• Home
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
  • Podcast
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Podcast
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
Dezembro 04, 2012

Abre a roda: Delta 9 fala sobre trajetória no antiproibicionismo em bate-papo com o DAR

Entrevista com coletivo de Campinas inaugura seção no site do Desentorpecendo A Razão

O nome faz alusão ao THC [delta-9-tetrahidrocanabinol], mas não se engane a primeira lida: o coletivo discute mais do que maconha. Defensores de — e lutadores por — uma nova política de drogas, o Delta 9 participa da organização da Marcha da Maconha e toca diversas atividades relacionadas ao antiproibicionismo em Campinas.

Para entender como e por que esse “coletivo plural, não centralizado e antibroibicionista” debate “proibição das drogas, democracia, liberdade do corpo e criminalização da pobreza” na luta por uma “sociedade menos preconceituosa, menos opressora e mais inclusiva”, confira a entrevista abaixo! É a primeira da seção “Abre a roda”, na qual o DAR convida coletivos para um bate-papo sobre  a trajetória de luta de cada um deles. 

DAR — Como rolou a ideia de formar um coletivo antiproibicionista?
Delta 9 — Há dois anos, alguns dos membros iniciaram uma movimentação na cidade de Campinas em prol da realização da Marcha da Maconha. Nesse momento, o recente movimento passava por um crescimento intenso na cidade e nos envolvemos, principalmente, consolidando o Coletivo MM para realização da marcha. Depois da marcha daquele ano, o coletivo se esvaiu e os que ficaram sentiram muita falta da criação de algo mais orgânico e contínuo. Ainda nos mantivemos como Coletivo MM e mantivemos alguma movimentação, no limite que nos era requisitado. Tempos depois, em um espaço socio-cultural organizado por outro coletivo, nos apresentamos e contamos um pouco do que foi a Marcha da Maconha daquele ano, e algumas pessoas começaram a se interessar em somar força à causa da maconha. E logo no início deste ano, essa galera tomou as rédias, já marcando reuniões da MM do ano de 2012. Os dois coletivos logo se juntaram num novo Coletivo da Marcha da Maconha grande e comprometido.

DAR — E como o debate avançou para além da legalização da maconha?
Delta 9 — Com o passar das reuniões, a partir das discussões, foi se mostrando necessária uma revisão da política de drogas como um todo, não apenas se retendo às questões relacionadas à maconha, mas a uma discussão geral acerca do tema das drogas e todos os subtemas relacionados. Em meio a esse processo, o coletivo se criou, com a ideia de montar na semana da marcha uma semana de discussões sobre drogas: “DnA – Drogas na atualidade”. Passada a marcha, fizemos uma reunião para discutir o coletivo e o que seria essa organização. Ao fim, resolvemos fazer deste um coletivo plural, não centralizado e antibroibicionista, por entendermos que, dentre muitos fatores relacionados à democracia, liberdade do corpo e criminalização da pobreza, a proibição de todas as drogas só está acarretando prejuízo e atraso a uma sociedade que pode ser menos preconceituosa, menos opressora, mais inclusiva, enfim, mais próxima a uma comunidade.

DAR — Quais ideais unem o Delta 9?
Delta 9 — A certeza de que uma mudança na atual política de drogas é necessária e que tal mudança não virá gratuitamente por parte de nossos governantes. Compartimos a posição política ativa, acreditando na organização popular para exigir seus direitos e reivindicar mudanças nos pontos com os quais discorda. A esperança de um mundo mais justo motiva e impulsiona a todos nós. Ao nosso ver, os entorpecentes não podem ser proibidos. O Estado não deve ser um inibidor, mas sim um mantenedor da nossa liberdade. Deve dar educação sobre drogas, saúde aos que necessitam e capacidade de tratamento aos que querem tratar. Proibir só acarreta em danos à sociedade. Instiga a vontade de estar fora da lei, não passa por controle de qualidade, não especifica que droga está sendo consumida. Ou seja, o consumo não deixa de existir, apenas traz lucro para políticos que mantêm essa situação e serve de pretexto para criminalizar a pobreza. A legalização deve ser acompanhada de controle estatal, para que a distribuição não caia na mão de grandes empresários.

