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Junho 22, 2012

Tráfico fixa cartazes no Jacarezinho proibindo venda de crack na favela

G1

Movimento Rio de Paz registrou grupo afixando avisos na comunidade.
Presidente da ONG alerta para migração dos viciados para outros locais.

Marcelo Ahmed Do G1 RJ

Proibida a venda de crack no Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)Homem fixou cartaz em frente a um bar no Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)

A partir desta quarta-feira (20), a venda de crack está proibida na Favela do Jacarezinho, no Jacaré, subúrbio do Rio, considerada a maior cracolândia da cidade. A ordem é dos próprios traficantes e está estampada em vários cartazes que foram afixados na comunidade, como registrou o movimento Rio de Paz.

A proibição se estende às comunidades vizinhas do Mandela e de Manguinhos, seguindo orientação dos chefes do tráfico. O presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que recebeu informações de que os viciados estariam criando muitos problemas dentro das favelas, devido ao alto poder alucinógeno e destrutivo da droga.

Fontes da polícia informaram que há também uma preocupação dos criminosos quanto à possibilidade de ocupação da área pela Força de Segurança Nacional, como aconteceu no Morro Santo Amaro, no Catete.

Proibida a venda de crack no Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)Cartaz é confeccionado na favela
(Foto: Divulgação/Rio de Paz)

Considerado o maior ponto de vendas de crack na Zona Sul, o Santo Amaro foi ocupado em 18 de maio dentro do projeto “Crack, é possível vencer”, do governo federal, até a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse na terça-feira (19), que o Jacarezinho está nos planos de ocupação. “A gente tem uma proposta de pacificação dessas áreas. Uma proposta de evolução desses territórios e nós vamos chegar lá. Vamos fazer isso lá”, afirmou o secretário.

Alerta para os viciados
Antônio Carlos Costa, do Rio de Paz, apoia a proibição da venda do crack, mas alerta para o problema da migração dos consumidores. “O governo tem que se antecipar ao problema, pois os viciados vão para outros bairros e comunidades. As autoridades têm que acompanhar isso de perto”, afirmou Costa, que vai liderar uma manifestação no sábado (23), no Jacarezinho, para onde levará uma faixa com a mensagem: “Emigrante do crack: quem o acolherá?”.

“Se essa iniciativa foi disseminada pela cidade, teremos outro problema muito grave, que é a crise de abstinência”, afirmou o presidente da Rio de Paz.

De acordo com levantamento da Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS), desde 31 de março de 2011, quando começaram as operações de combate à epidemia do crack, foram feitos 4.496 acolhimentos de viciados (3.853 adultos e 643 crianças e adolescentes) nas principais cracolândias da cidade.

Na Favela do Jacarezinho houve o maior número de acolhimentos, com 1.565, seguido do Centro, com 1.180.

A prefeitura dispõe de 178 vagas em quatro unidades especializadas no atendimento à dependência química.

Proibida a venda de crack no Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)Mensagem contra uso do crack foi escrito no muro do Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)

Especialistas falam sobre a proibição do crack pelo tráfico

Ancelmo Góes, O Globo

Traficantes de drogas proibirem a venda de crack é mais ou menos como as farmácias decidirem suspender o comércio de remédios de tarja preta. Especialistas em segurança pública ainda não sabem explicar o que levou o tráfico de drogas a anunciar que vai proibir o crack em favelas do Rio, mas concordam que a estratégia é parte de mudança estrutural pela qual passa o crime organizado na cidade além da consequência do crescimento da repressão ao crack. Luiz Eduardo Soares, que acabou de lançar “Tudo ou Nada” (Editora Nova Fronteira) — que conta a história de um traficante internacional de drogas — afirmou que o anúncio da proibição de venda do crack pelos próprios criminosos é reflexo das transformações que vêm ocorrendo no tráfico do Rio em consequência também do projeto de pacificação de favelas.

— A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) acaba promovendo a modernização do tráfico, que está se tornando cada vez mais nômade — afirma Luiz Eduardo, lembrando que os traficantes do Rio já haviam decidido não vender crack, mas voltaram atrás, possivelmente influenciados por parcerias com a maior facção criminosa de São Paulo.

Soares lembra que “os protagonistas da economia do tráfico são capazes de avaliações e certamente chegaram à conclusão de que o negócio com o crack tem alto risco e baixa lucratividade”.

— Os traficantes sabem que o crack liquida em pouco o tempo o consumidor. Persistir nesse negócio é como matar a galinha dos ovos de ouro — diz Luiz Eduardo.

O professor Michel Misse, outro pesquisador importante da área de segurança, observou que não se sabe o motivo da decisão do tráfico de drogas, mas há apenas hipóteses que explicariam a medida.

— O quadro de repressão ao crack com certeza é um dos fatores. Sendo assim seria uma decisão racional deixar de transacionar esse produto. Isso ajudaria a evitar a chamar a atenção para o negócio das drogas como um todo — diz Misse, acrescentando que a pesquisa de campo nas favelas tornou-se sido cada vez mais difícil, desde a morte do jornalista Tim Lopes, em 2002, e a partir do projeto de pacificação de favelas, em 2008.

A delegada-titular da Dcod (Delegacia de Combate às drogas), Valéria de Aragão Sádio, disse que já tinha obtido a informação de que os traficantes da maior facção criminosa iriam parar a venda de crack na Faixa de Gaza — favelas da Zona da Leopoldina, na Zona Norte do Rio, como revelou hoje a coluna de Ancelmo Gois.

— Se confirmada a informação é realmente uma vitória de toda a sociedade, não importa a intenção dos criminosos — afirmou a delegada, lembrando que é o momento de o poder público investir no tratamento dos dependentes químicos.

Isso também é assunto para outro post.

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