“It has to start somewhere, it has to start some time,
What better place than here? What better time than now?
Ah, hell, can’t stop us nowâ€
– Rage Against the Machine, Guerilla Radio
O DDD desta vez vai da uma dica de algo que já aconteceu. Um relato sobre o show do Rage Against the Machine no SWU e algumas dicas de vÃdeos e músicas da banda que não deixou a luta morrer durante os últimos anos.
Neste sábado, 10 de outubro, a banda californiana Rage Against the Machine se apresentou em Itu, no Festival Starts With You, o SWU. Foi um encontro, que, nas palavras de Zack de la Rocha, vocalista da banda, “took far too long to happen†[demorou demais para acontecer]. Afinal, pela primeira vez o Rage pisava na América do Sul para gritar suas canções anticapitalistas.
Infelizmente, o encontro não aconteceu num festival também anticapitalista, que reunisse bandas de todo o mundo, talvez na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST, mas no hipócrita SWU. Com um discurso verde vazio, ares grandiosos de merchandising e marketing, o evento cobrou entradas carÃssimas e tentou vender um ambientalismo tão preocupado com o verde quanto a equipe de propaganda da Heineken, uma das principais patrocinadoras do evento.
Com slogans sobre pequenas ações geram grandes mudanças, eles esqueceram o papel das grandes poluidoras e da ação coletiva. Por 250,00 R$ a entrada mais barata, somado ao estacionamento extorsivo que variava de R$ 50,00 até 150,00 R$ o dia, ficou caro ver Zack de la Rocha e Tom Morello. Até para os fãs mais obstinados. Isso sem contar que até à s 20h de sábado a polÃcia tinha feito mais de 70 apreensões de drogas no show: liberdade para o verde? Nem pensar!
Mas o show do Rage compensou todas as merdas: demora pra chegar, tudo caro, aperto. Quando uma sirene anunciou a entrada da banda e a estrela vermelha do socialismo subiu no telão, instalou-se o frenesi. De um aperto tremendo o público começou a se mexer, pular correr, gritar. Finalmente tinhamos o RATM no Brasil.
As músicas levantaram todos que estavam no SWU e rodinhas rolaram soltas. Uma ocupação indevida da área premium levou o show a parar. Os seguranças agiram com a truculência de sempre para proteger os privilégios do VIP mas o fato é que muita gente conseguiu assistir o show de pertinho.
E foi uma bela apresentação, cheia de energia. Apesar da Globo e sua afiliada o Multishow terem cortado o espetáculo na metade para quem tava de fora (alguém dúvida que por causa das mensagens de esquerda e pela estrela vermelha?). Outro ponto baixo foi a falha no som durante uma das músicas, causando imensa tristeza e raiva nos fãs, que cantavam “SWU, vai tomar no cuâ€. Na verdade, SWU também pode ser substituÃdo por Globo, Serra, Veja, Dilma etc. Sobrou para todo mundo na hora em que os fãs resolveram se manifestar junto coma banda.
Houve dedicatória de músicas ao MST (ême-ése-ti), a People of The Sun (veja abaixo). E a dedicatória não fica só no simbólico já que banda doará parte do cachê para o movimento.
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E o Rage é uma daquelas bandas que são essenciais. No grande marasmo do careta rock indie, de bandas mais preocupadas com a conta bancária e o sapato que usarão nos shows do que com a barbárie da sociedade capitalista, eles definitivamente destoam. Ficaram ao lado dos zapatistas no México, participam de manifestações, onde cantam suas músicas “à capella†(veja abaixo).
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=CYwzW2QFnwo]
Surgiram em 1991, pouco depois da queda do muro de Berlim e mostraram que a luta ainda existe e é necessária. Mantiveram, apesar de estar em grandes gravadoras, uma postura rebelde e anti-sistêmica que se revela nas letras e nos clipes. Influenciaram uma geração inteira a pensar mais além. Quem com seus 20 e poucos anos não passou a adolescência ouvindo RATM e questionando os rumos do mundo. E quantos de nós não fazem isso até hoje?
Ainda bem que tem o Rage.
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E pra quem quiser saber mais, tem esse ótimo documentário na Ãntegra:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=2wOFAKiNSK4&ob=av2n]
Mais sobre RATM:
A banda tambem apoia o Axis of Justice, iniciativa do Tom Morello e Serj Tanklan que agrupa artistas e fans em prol das lutas por justica social.
Veja também o site do grupo.