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Janeiro 28, 2010 Marcha da Maconha mobiliza Acampamento da Juventude
Por Júlio Delmanto, Revista Caros Amigo s
Já é uma tradição: em toda edição do Fórum Social Mundial um dos espaços com maior público é o organizado pela Marcha da Maconha. Em 2010 não foi diferente. Realizado no Acampamento Internacional da Juventude (AIJ), o evento contou com ao menos 300 participantes, e foi precedido de um longo debate sobre polÃticas de drogas no Brasil e no mundo. Segundo Laurence Gonçalves, professor de História e um dos organizadores do espaço, “o tráfico de drogas é um braço do capitalismo que oprime principalmente os pobresâ€. Segundo ele, os debates sobre o assunto surgem espontaneamente em todas as edições do Fórum também por conta da “opressão individual†sentida pelos usuários de substâncias ilÃcitas.
“ As pessoas têm dificuldade de se organizar coletivamente para debater algo que é de caráter privadoâ€, apontou Laurence. Durante o debate, as intervenções variaram de análises da conjuntura internacional da polÃtica de drogas até demandas mais especÃficas dos usuários, passando por apontamentos que contextualizavam os interesses por trás da proibição de algumas substâncias, o que gera violência, corrupção e tensões geopolÃticas internacionais. Na avaliação dos organizadores do evento, a discussão também serve como estÃmulo para que surjam novas articulações regionais para realização de novas Marchas da Maconha pelo Brasil – o evento ocorre tradicionalmente no mês de maio, em diversas cidades do planeta.
“ Se essa boca, se essa boca fosse minha / eu mandava, eu mandava desarmar†cantaram os manifestantes, que circularam animadamente pelo acampamento, onde há duas mil pessoas – o que indica que mais de 10% dos acampados estavam na Marcha.
O ato foi marcado por batucadas e músicas improvisadas na hora ou já conhecidas, como as de Bezerra da Silva, além de muita descontração. Uma viatura da Guarda Municipal de Novo Hamburgo acompanhou parte do trajeto, sem interferir em momento algum nem se incomodar com os gritos de “ei, polÃcia, maconha é uma delÃciaâ€.
Alguns dos manifestantes já haviam formado um bloco pró legalização durante o ato inaugural do Fórum, na segunda-feira, e propostas de atuação conjunta foram esboçadas, como a realização de um abaixo assinado propondo a votação de um projeto de lei. Houve discussões acerca da necessidade ou viabilidade de tal medida, assim como acerca de seu conteúdo – a proposta restringiria-se a uma legalização da maconha ou englobaria todas as drogas? Esta e outras questões ainda seguem em aberto dentro movimento que tem ganhado força continuamente nos últimos anos, mesmo com a proibição da realização da Marcha em algumas capitais, como São Paulo. Os debates sobre o tema prosseguem no AIJ nesta quinta-feira, com um espaço sobre Redução de Danos, entendimento do controle dos efeitos maléficos do abuso no uso de drogas através do autoconhecimento e do auto controle.
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