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Junho 15, 2018

Maioria da Marcha da Maconha SP defende controle estatal e não tem certeza sobre legalizar outras drogas

Pesquisa Marcha da Maconha SP

Síntese dos resultados da pesquisa realizada na Marcha da Maconha de São Paulo, em 26/05/2018. Foram realizadas 451 entrevistas entre 14:30 e 19:30 horas no trajeto da Avenida Paulista e Avenida Brigadeiro Luís Antônio. A margem de erro é de cerca de 5%. As entrevistas foram aplicadas por uma equipe de 29 pesquisadores e a pesquisa foi coordenada por Isabela Oliveira Kalil (NEU/FESPSP), Marcio Moretto (GPOPAI/USP) e Pablo Ortellado (GPOPAI/USP).

Considerando a margem de erro, os dados de 2018 revelam um perfil de participantes parecido com o verificado em pesquisa anterior realizada na Marcha da Maconha de 2016 (coordenada por Moretto, Ortellado e Solano). Este perfil aponta para jovens que, em sua maioria, não se identificam com instituições partidárias ou religiosas.

O que a pesquisa de 2018 revela é: 1) O forte apoio à recente paralisação dos caminhoneiros, sendo que este apoio varia de forma considerável dependendo da faixa etária. Conforme detalhado a seguir, entre os mais jovens há maior adesão à pauta dos caminhoneiros e menor adesão entre os mais velhos, especialmente acima de 42 anos. 2) A pesquisa apresenta pela primeira vez aspectos relacionados à questões específicas sobre drogas, tais como dados sobre os usos da maconha, preconceito, consentimento da família, motivações para participar da marcha e outras questões sobre legalização e descriminalização de drogas. 3) A pesquisa procurou investigar sobre a participação de jovens advindos de bairros periféricos na Marcha na Avenida Paulista.

  1. A Marcha da Maconha e o perfil de seus participantes

A Marcha da Maconha de São Paulo completa 10 anos em 2018. Sua primeira edição aconteceu no Parque Ibirapuera reunindo cerca de 100 manifestantes. Desde então, a Marcha passou a ser realizada em diversas cidades atraindo um

público cada vez maior, chegando a 100 mil participantes, de acordo com seus organizadores. Além de questões relacionadas às políticas antiproibicionistas, a Marcha da Maconha de São Paulo concentra a discussão de temáticas como as condições de vida na periferia, violência policial, racismo, liberdade de expressão, encarceramento e discussões sobre gênero e sexualidade. A Marcha de 2018 incorpora ainda a discussão sobre questões envolvendo indiretamente a questão das drogas (como a intervenção militar no Rio de Janeiro e o assassinato de Marielle Franco). A Marcha também tratou da recente paralisação dos caminhoneiros dando visibilidade a esta questão a partir de cartazes e discursos.

O perfil dos participantes da Marcha da Maconha de 2018 se caracteriza pelo público jovem (média de 26 anos), de baixa renda (42% até 2 salários mínimos e 68% até 4 salários somando a renda de todos que moram na mesma casa) e maior presença masculina (59% de homens). A maior parte dos participantes estavam na marcha pela primeira vez em 2018. Metade dos participantes se declara como brancos (50%). Pretos e pardos representam 41% dos presentes, sendo 22% pardos e 19% autodeclarados como pretos.

Em relação ao nível de escolaridade, a distribuição entre pessoas com ensino superior completo e incompleto é de 55% e de pessoas com ensino médio completo ou incompleto e ensino fundamental é de 45%. A maior parte dos participantes da Marcha (98%) moram no estado de São Paulo. Quando questionados sobre o lugar onde residem, a maioria afirma residir em bairros de classe média (48%), seguido por periferia ou “quebrada” (35%), por fim, 8% declarou morar na Grande São Paulo.

  1. Apoio à paralisação dos caminhoneiros

A grande maioria (77%) apoia a paralisação dos caminhoneiros iniciada no último 20 de maio. O apoio se estende por todas as faixas etárias, mas é mais intenso entre os jovens. Dentre aqueles com até 32 anos o apoio chegou a 81% e cai mais de 15 pontos entre os com mais de 33 anos.

  1. Tipos de uso da maconha

Entre os participantes, a grande maioria (95%) faz algum tipo de uso da maconha. Dentre esses, o uso principal é recreativo para 77%, medicinal para 11% e religioso e outros para 6%.

  1. Consentimento da família, gênero e preconceito

A maioria dos entrevistados declarou que a família sabe que são usuários, apenas 13% escondem o fato dos familiares. Do restante, 31% declarou que os familiares não concordam, 26% concordam e 24% são indiferentes.

Apesar disso, dentre os participantes que usam maconha, mais da metade (61%) declarou já ter sofrido algum tipo de preconceito por usar maconha. Ainda sobre a relação com a família, 22% dos participantes acima dos 25 anos tem filhos.

