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Janeiro 13, 2012

Negócio lucrativo e exploração de miseráveis convivem na cracolândia

Folha de S.Paulo

Polícia estima em R$ 1 milhão o valor movimentado por mês com a venda da droga na região

Segundo pesquisa da USP com 923 presos acusados de tráfico, maioria é jovem, pouco escolarizada e pobre

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

O “negócio mais lucrativo do mundo”, o tráfico de drogas, e a exploração de miseráveis, que fazem qualquer coisa por um trocado, ainda convivem na cracolândia.

A região, no centro da cidade, que era frequentada por cerca de 600 viciados em crack por dia antes do início da operação policial para dispersá-los, movimentava R$ 1 milhão por mês com a venda da droga, segundo a polícia.

É um valor muito pequeno para um esquema que pode gerar ganhos de 900% desde a produção da cocaína (base para o crack) na Bolívia (principal fornecedora do Brasil) até o mercado europeu.

Segundo a polícia, um quilo de cocaína é comprado a R$ 7.000 na Bolívia e vendido pelo equivalente a R$ 69 mil na Espanha. Não há um dado exato sobre o Brasil.

Depois, a cocaína é partilhada, misturada, transformada ou não em crack e oferecida ao consumidor, num processo de multiplicação dos ganhos.

Mas os grandes favorecidos por esses lucros não são vistos nas ruas.

No ano passado, o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) prendeu 210 pessoas vendendo crack nas proximidades das ruas Helvétia e Guaianases, no coração da cracolândia.

A grande maioria foi considerada varejista, aquele que faz a ligação entre o produtor e o consumidor.

CRACK SEM BARÃO

Também foram presos donos de laboratórios de refino e produção, mas a polícia não conseguiu estabelecer nenhuma conexão entre eles.

“Não encontramos um barão do crack. Quando é preso o dono de um laboratório, outro surge para suprir à demanda”, diz Wagner Giudice, que completa hoje um ano como diretor do Denarc.

Isso não significa que o tráfico seja coisa de pequenos ou amadores, apenas sua parte visível o é.

Segundo Giudice, a polícia sabe que existem até “sócios investidores”, pessoas que não querem se envolver diretamente com a droga, mas que financiam o negócio atraídos pela alta rentabilidade.

Maria Gorete Marques de Jesus, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, coordenou pesquisa, lançada em dezembro, com presos acusados de tráfico e identificou um perfil que revela pouca idade, baixa escolaridade e situação econômica difícil.

Foram analisados 923 casos. A maioria (54%) tinha de 18 a 29 anos e apenas o ensino fundamental (80%); 61% foram atendidos pela Defensoria Pública, por não poder pagar advogados.

“Falta investigação para saber quem de fato é o traficante em São Paulo. Esses presos são, muitas vezes, pessoas que repassam a droga para sustentar o próprio consumo”, afirma Gorete.

Relatos ouvidos na cracolândia dão conta da situação de outros miseráveis. Paulo Novaes, taxista que circula pela região, afirma que sempre é abordado por pessoas “enlouquecidas” pedindo dinheiro. “Outro dia, uma menina que aparentava ter 16 anos me pediu R$ 5. Disse que faria o que eu quisesse pelo dinheiro.”

R$ 5 é quanto custa uma pedra de crack.

Os números do crack

NA CRACOLÂNDIA

210
número de acusados de tráfico presos em 2011

120 kg
total de cocaína ou crack apreendidos no mesmo ano

R$ 1 mi
valor que o tráfico movimenta na região em um mês no tráfico

3 kg
total de crack produzido com 1 kg de cocaína

900%
diferença entre o preço do quilo de coca comprado na Bolívia e vendido na Espanha

Fonte: Denarc

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