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maio 22, 2017

Ato da luta antimanicomial marca 30 anos de resistência

Na última quinta-feira, 18/5, a Avenida Paulista foi ocupada por uma série de atos, a maioria deles relacionada diretamente com a pauta “Fora Temer” em consequência da delação de Joesley Batista e das revelações envolvendo, principalmente, Michel Temer e Aécio Neves. Contudo, não foi apenas a crise política e a situação constrangedora do Congresso Nacional que levaram pessoas às ruas nesse dia.

Por volta das 15h ocupavam a Paulista milhares de pessoas (4 mil, segundo a Frente que organiza o ato) que eram, em sua maioria, trabalhadoras e usuárias dos serviços públicos de saúde mental.

Mas o que é a luta antimanicomial? A luta antimanicomial é um movimento de pessoas que trabalham e que utilizam os serviços de saúde mental, bem como sua rede de vínculos e familiares. Esse movimento busca a garantia dos direitos das pessoas que tem transtorno mental, sendo o mais imprescindível deles o direito ao tratamento em liberdade, sem aprisionamentos, internações prolongadas, ambientes manicomiais, contenção física ou medicamentosa.

A loucura sempre foi um estigma social e, assim como a guerra às drogas, um pretexto para controlar, prender, torturar e matar os corpos de milhares de pessoas que, por seu transtorno mental, não atendem ao interesse do capital, pois são consideradas inúteis do ponto de vista de produção e da exploração da sua força de trabalho.

O dia 18/5 marca a data da publicação da Carta de Bauru, documento criado no primeiro encontro nacional de trabalhadores da saúde mental do Brasil, realizado em 1987. Nesse ano, portanto, a luta completa 30 anos de resistência!

Durante o ato da última quinta-feira, ocorreram diversas intervenções artísticas e lúdicas, inclusive uma crucificação, onde a cruz era o SUS e o crucificado era o “louco” em camisa de força. Com essa alegoria, o movimento quis refletir sobre a atual situação dessas pessoas: manicômios (ainda há milhares de pessoas vivendo nesses locais no Brasil), torturas, contenção medicamentosa, poucos serviços de desinstitucionalização, violação de direitos, internações em hospitais de custódia, comunidades terapêuticas e internações compulsórias.

E o que o antiproibicionismo tem a ver com isso? Tudo! A proibição e a chamada guerra às drogas tem se utilizado da lógica manicomial e aumentado o número de internações prolongadas no Brasil. A lógica das Comunidades Terapêuticas (boa parte delas recebendo grandes repasses financeiros das três esferas de governo) é uma lógica manicomial: internações de, no mínimo, 6 meses, falta de estrutura física, equipe de saúde reduzida ou inexistente, trabalho análogo ao escravo, controle do acesso à correspondência e contato com familiares, violências físicas e psicológicas, entre outros absurdos e violações.

Além disso, nesse 21/5, na Cracolândia, mais uma vez presenciamos uma ação do poder público que deixa clara a sua visão e seus interesses com relação às pessoas em sofrimento mental devido ao consumo de drogas. Seu interesse é o extermínio, o higienismo e a gentrificação.

Não abriremos mão da luta pela garantia de direitos dessas pessoas, não abriremos mão de uma vida sem grades e sem camisas de força, não abriremos mão do direito de controlarmos nossos corpos e fazermos as nossas escolhas.

Nenhum passo atrás, manicômio nunca mais!

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