DAR — Quais são as principais realizações/atividades do Delta 9?
Delta 9 — O Coletivo Delta 9 atua com grande entusiasmo em eventos sócio-culturais, seja como organizador ou como colaborador. Recentemente,  atuou como parceiro e divulgador dos eventos Reggueiro Faz Fogo – campanha para coleta de agasalhos para a distribuição no inverno e da Campanha Dia das Crianças, com a coleta de brinquedos. Estamos organizando um evento cultural, com a presença de bandas da região, para a divulgação do programa de rádio que apresentamos: Plant’a Muda, na Rádio Muda, rádio livre da Unicamp. No programa apresentamos, além de uma variedade de músicas de artistas locais e diversos, informações atualizadas e variadas sobre a temática das drogas. Além da participação na organização das 2 edições da Marcha da Maconha de Campinas, o coletivo possui em seu currículo a organização da DnA, Drogas na Atualidade, evento que durou 1 semana, com a apresentação diária de palestras e filmes sobre a temática drogas, legislação correspondente, riscos da drogadição, uso sacro e ritualístico, etc. O evento contou com a presença de Denis Burgierman, autor do livro “O Fim da Guerra”, Rodrigo MacNiven, produtor do filme “Cortina de Fumaça”, Maurides Ribeiro de Mello, Presidente da Comissão de Política Nacional de Drogas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Ras Geraldinho, fundador e líder da Primeira Igreja Etíope Coptic de Sião do Brasil, a Igreja da Maconha, atualmente preso sob a falsa acusação de tráfico de drogas, entre outros. Discutimos atualmente, a segunda versão do evento.

DAR — E quanto a organização para tocar o coletivo?
Delta 9 — Nosso principal meio de comunicação é virtual, através de redes sociais e grupos de e-mail. Com uma frequência que varia entre quinzenal e mensal, nos encontramos pessoalmente para discutir os próximos passos do coletivo e dar andamento nos projetos atuais.

DAR — Além de marchas, o que pode ser feito para mudar a realidade proibicionista?
Delta 9 — Produzir contra-informação! Acreditamos que a possibilidade cibernética pode criar mais visibilidade a assuntos que a grande mídia não trata, ou trata com uma parcialidade extrema. Tentar criar uma criticidade com relação ao tema das drogas é algo imprescindível para libertar uma população historicamente maniqueísta.

DAR — Quais as vantagens e dificuldades de fazer movimento em Campinas?
Delta 9 — Campinas tem mais de um milhão de habitantes, sendo maior que Florianópolis. Porém, por ser uma cidade muito dividida e não ter um centro comum, como é a avenida Paulista, em São Paulo, complica na hora da movimentação. Barão Geraldo é um distrito afastado do centro por uma marginal, e lá fica a UNICAMP, onde parte dos membros moram e onde acaba se dando a maior parte de nossas intervenções, como a semana de drogas por exemplo, que ocorreu quase totalmente na UNICAMP. Assim, uma cidade dividida como é Campinas resulta numa Marcha da Maconha de quatrocentas e poucas pessoas. Talvez se fizessemos a marcha em Barão Geraldo, ela poderia ter sido maior, mas não teria significado algum. Acho que a vantagem é que os membros estão mais próximos, por mais que Campinas seja uma cidade grande, nunca chegará aos pés do tamanho e das distâncias de São Paulo.

DAR — Como a mídia local trabalha a questão das drogas?
Delta 9 — A mídia, em geral, atua de maneira contraditória, quase esquizofrênica. Por vezes, solta matérias coerentes e realmente informativas, enquanto que em outras ocasiões, solta matérias dignas de chacota por parte das pessoas mais informadas. Compreendemos que alguns jornais não assumem uma postura contra ou a favor, sobrando a cada jornalista usar seu poder informativo de acordo com suas crenças pessoais. Entretanto, alguns jornais locais mostram tendências crescentes na divulgação de matérias pró legalização, e até nos ajudam na divulgação de nossos projetos.

