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abril 10, 2012

Cartas na mesa – Um poema antiproibicionista

“Me contem, me contem aonde eles se escondem?
atrás de leis que não favorecem vocês
então por que não resolvem de uma vez:
ponham as cartas na mesa e discutam essas leis” Planet Hemp

A seção Cartas na mesa é composta por opiniões de leitores e membros do DAR acerca das drogas, de seus efeitos político-sociais e de sua proibição, e também de suas experiências pessoais e relatos sobre a forma com que se relacionam com elas. Vale tudo, em qualquer formato e tamanho, desde que você não esteja aqui para reforçar o proibicionismo! Caso queira ter seu desabafo desentorpecido publicado, envie seu texto para coletivodar@gmail.com e ponha as cartas na mesa para falar sobre drogas com o enfoque que quiser.

O texto desta semana vem de dentro do movimento, e tenta descrevê-lo de uma forma diferente, lírica: em versos. Apresentamos “Os antiproibicionistas estão chegando: e pra eles já chega”, poema do Júlio Delmanto, jornalista e membro do DAR.

 

Os antiproibicionistas estão chegando: e pra eles já chega

 

cansados de tanta morte
os antiproibicionistas vão às ruas
por paz/saúde/informação/justiça/democracia/educação/respeito/tolerância/pão
– e por liberdade para si
por que não?

por liberdade para si
ocupam as ruas
os antiproibicionistas
e por liberdade para ti
para mi
por que não?

o direito que falta aos antiproibicionistas
não falta só aos antiproibicionistas
entendem os antiproibicionistas
enquanto sonham suas trincheiras indo e vindo
se misturindo
com as de pobres, mal pagos, pretos, favelados, presos, viados, vadias, mal amados, fudidos, desviados, sapatas, noiados, travecos, amalucados, mendigos, desempregados

como o mar
que alimenta a praia
enquanto se alimenta dela

cansados do massacre
de tanta toga tanta bota tanta bala tanto medo tanta merda
os antiproibicionistas
preferem as ruas
do que a resignação
o sempre foi assim
o eu gostaria mas prefiro não não

cansados dessa war
o desejo maior
dos antiproibicionistas é que venham às ruas
– não os proibicionistas
que bem sabem bem
qual verde priorizam, qual amarelo aprisionam, qual vermelho derramam –
mas aqueles que
se não são

antiproibicionistas

tampouco podem ser

proibicionistas:

mesmo que não queiram fumaça em seus pulmões
em nome disso não podem permitir
ela na testa de seus filhos ou saindo de seus colchões
podem?

nada esperam
os antiproibicionistas
dos que matam para melhor viver

pouco podem
os antiproibicionistas
sem colar os ombros nesses filhos dos escombros
que mesmo quando matam nos interrogam
que outro puto jeito há pra se sobreviver

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