21 de janeiro de 2011, da rede BBC
Tradução Coletivo DAR
A BolÃvia lançou uma ofensiva diplomática para tentar acabar com o banimento internacional da folha de coca mascável.
O Ministro do Exterior David Choquehuanca está numa viagem pela Europa em uma tentativa de ajuntar apoio para modificar o tratado da ONU sobre drogas banidas no intuito de descriminalizar a coca mascável.
A coca tem sido usada nos Andes por milhares de anos, é um estimulante brando e uma erva medicinal sagrada.
No entanto, é também o material bruto para a produção de cocaÃna ilegal e se espera que os EUA se oponham à impreitada.
Enraizada
A BolÃvia quer modificar a Convenção Única sobre Drogas da ONU para remover conteúdos que banem o ato do mastigar a folha de coca.
A convenção estipula que a mastigação de coca deveria ser eliminada dentre 25 anos após o começo da aplicação da convenção, em 1964.
A BolÃvia sustenta que a convenção é discriminatória, uma vez que o uso da coca é muito enraizado nas culturas indÃgenas dos Andes.
Sua proposta deixaria no lugar um conteúdo que tornaria a coca uma substancia controlada.
A Espanha já se prontificou em apoiar a campanha boliviana.
O Ministro do Exterior espanhol Trinidad Jimenez disse à Choquehuanca em Madri que ela “compreendia†a demanda boliviana e tentaria fazer a mediação com outros paÃses europeus que estariam pensando em objetar.
Dois paÃses que recentemente objetaram contra a mudança – Colombia e Macedonia – retiraram suas objeções após o lobby boliviano.
Identidade
Mas na quinta-feira (20/01), os EUA mandaram uma carta à ONU dizendo serem contra a movimentação.
Um oficial anônimo do departamento de estado disse à agencia de notÃcias AFP que a modificação proposta “introduziria uma ambiguidade nos termos dos controles sobre a folha de cocaâ€.
Os EUA, o maior consumidor de cocaÃna do mundo, tem liderado esforços para eliminar a produção da coca nos Andes por décadas.
O oficial disse que remover todas as referencias à coca mascável do texto da convenção enfraqueceria a luta contra as drogas.
Os EUA esperam que outros paÃses os acompanhem na objeção. O prazo para as objeção serem feitas vão até dia 31 de janeiro.
Evo Morales, presidente da BolÃvia, tem advogado faz tempo pelo reconhecimento da coca como planta de grande relevância medicinal, cultural, e religiosa, e que ela é distinta da cocaÃna.
Além de ser o primeiro lÃder de Estado indÃgena na BolÃvia, Evo é também o lÃder dos cocaleiros.
“Como é possÃvel que a folha da coca, que é o sÃmbolo da nossa identidade ancestral, seja penalisada?†ele indagou aos repórteres na sexta-feira antes de despachar Choquehuanca em seu tour diplomático.
Na terça-feira, a BolÃvia lançou seu último produto mirando a industrialização da folha de coca e oferecendo um mercado para os cultivadores para que suas safras não acabem se tornando matéria prima para a cocaÃna ilegal.
Uma companhia boliviana lançou a Coca Brynco, um refrigerante feito de extrato de folha de coca.
Os produtores esperam que isso desafiará o mercado de um outro refrigerante originalmente feito com coca – o clássico americano, a Coca-Cola.