Apesar das mulheres representarem apenas 39% do público presente, 65% do público total concorda que as mulheres sofrem mais preconceito do que os homens por usarem maconha.

  1. Motivações para participar da Marcha

Quando questionados sobre a principal motivação para participar da Marcha da Maconha, os participantes apontam: 57% descriminalização ou legalização da maconha; 14% genocídio negro, violência policial ou encarceramento; 13% liberdade de expressão; 9% direito ao uso medicinal da maconha e 4% curiosidade ou acompanhar pessoas conhecidas.

  1. Religião, partidos e política

Seguindo o padrão verificado em pesquisa de 2016, a maioria dos entrevistados neste ano se identifica com a esquerda (44%), mas uma porcentagem importante não se coloca no espectro esquerda/direita (41%).

Sobre a identificação com partidos políticos, aqueles com maior menção são PT e PSOL com 13% e 12% respectivamente, seguidos de “não sei” (6%). Apesar destas menções ao PT e ao PSOL a maior parte dos participantes não se identifica com nenhum partido representando 61% dos entrevistados. Os outros partidos citados totalizam no máximo 1% cada um.

Quando questionados sobre em quem gostariam de votar para as eleições presidenciais as respostas apontam: Lula (20%); não votam (20%); nulo ou branco (18%), Guilherme Boulos (8%); Ciro Gomes (5%); Marina Silva (5%) e Jair Bolsonaro (1%). Os demais candidatos tiveram menos de 1% de respostas cada.

A baixa adesão aos partidos políticos também se verifica em relação às instituições religiosas. Quando questionados sobre sua religião, a maioria absoluta respondeu “nenhuma” somando 59% dos participantes da Marcha da Maconha. As religiões apontadas foram católica (10%). Com 4% cada aparecem: espírita ou kardecista; evangélica não pentecostal; umbanda. Com 3% aparecem as religiões evangélicas pentecostais. Ainda sobre a dimensão religiosa, 62% concorda que as instituições religiosas não deveriam opinar sobre o uso da maconha.

  1. Pautas relacionadas à legalização e descriminalização de drogas

Sobre a descriminalização de outras drogas (como crack e cocaína), os entrevistados se dividem: 39% a favor, 44% contra e os demais (17%) ficaram reticentes, responderam que depende ou que não sabem. Sobre a procedência da maconha, a maioria absoluta é contra a compra no mercado ilegal (55%). Apenas 27% são a favor e 18% afirmam que depende ou que não sabem. Sobre o uso no espaço público (como ruas e praças), 68% não vê problemas e 32% não concordam ou afirmam que depende.

Quando questionados sobre um possível cenário de legalização da maconha no Brasil, a maioria concorda com o modelo do Estado controlando seu cultivo e comercialização e a maioria é contrária a um modelo de controle do cultivo e comercialização pelas grandes empresas. Sobre estes dados, 52% são favoráveis ao Estado controlar o cultivo e comercialização e 26% são contrários. Já sobre o papel das grandes empresas, 44% são contra as empresas assumirem cultivo e comercialização e 36% são contrários.

A grande maioria (69%) concorda que a guerra às drogas é a responsável pelo encarceramento em massa no Brasil da população pobre e negra. A maioria discorda que a descriminalização beneficiaria apenas a classe média e as pessoas brancas (74%).

Coordenadores da Pesquisa:

Isabela Oliveira Kalil

NEU (Núcleo de Etnografia Urbana e Audiovisual) da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

Marcio Moretto

GPOPAI (Grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação) da Universidade de São Paulo

Pablo Ortellado

GPOPAI (Grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação) da Universidade de São Paulo

Supervisores de campo:

Álex Kalil, Felipe Daniel Paludetti, Gabriela Amaral de Paula Melo, Gabrieline Andrade Correia, Wiverson Azarias, Weslei Pinheiro Maciel.

Pesquisadores de campo:

André Pereira de Oliveira, Álex Kalil, Beatriz Yared e Iriarte, Bruno Teixeira Martins, Dafny Lira, Danilo Catalano, Felipe Daniel Paludetti, Fernando Queiroz dos Santos Munhoz, Gabriela Amaral de Paula Melo, Gabrieline Andrade Correia, Gisele Chaves Pereira, Guilherme de Paula Petelincar, Gusttavo Henrique Luchesi Breves, Isadora Jardim Salazar, Jessica Ferreira Cardoso, Josilene dos Santos, Letícia de Almeida Lopes Cândido, Maria Piedade da Costa, Marina Nascimento Simão, Matheus Farah Tijiwa Birk, Olivia Regina Silva, Paulo Eduardo Alves de Amorim, Rafael França Lima, Renan Gonçalves Coelho, Tabata Pastore Tesser, Thiago Borges do Nascimento Melo, Wiverson Azarias, Marcela Barboza Sena, Weslei Pinheiro Maciel.

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