DAR — Para vocês, a política de drogas brasileira é:
Delta 9 — Atrasadíssima! Nossa sociedade é muito conservadora em relação a muitas questões. É homofóbica, racista, machista, maconhofóbica e tudo isso se reflete nos políticos que elegemos, e principalmente nas ruas com o preconceito diário que sofre o maconheiro, os abusos constantes por parte da policia, etc. Para que algo mude, acredito que só com uma pressão externa, como por exemplo a revisão da política de drogas que está acontecendo hoje em toda a América do Sul, o que reverbera no Brasil com o novo código penal (clique e leia uma reflexão sobre o novo código).

Gostou? Então curta a página do Coletivo Delta 9 no Facebook!

 

Use as setas abaixo para trocar de foto

[imagebrowser id=6]


Comments

comments

Nos ajude a melhorar o sítio! Caso repare um erro, notifique para nós!

Recent Posts

  • NOV 26 NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa
  • Quem foi a primeira mulher a usar LSD
  • Cloroquina, crack e tratamentos de morte
  • Polícia abre inquérito em perseguição política contra A Craco Resiste
  • Um jeito de plantar maconha (dentro de casa)

Recent Comments

  1. DAR – Desentorpecendo A Razão em Guerras às drogas: a consolidação de um Estado racista
  2. No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime em No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime
  3. DAR – Desentorpecendo A Razão – Um canceriano sem lar. em “Espetáculo de liberdade”: Marcha da Maconha SP deixou saudade!
  4. 10 motivos para legalizar a maconha – Verão da Lata em Visitei um clube canábico no Uruguai e devia ter ficado por lá
  5. Argyreia Nervosa e Redução de Danos – RD com Logan em Anvisa anuncia proibição da Sálvia Divinorum e do LSA

Archives

  • Março 2022
  • Dezembro 2021
  • Setembro 2021
  • Agosto 2021
  • Julho 2021
  • Maio 2021
  • Abril 2021
  • Março 2021
  • Fevereiro 2021
  • Janeiro 2021
  • Dezembro 2020
  • Novembro 2020
  • Outubro 2020
  • Setembro 2020
  • Agosto 2020
  • Julho 2020
  • Junho 2020
  • Março 2019
  • Setembro 2018
  • Junho 2018
  • Maio 2018
  • Abril 2018
  • Março 2018
  • Fevereiro 2018
  • Dezembro 2017
  • Novembro 2017
  • Outubro 2017
  • Agosto 2017
  • Julho 2017
  • Junho 2017
  • Maio 2017
  • Abril 2017
  • Março 2017
  • Janeiro 2017
  • Dezembro 2016
  • Novembro 2016
  • Setembro 2016
  • Agosto 2016
  • Julho 2016
  • Junho 2016
  • Maio 2016
  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Setembro 2015
  • Agosto 2015
  • Julho 2015
  • Junho 2015
  • Maio 2015
  • Abril 2015
  • Março 2015
  • Fevereiro 2015
  • Janeiro 2015
  • Dezembro 2014
  • Novembro 2014
  • Outubro 2014
  • Setembro 2014
  • Agosto 2014
  • Julho 2014
  • Junho 2014
  • Maio 2014
  • Abril 2014
  • Março 2014
  • Fevereiro 2014
  • Janeiro 2014
  • Dezembro 2013
  • Novembro 2013
  • Outubro 2013
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009

Categories

  • Abre a roda
  • Abusos da polí­cia
  • Antiproibicionismo
  • Cartas na mesa
  • Criminalização da pobreza
  • Cultura
  • Cultura pra DAR
  • DAR – Conteúdo próprio
  • Destaque 01
  • Destaque 02
  • Dica Do DAR
  • Direitos Humanos
  • Entrevistas
  • Eventos
  • Galerias de fotos
  • História
  • Internacional
  • Justiça
  • Marcha da Maconha
  • Medicina
  • Mídia/Notí­cias
  • Mí­dia
  • Podcast
  • Polí­tica
  • Redução de Danos
  • Saúde
  • Saúde Mental
  • Segurança
  • Sem tema
  • Sistema Carcerário
  • Traduções
  • Uncategorized
  • Vídeos