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Dezembro 18, 2017

Minha primeira bem-sucedida viagem de LSD

No começo de dezembro, o leitor Vinícius Morgado enviou para o Coletivo DAR um relato de sua primeira experiência de sucesso com ácido. A ideia era republicar o texto, que saiu originalmente em seu blog, na nossa seção Cartas na Mesa.

“Essa foi minha primeira experiência psicodélica e talvez uma das mais importantes experiências da minha vida”, disse Vinícius. “Acredito que através do Coletivo DAR ela possa chegar para mais pessoas.”

psychedelic-trees
Minha primeira bem-sucedida viagem de LSD
por Vinícius Morgado.

Após um começo devastador com uma badtrip tendo ataques de pânico por conta do blotter de Nbome em uma balada, eu finalmente tive minha primeira e incrível viagem de LSD. Desta vez com mais tempo e dinheiro consegui comprar um blotter com 260ug de LSD puro para uma rave no final de semana, eu e mais dois amigos compramos três blotters iguais, um para cada (bike 1943).Chegamos na rave as 21h, bem em seu início, ela foi feita em um sítio afastado da cidade em meio a natureza quase intocada. Chegando lá o front estava montado, a batida de hi-tech tocava nas caixas, desenhos, mandalas e imagens psicodélicas se espalhavam e se entrelaçavam com os pinheiros e plantas ao redor. Apesar de um dos meus amigos já conhecer muito bem o local nós insistimos em dar uma volta, era uma ilha cercada por um rio com uma única entrada por terra.

Por causa do rio deveríamos supor que faria frio de madrugada, mas como íamos dropar ácido achamos que isso não faria diferença – iríamos nos arrepender dessa decisão depois.As 22:30h em ponto nós colocamos o blotter em baixo da língua, próximo à pista de dança, e fomos dançar. Em torno de quarenta minutos começamos a sentir seus efeitos, nossos corpos pareciam estar dessintonizados com o ambiente exterior, o calor do nosso corpo e os batimentos do coração dispararam como nunca antes, inicialmente tivemos medo e quase jogamos o doce fora, mas por insistência de um dos meus amigos nós resolvemos continuar até o final, pulando de um lado para o outro com máscaras e chapéus de bruxo. A euforia e sensação de alegria só aumentavam conforme fritávamos no front.

Na primeira hora de efeito meu coração já estavam acelerado, as luzes ganharam tonalidades diferentes e um brilho forte para mim, todo o espaço à nossa volta de repente parecia muito maior do que antes, senti a energia fluindo entre minha pele e o som. Nesse momento um progressive tocando a todo vapor, passando entre nós como ondas quase visíveis, perdemos totalmente a noção de tempo, as próximas horas passaram como minutos na minha mente, nos demos conta que estávamos chegando ao ápice dos efeitos, os galhos no topo das árvores pareciam criar novos ramos na nossa frente, se multiplicando sem nenhuma explicação, as raízes no chão se multiplicavam em novas ramificações, os desenhos psicodélicos agora se mexiam e alteravam sua forma e tamanho, as luzes tinham leves alterações de cores e uma intensidade muito mais forte que antes, senti uma sensação de compaixão, êxtase e alegria que nunca havia sentido antes, podia ver as árvores respirarem, sentia como se estivessem conectadas à nós de alguma forma, na verdade podia sentir como se todos estivéssemos conectados.

Dançamos por mais de cinco horas com poucas interrupções, em sua maioria para tomar água ou ir ao banheiro, poucas vezes me senti tão feliz como naquela noite, nem mesmo visto o mundo com tamanha intensidade. Sem dúvida LSD é algo que todos no mundo deveriam experimentar.

Com o passar do ápice nas primeiras três horas os efeitos visuais diminuíram gradualmente até desaparecerem, porém a energia ainda perdurou por muitas horas, nos permitindo dançar e aproveitar outras atividades da rave de forma mais “sóbria” e com muita energia. Quando o sono e cansaço iminente começaram a bater passamos a sentir o frio da manhã e nos arrependemos de não ter levado um cobertor ou barraca, nos enrolamos em nossas blusas e fomos até o local de alimentação comprar um pão de queijo com café. Aproveitamos o som por mais algumas horas e voltamos para casa quando já era quase meio dia, nem acreditávamos que já havia se passado a madrugada toda, eu tinha a lembrança de colocar o blotter na boca como se tivesse feito isso há poucos minutos, mas o sol já raiava e os efeitos já haviam se dispersado completamente.

Eu poderia resumir aquela madrugada de oito horas como se fossem cinco minutos. Essa foi sem sombra de dúvida uma das experiências mais incríveis de toda minha vida.

A seção Cartas na Mesa é composta por opiniões de leitores e membros do DAR acerca das drogas, de seus efeitos político-sociais e de sua proibição, e também de suas experiências pessoais e relatos sobre a forma com que se relacionam com elas. Vale tudo, em qualquer formato e tamanho, desde que você não esteja aqui para reforçar o proibicionismo! Caso queira ter seu desabafo desentorpecido publicado, envie seu texto para coletivodar@gmail.com e ponha as cartas na mesa para falar sobre drogas com o enfoque que quiser.

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