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outubro 16, 2014

As Notas de R$ 2 em Belo Horizonte Estão Cheias de Cocaína

Vice

O Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil de Minas Gerais recolheu 50 notas de R$ 2 que circulavam pelo comércio do centro de BH para fazer um estudo. O resultado aponta que 86% delas traziam a presença de cocaína. Esse número assustador pode ser justificado não só pelo fato do ritual de consumir a droga muitas vezes envolver cédulas enroladas como canudo para aspirar o negocinho pelo nariz, mas também pelo consumo de pó no Brasil ter mais que dobrado nos últimos 10 anos.

Pablo Marinho, perito criminal e coordenador da pesquisa, conta que as notas foram recolhidas, embaladas separadamente e levadas para o laboratório. “Utilizamos um solvente orgânico que extrai vários compostos, entre eles a cocaína que está impregnada na nota. Com um equipamento moderno, conseguimos detectar, identificar e quantificar o nível de cocaína que tem em qualquer suporte, entre eles a cédula de dinheiro.” A técnica utilizada chama-se cromatografia líquida, que, basicamente, separa os componentes analisados.

Saca o tamanho de um grão de areia? O que foi detectado entre as fibras do papel é menor que isso. “A maior parte da cocaína encontrada estava entre 10 e 50 microgramas. É um teor muito baixo. Muito baixo mesmo. Incapaz de provocar qualquer efeito no indivíduo. É um resíduo”, afirma o pesquisador.

A contaminação não se dá somente quando o sujeito mete a cédula no nariz pra aspirar a droga, mas também quando uma nota encontra a outra – e isso pode acontecer dentro da carteira, no bolso e até no caixa eletrônico.

Percebendo que as notas de R$ 2 circulam muito e ficam frágeis ou amassadas demais com o tempo, os usuários tendem a preferir notas de valores mais alto, com menor circulação, como as de R$ 50 ou R$ 100. “Isso facilita o uso da cédula como artefato para aspirar a droga”, conta o perito. Novos estudos estão nos planos do IC, mas sem data de início.

Segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo, desde 2009 o afastamento pelo uso dos diferentes tipos de entorpecentes feitos com cocaína (como crack e merla) cresceu 84,6% no país. Ou seja: o negocinho branco tem tomado proporções gigantescas e muita gente está em casa recebendo auxílio-doença do INSS porque não consegue se livrar do vício.

Questiono se 50 notas não é pouco para uma análise mais concreta e Pablo explica que seria logisticamente inviável analisar uma alta quantidade de papel moeda. Ele diz que o objetivo do IC não é realizar “um estudo epidemiológico, mas sim desenvolver tecnologias que possam ser aplicadas na investigação criminal”.

Marco Paiva, diretor do IC de Minas, reitera que a pesquisa serviu para incentivar o uso da tecnologia na investigação criminal. “Estamos nos capacitando para comprovar tecnicamente que, em diversas situações, houve o uso ou manuseio de cocaína ou outras drogas. A prova técnica tornará as investigações mais robustas”, afirma.

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