Do Coletivo Acorda
Do NETPSI:
Redução de Danos é uma estratégia de saúde pública que busca controlar possÃveis consequências adversas ao consumo de psicoativos -lÃcitos ou ilÃcitos – sem, necessariamente, interromper esse uso, e buscando inclusão social e cidadania para usuários de drogas.
Por que fazer Redução de Danos?
Grande parte de usuários de drogas que faz uso problemático não consegue ou não quer parar de usá-las. Essas pessoas encontram nos Programas de Redução de Danos quem as aceita e oriente, de modo a evitar consequências mais graves do uso.
Do total de casos notificados – CN – DST/Aids – MS (set-2000):
· 25% estão associados direta ou indiretamente ao uso de drogas injetáveis;
· 38,2% das mulheres portadoras de Aids contraÃram o vÃrus pelo uso de drogas injetáveis ou através de parceria sexual com usuários de drogas injetáveis;
· 36% dos casos de Aids pediátrica apontam a mãe ou sua parceria sexual com uso de drogas injetáveis. Além disso, 85% dos usuários de drogas injetáveis informam compartilhar equipamento de uso e 52% deles estão infectados pelo HIV, 60% por hepatite “C”.
Redução de Danos funciona?
· 23% dos usuários atendidos pelos PRD (Programas de Redução de Danos) procuraram tratamento para dependência quÃmica.
· Nos paÃses onde foi implantada precocemente, como na Austrália, a taxa de infecção pelo HIV entre UDI se mantém abaixo de 5%.
· Em todos os locais onde os PRDs funcionam, melhora o acesso dos UDI aos cuidados de saúde e à qualidade de vida
A Contituição brasileira diz “todos são iguais perante a lei” e não” todos são iguais, exceto homossexuais, trabalhadores do sexo, pobres e usuários de drogas”.
Fonte: Redução de Danos Saúde e Cidadania – CN DST/Aids – MS
Todo uso de drogas causa danos?
Não, nem todo o consumo de substâncias psicoativas (categoria genérica à qual pertencem as substâncias que denominamos “drogas”) é necessariamente danoso à saúde nem caracteriza “doença mental”.
A Redução de Danos surgiu como resposta a um contexto no qual os padrões de uso evidenciam riscos e danos potenciais – de transmissão de agentes infecciosos, além de danos à saúde decorrentes do próprio consumo de substâncias. Contribui, portanto, diretamente para o uso mais seguro de drogas pelos usuários de drogas e, indiretamente, para reavaliar o mito de que todo contato com as drogas seria invariavelmente perigoso.
Exemplos de Proposta de Redução de Danos
De álcool: ingestão de água e lÃquidos não alcoólicos e de vitaminas do complexo B, nutrição adequada, evitar atividades incompatÃveis com embriaguez.
De crack: beber muito lÃquidos; usar cachimbo individual e com filtro; reservar tempo para dormir e comer; misturar maconha com crack ou trocar o crack pela maconha.
De cocaÃna: beber muita água; usar equipamento próprio seja para cheirar ou para se injetar (seringas só individuais e limpas; fracionar as doses; lavar as mãos antes de preparar doses injetáveis; usar água destilada; injetar lentamente para avaliar o efeito.
De tabaco: reduzir o número de cigarros, não usar os “baixos teores” que levam ao consumo de maior número de cigarros para obter a mesma satisfação, portanto, com mais risco de câncer; tentar outras fontes de nicotina: adesivos, gomas de mascar; aumentar a ingestão de alimentos ricos em vitamina C; controlar outros fatores de risco para infartos: obesidade, sedentarismo, ansiedade.
De todas que alteram as funções motoras e cognitivas: usar em companhia de alguém sóbrio; respeitar os direitos alheios, evitar uso em situações incompatÃveis com os efeitos (ex: dirigir, trabalhar, esportes radicais, nadar sozinho); Não se envolver com violência, se cuidar; usar camisinha sempre.
Redução de danos é incentivo ao uso de drogas?
Não. Os Programas de Redução de Danos não incentivam o uso nem distribuem drogas. A distribuição de material preventivo visa a proteçãoà saúde.
Pode ser feita no Brasil?
Troca e fornecimento de material de prevenção para usuários de drogas injetáveis é polÃtica de saúde pública no Brasil, desde 1994. Há leis estaduais e municipais que a regulamentam ou em tramitação em vários locais (veja o mapa), assim com está tramitando uma lei federal.
Vale a pena?
Só pelo resgate de pessoas que de outro modo continuariam marginalizadas e vulneráveis já vale. Além disso, a relação custo-benefÃcio é muito boa: cada caso de Aids custa ao paÃs, pelo menos , US$ 3,000,00/ano, só em medicamentos, enquanto o atendimento a cada UDI custa US$ 29.00/ano.
Fonte: Redução de Danos Saúde e Cidadania – CN DST/Aids – MS