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junho 09, 2016

Indicação de coronel da PM para secretaria de drogas gera críticas

O Globo

 SÃO PAULO – Indicado para o comando da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Roberto Allegretti é um dos escudeiros do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Com uma carreira marcada por cargos burocráticos, ele não tem longa experiência com a questão das drogas no país, mas, formado em psicologia, é descrito como um policial mais aberto ao diálogo do que a linha dura da corporação.

A indicação de um policial para dirigir a secretaria de drogas do país vem gerando críticas de grupos sociais ligados ao assunto. Para essas entidades, a medida pode provocar um retrocesso, uma vez que a questão vinha sendo abordada de um ponto de vista mais humanitário, de tratar o uso de entorpecentes como uma questão de saúde, sem repressão policial. Uma petição na internet reúne quase 800 assinaturas contra a indicação.

Os caminhos de Moraes e Alegretti se cruzaram em 2002. O coronel fez carreira na Polícia Militar, era o secretário da Casa Militar do Governo de São Paulo quando o jovem Alexandre de Moraes deixou o Ministério Público e assumiu a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania no governo Alckmin.

Seis anos depois, na Prefeitura de São Paulo, Moraes assumiu a secretaria de Transportes e indicou o coronel para comandar o Departamento de Transportes Públicos da cidade. Em 2009, foi a vez de Allegretti assumir a diretoria de Administração e Finanças da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da cidade. Deixou a função quando Moraes rompeu com o prefeito Gilberto Kassab e deixou o governo. O atual ministro da Justiça também atuou como advogado de Allegretti.

Dentro da corporação, o coronel é visto como um policial sério, de pouco riso, mas sereno, distante do setor linha-dura da Polícia Militar.

– Nunca compactuou com a polícia mais repressiva. É completamente diferente do perfil, do preconceito ou dos estereótipos – afirma José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública no governo Fernando Henrique e ex-professor de Allegretti na Academia da Polícia Militar.

Até mesmo especialistas da área, como Leonardo Pinho, diretor da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) e do Conselho Nacional de Direitos Humanos, afirmam que Allegretti tem um perfil de diálogo. Formado em psicologia, no entanto, o coronel não tem uma trajetória ligada à política de drogas, mas um perfil burocrático. Na Polícia Militar, chegou à secretaria da Casa Militar após ser chefe de gabinete do comandante-geral.

Após deixar a corporação, assumiu a presidência da Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo (Afam) em 2007, cargo que ocupa até hoje. Sem fins lucrativos, o fundo presta aos associados, policiais na reserva ou na ativa, serviços nas áreas educacional, de saúde e jurídica.

– Ele é daquele setor que propõe diálogo e reconhece os direitos humanos. O problema é que ele é um coronel. É a visão de que os órgãos de segurança pública devem dar as diretrizes da política de drogas – descreve Leonardo Pinho, à frente de uma entidade que lançou uma moção de repúdio à nomeação de Allegretti.

Segundo Pinho, a tendência internacional da área são campanhas de redução de danos e a promoção de direitos aos usuários abusivos, como saúde e trabalho. Entre as políticas de sucesso, cita o programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo e liderado pela secretária de Assistência Social da cidade, Luciana Temer, filha do presidente interino. A nomeação de Allegretti iria na contra-mão dessa tendência, segundo Pinho.

– O governo vai entrar na contra-mão de uma política que vem dando certo. Não quer dizer que não tenha erros, mas que sinalizou que deu certo. Hoje, o índice de adesão ao tratamento é de mais de 70%. Isso, em política de drogas, é um sucesso absoluto.

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