Confira abaixo algumas das inúmeras matérias recentes a respeito do Churrascão diferenciado versão cracolândia – chega de dor e sofrimento na Luz! – mobilização que, a despeito do que foi dito em algumas das reportagens, está sendo construÃda por inúmeras organizações, grupos, movimentos e indivÃduos, entre eles o DAR.
DE SÃO PAULO
Atualizado às 20h41.
O coletivo Dar (Desentorpecendo a Razão) está organizando um “churrascão de gente diferenciada” na cracolândia, na rua Helvétia esquina com a rua Dino Bueno, região central de São Paulo, no sábado (14) à s 16h.
Mais de 1.000 pessoas confirmaram presença no evento criado no Facebook até a tarde desta terça-feira. A intenção é protestar contra a ação da PM na região, “o preconceito e o racismo dos polÃticos e das elites paulistanas”.
A expressão “gente diferenciada” foi usada por uma moradora em entrevista à Folha, no inÃcio do ano passado, para descrever os “mendigos e drogados” que a construção de uma estação de metrô atrairia para a região de Higienópolis (bairro nobre na zona oeste de São Paulo). Na época, houve um “churrascão de gente diferenciada” no bairro.
No Facebook, o coletivo explica que a expressão foi escolhida para nomear o protesto “porque na cracolândia todo mundo é gente como a gente”.
Danilo Verpa-9.jan.12/Folhapress | ||
Policial militar de moto intimida usuários de crack na esquina das ruas Guaianazes e Aurora, no centro de SP |
“Sem oferecer alternativas decentes aos usuários que são dependentes e sem respeitar os direitos humanos deles e dos outros usuários, trabalhadores e frequentadores da região da Luz, o governo paulista vem ocupando militarmente, desde o dia 3 de janeiro, a zona conhecida como cracolândia. Higienismo, preconceito, segregação, violência, intolerância, tortura, abuso de autoridade e mesmo suspeitas de assassinato passaram a ser ainda mais constantes nos dias e principalmente nas madrugadas do bairro”, diz o convite para o protesto.
Ao menos 48 pessoas já foram presas na operação policial nas ruas da cracolândia, que começou na terça-feira (3) passada e causou a dispersão dos usuários para as ruas da região.
A atuação da PM foi marcada por correria, bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha entre a noite de sábado (7) e a madrugada de domingo (8). Ao menos cem pessoas que se aglomeravam na rua dos Gusmões foram dispersadas pela polÃcia.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Ação na cracolândia 7.jan
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A “cracolândia”, como é conhecido o local que concentra usuários de crack no centro de São Paulo, deve receber a edição do “Churrascão da Gente Diferenciada”, ou simplesmente “Churrascão Diferenciado”, neste sábado (14). A promessa é de um grupo que organiza o evento por meio das redes sociais. Com o lema: “porque na ‘cracolândia’ todo mundo é gente como a gente”, a versão Luz (na região central) do evento convida a população a se mobilizar contra a repressão sofrida pelos usuários.
Na primeira semana deste ano, uma ação conjunta da PolÃcia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM) promoveu a Operação Sufoco, ou Ação Integrada Centro Legal, tentando retirar pessoas que frequentam o local para consumir e comprar a droga. A ação coordenada entre o governo estadual e da prefeitura municipal é criticada por organizações que trabalham com a questão, por optar por uma abordagem de segurança pública em vez de saúde.
As administrações da cidade e do estado, comandadas respectivamente por Gilberto Kassab (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB) estariam interessadas, segundo os organizadores do “Churrascão”, em “higienizar” a área com outros objetivos. Longe de adotar uma polÃtica social, eles acusam os governos de promover a ação para favorecer a especulação imobiliária.
O churrasco é organizado por coletivos, grupos e entidades da sociedade civil. A maneira “bem humorada e crÃtica” de protestar, como é descrito o evento, propõe a reflexão sobre a influência do preconceito e até de racismo por parte das administrações públicas e da elite.
Em maio do ano passado, também em um sábado, a mobilização em torno de um churrasco foi uma forma de protesto, em frente a um shopping na avenida Higienópolis, contra a resistência da população do bairro nobre homônimo à instalação de uma estação de metrô na região. Pressionado, o governo estadual voltou atrás e manteve a construção, parte da futura Linha 6-Laranja do metrô.
Em ambos os episódios, o preconceito surge como alvo. No caso atual, grave por afetar a saúde humana, desperta a necessidade de reação, segundo nota do Coletivo Antiproibionista de São Paulo. “Traga seus instrumentos, cartazes, idéias, alimentos e o que mais achar necessário para tornar agradável neste sábado de protesto e diálogo em defesa de polÃticas corretas, respeitosas e abrangentes em relação à população de rua”, convida o coletivo.
A página do “Churrascão Diferenciado” no Facebook permite confirmação de presença. Até as 17h40 desta terça-feira (10), 440 pessoas prometeram comparecer.
Do G1 SP
Um grupo autodenominado Desentorpecendo a Razão (DAR) decidiu organizar um churrasco na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, para protestar contra a Operação Centro Legal da PolÃcia Militar. O evento vem sendo convocado pelas mÃdias sociais na internet. Até o inÃcio da noite desta terça-feira (10), 823 pessoas haviam confirmado presença no Facebook no encontro marcado para este sábado (14).
