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Março 04, 2010

Liberdade para todas as fêmeas, sejam canábicas ou humanas

Mulher e Maconha 

Por Helena Ortiz*, para o Growroom

O tema sempre foi polêmico, mas silencioso. Agora, no entanto, ganha as ruas, ou pelo menos as páginas dos jornais. A luta pela legalização está nas manchetes, nas enquetes, nas discussões, nas roda de fumo e mesmo nas que ele passa longe. Ficou até fashion depois da circulação da Revista do Globo abordando o plantio de maconha em casa sob o título Agricultura de subsistência.

Se o tema é polêmico, melhor não perder o ímpeto. E por isso me reporto à a questão levantada por uma pessoa da platéia (um homem) no evento (sim, amigos, evento) promovido pelo Jornal O Globo na Oi Futuro, no Flamengo, em dezembro. Tratava da pouca participação (ou da ausência dela) das mulheres no movimento.

O tema não é novo. As mulheres são preteridas em qualquer movimento, oficial ou alternativo. Não que elas não fumem, plantem ou tenham argumentos interessantes, apenas não aparecem. Quando aparecem, muitas vezes são expostas como mais um objeto de desejo (e porque não dizer, consumo!?), ao lado de plantas vigorosas ou berlotas suculentas, como no site Garotas 420, em concursos de Miss Maconha.
Do “Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir, para cá, o movimento feminista arrefeceu. As mulheres, conquistados os direitos básicos, como o do voto e do divórcio, hoje em dia pensam que tudo sempre foi assim e se preocupam em conservar seus divinos corpos com a magia da indústria, isto é, cirurgia plástica e cosmética.

Não há dúvida de que a recém famosa Geisy, da UNIBAN, com sua exígua mini-saia, não tinha nem noção do que estava fazendo e nem imagina que em outros tempos usar mini-saia também foi uma luta. Mas conquistou um lugar no Carnaval.

Alguém há de dizer que a situação mudou e que muitas delas ocupam cargos importantes na sociedade. É verdade. Algumas delas, mas muito poucas em relação ao número de mulheres, hoje maioria populacional no Brasil. Regra geral, as mulheres continuam recebendo salários mais baixos e precisam mostrar, como os negros e outras “minorias” dupla capacidade. E ainda seguem com as responsabilidades da criação dos filhos e cuidados com a casa. Isso, sem falar na violência a que são submetidas metodicamente.

Nesse cenário, o movimento pela legalização não poderia ser diferente. As mulheres estão lá, não há dúvida, mas na retaguarda. São as namoradas, as companheiras, as colegas – nunca estão à frente, apenas por perto.

A repressão é funda e foi bom que a questão tenha sido levantada. É bom que as mulheres vejam que a sua ausência está sendo notada. É bom que se liguem que a causa da legalização é a causa da segurança. Hoje são mocinhas, amanhã serão as mães que perderão seus filhos na guerra diária.

É bom que se liguem que o preconceito contra a mulher está até nos movimentos que lutam contra um preconceito específico; que uma luta não anula a outra.

Deixo aqui, portanto, um alerta aos organizadores das Marchas e aos ativistas em geral – para uma causa ampla, participação ampla.
Para as mulheres, – um chamado: o mundo é vosso – voz e vontade.
Vale o querer.

PS: Vale lembrar que só as fêmeas da maconha produzem a resina que tanto lutamos para libertar. Liberdade, portanto, para todas as fêmeas, sejam elas canábicas ou humanas.

*Helena Ortiz é escritora.

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