpano. Bateu num prato com a mão direita e na caixa com a esquerda. Entra então uma soprada no trombone de Doc Buttler, trêmula, insegura, e na seqüência o cantor inicia a letra com o refrão chapado.
Embora estivesse no estirado no chão, Strzelecki estava com a cabeça perto de um microfone, e passou a gravação toda rindo e zurrando. Logo todos na banda estavam gargalhando. Nem mesmo a estrela da companhia conseguiu manter a compostura, e tropeçou algumas vezes na letra, se divertindo ao ver os músicos endoidarem.
O pandemônio durou quatro minutos e meio. Então os músicos apoiaram seus instrumentos e foram para a sala de controle ouvir o que tinham feito. Todos concordavam que seria uma ótima música quando eles tocassem a valer. Eles queriam saber o nome da música, embora tivessem certeza de que seria “everybody must get stonedâ€, após ouvirem a frase tantas vezes.
A resposta surpreendeu a todos: “Rainy Day Women #12&35â€. A uma surpresa maior ainda os aguardava. Aquilo não era um ensaio, a música estava pronta. O idealizador daquilo tudo chamava-se Bob Dylan. A canção foi lançada como single um mês depois e, nova surpresa, chegou ao segundo lugar das paradas.
Fiquem então com Dylan e sua deslumbrante Rainy Day Women #12&35. E agora, a novidade que mencionamos no começo do texto. Se você multiplicar os números contidos no tÃtulo da canção, chegará ao resultado de 420. Ou, 4:20, a hora sacrossanta. Apesar de tudo, faz sentido. Não?
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=pIM03siHuaM[/youtube]
Well, they’ll stone ya when you’re trying to be so good
They’ll stone ya just a-like they said they would
They’ll stone ya when you’re tryin’ to go home
Then they’ll stone ya when you’re there all alone
But I would not feel so all alone
Everybody must get stoned
Well, they’ll stone ya when you’re walkin’ ’long the street
They’ll stone ya when you’re tryin’ to keep your seat
They’ll stone ya when you’re walkin’ on the floor
They’ll stone ya when you’re walkin’ to the door
But I would not feel so all alone
Everybody must get stoned
They’ll stone ya when you’re at the breakfast table
They’ll stone ya when you are young and able
They’ll stone ya when you’re tryin’ to make a buck
They’ll stone ya and then they’ll say, “good luckâ€
Tell ya what, I would not feel so all alone
Everybody must get stoned
Well, they’ll stone you and say that it’s the end
Then they’ll stone you and then they’ll come back again
They’ll stone you when you’re riding in your car
They’ll stone you when you’re playing your guitar
Yes, but I would not feel so all alone
Everybody must get stoned
Well, they’ll stone you when you walk all alone
They’ll stone you when you are walking home
They’ll stone you and then say you are brave
They’ll stone you when you are set down in your grave
But I would not feel so all alone
Everybody must get stoned