O encontro foi chamado de ‘Churrascão de gente diferenciada – versão Cracolândia’. De acordo com a organização do evento, o objetivo será protestar contra a presença da polÃcia nas ruas da cidade paulista e contra o “preconceito e o racismo dos polÃticos e das elites paulistanas”.
O evento faz alusão ao churrasco que aconteceu no dia 14 de maio de 2011 na região de Higienópolis. Na ocasião, os manifestantes protestaram contra a iniciativa de moradores da região que tentaram vetar a construção de uma estação do Metrô no bairro.
O ‘churrascão’ deverá acontecer às 16h30 deste sábado (14), na esquina da Rua Helvétia com a Alameda Dino Bueno.
Na tarde desta terça, o Ministério Público de São Paulo anunciou que abriu um inquérito civil para investigar a operação deflagrada pela PM. De acordo com os promotores, não houve desde 2009, quando um inquérito civil já havia sido instaurado pelo MP para acompanhar as ações assistenciais desenvolvidas por ocasião do Projeto Nova Luz, da Prefeitura, nada que justificasse uma operação desse tipo na região.
“Essa operação põe por terra todo esse projeto, que prevê programas sócio-assistenciais e de saúde, que vinha sendo gestado. O Ministério Público não concorda com essa operação, porque o tráfico é uma questão de polÃcia, mas dependência quÃmica, nãoâ€, disse o promotor Eduardo Valério, de Justiça de Direitos Humanos – Inclusão Social.
Para o promotor, o combate ao tráfico tem de ser feito pela inteligência policial. “Esse tipo de operação significa menosprezar a capacidade dos traficantes de se adequar a cada situação, já que o dependente não deixa de consumir a drogaâ€, enfatizou Valério.
De acordo com a PolÃcia Militar, até o final da tarde desta terça, 51 pessoas haviam sido presas, sendo 28 foragidos. No total, a polÃcia realizou 2.869 abordagens desde o inÃcio da Operação Centro Legal, na terça-feira (3). Os agentes de saúde que também trabalham na ação realizaram 812 abordagens, sendo que 47 pessoas foram internadas para tratamento da dependência.
Ato está sendo articulado pelo Facebook e deve acontecer na rua Helvétia, na Luz
O Coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão), unido a outros grupos de mobilização popular, está organizando pela rede social Facebook a segunda edição do Churrascão da Gente Diferenciada, feito no ano passado em Higienópolis como forma de protesto contra um abaixo-assinado que repudiava a construção de uma estação do Metrô na região. O lugar escolhido é a Cracolândia, no centro de São Paulo, e o ato está marcado para as 16h de sábado (14), entre as ruas Helvétia e Dino Bueno.
Segundo com o manifesto do grupo, o ato é contra a Operação Integrada Centro Legal, feita em conjunto com a Prefeitura de São Paulo, governo do Estado e PolÃcia Militar, que está na Cracolândia em busca de supostos traficantes que atuam na região.
De acordo com Gabriela Moncau, integrante do Coletivo DAR, haverá um debate sobre a criminalização da pobreza.
– Além disso, pretendemos coletar e publicizar as denúncias de abusos e violações dos direitos humanos que vêm acontecendo desde o inÃcio da “operação sufoco”.
iG São PauloÂ
O coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão) organiza um “churrascão de gente diferenciada†na Cracolândia, no sábado, a partir das 16h.
O churrascão vai ser feito na esquina da rua Helvétia com a rua Dino Bueno, no centro de São Paulo. Ao menos 761 pessoas já confirmaram presença no evento contrário à ação da PolÃcia Militar para coibir o crack na região.
Página no facebook com o evento “churrascão de gente diferenciada” na Cracolândia
Em maio: “Churrasco de gente diferenciada” reúne centenas de pessoas em SP
De acordo com o coletivo, “sem oferecer alternativas decentes aos dependentes e sem respeitar os direitos humanos deles e dos outros usuários, trabalhadores e frequentadores da região da Luz, o governo paulista vem ocupando militarmente, desde o dia 3 de janeiro, a zona conhecida como Cracolândiaâ€.
O coletivo ainda diz ainda que “há preconceito, segregação, violência, intolerância, tortura, abuso de autoridade e mesmo suspeitas de assassinato passaram a ser ainda mais constantes nos dias e principalmente nas madrugadas do bairro.â€
Promotoria considera ‘desastrosa’ ação na Cracolândia e abre inquérito
O último levantamento da PolÃcia Militar registrou que cerca de três mil pessoas já foram abordadas desde o inÃcio da operação. De acordo com o balanço, 49 pessoas foram detidas. Entre elas, 26 eram condenados foragidos. Entre as 788 abordagens de agentes da saúde, 33 foram encaminhadas para serviços de saúde e outras 28 foram internadas. Apenas 0,447kg de crack foi apreendido na operação até o momento. Cerca de 62 toneladas de lixo foram retiradas das ruas.
Higienópolis
Em maio, cerca de 600 pessoas protestaram em frente ao shopping do bairro de Higienópolis, em São Paulo, com um “churrascão”. Com ironia, eles criticaram a oposição de um grupo de moradores à construção de uma estação de metrô na avenida Angélica, que corta a região, umas das mais valorizadas da capital paulista, e protestaram contra o governo de São Paulo, que anunciou a mudança do local da estação alegando motivos técnicos (ficaria próxima demais de uma estação e longe demais de outra, da mesma linha).
PM prende suposto traficante na Praça Julio Prestes, no centro de São Paulo, nesta quarta-feira