Nesta terça-feira o Coletivo DAR organizou, com apoio de Gema, Ibccrim e Matilha Cultural, o evento Drogas e eleições 2010, no qual convidamos candidatos a deputado no estado de SP para debater alternativas à polÃtica de drogas brasileira. Estiveram presentes na conversa, mediada por Cristiano Maronna, os candidatos Paulo Teixeira (PT), Eduardo Amaral (PSOL) e Ale Youssef (PV).Fiquem ligados que em breve disponibilizaremos vÃdeos do evento!
Com larga experiência de mandatos, Teixeira apresentou seu trabalho no sentido de abrir o debate sobre drogas no governo e no congresso. Defendeu o caminho até uma regulamentação restrita das drogas, num ambiente em que legalização e controle social convivem no sentido de polÃticas pautadas pela redução de danos e pelos direitos humanos. Citou o exemplo Português, e se mostrou convicto quanto à insuficiência da alternativa que mexa meramente na criminalização do usuário, mantendo o traficante sob foco da repressão, e se comprometeu a levar projeto de lei ao congresso, mesmo que não seja reeleito.
Alê Youssef foi por muito tempo militante do PT, chegando a ser secretário de Marta Suplicy quando era prefeita. Parou um pouco com a polÃtica, se dedicando a sua casa de shows Studio SP, na Augusta. Volta à cena agora, candidato pelo PV, com bandeiras voltadas para os jovens, como incentivo à cultura alternativa, economia criativa e descriminalização das drogas. Relacionou o tema à outras bandeiras de direitos humanos, como a união civil homossexual, e lembrou como nossa polÃtica institucional e eleitoral anda cada vez mais esvaziada de debates de projeto. Defendeu Marina Silva, e classificou como preconceituosas as crÃticas que questionam a objeção da candidata ao aborto legal e à descriminalização das drogas seriam por conta de sua religiosidade.
Eduardo Amaral tem menos experiência em polÃtica instutcional, mas não fica aquém em matéria de conteúdo. Como bom professor, falou articulada e pausadamente, relacionando a questão das drogas tornadas ilÃcitas com a educação, com a concetração dos meios de comunicação e com o modelo de sociedade em geral. Lembrou da hipocrisia de uma sociedade – mesmo termo utilizado por Teixeira – que estimula a medicação excessiva de ritalinas e antidepressivos da vida e bloqueia o diálogo em relação a outras drogas, através da proibição. Assim como Youssef, criticou o pragmatismo reinante na polÃtica atual, lembrando da opção do PT pela governabilidade, em detrimento de seu passado socialista.
Após as considerações iniciais, os candidatos conversaram sobre os limites de seus próprios partidos, alternativas para os envolvidos hoje no comércio de drogas num possÃvel cenário de legalização, sobre a proibição da Marcha da Maconha, plebiscito da legalização da maconha na Califórnia e sobre a insuficiência da descriminalização do consumo sem maior regulamentação de produção e venda.
Este breve relato se completa em breve, com a publicação dos vÃdeos do evento. Agradecemos a presença dos candidatos, do mediador Maronna e de todos os presentes e espectadores da transmissão pelo Growroom. Mesmo com nossas limitações, esperamos ter contribuÃdo para o fomento deste importante debate no momento das eleições, com a certeza de termos dado espaço a candidatos que de fato merecem ser ouvidos.