Com elogios à polÃtica do Presidente mexicano Felipe Calderón no combate ao narcotráfico, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton regressou ao México e prometeu um apoio de 500 milhões de dólares.
Por Isabel Gorjão Santos, jornal Público
“Não à s armas! Não à violênciaâ€, gritaram alguns manifestantes quando Clinton chegou a Guanajuato, a cerca de 370 quilómetros a Norte da Cidade do México. É a segunda visita da secretária de Estado norte-americana em menos de um ano.
Clinton não poupou elogios à polÃtica de combate ao narcotráfico de Felipe Calderón. “É muito importante sublinhar que o Presidente Calderón fez o que um dirigente deve fazer, e é por isso que o Presidente Obama, eu mesma e o nosso Governo o apoiamosâ€, disse a secretária de Estado norte-americana.â€O que tem feito o Presidente Calderón é absolutamente necessárioâ€, acrescentou.
Mas no México, e sobretudo na região junto à fronteira com os EUA, a violência não dá sinais de abrandar. A guerra do narcotráfico já causou mais de 34 mil mortes desde que Calderón chegou ao poder, em 2006, e mais de 15 mil só no ano passado. Ainda assim, Clinton disse que “existe um plano†e que é necessário “seguir em frenteâ€, e sublinhou que o desafio passa não só por combater os cartéis da droga mas também por reformar o sistema de justiça.
Em Guanajuato a secretária de Estado norte-americana encontrou-se com a ministra dos Negócios Estrangeiros mexicana, PatrÃcia Espinosa, antes de partir para a Cidade do México, para um encontro com Calderón. Garantiu que, em conjunto, os dois paÃses estão a tomar medidas para resolver “problemas comuns†e adiantou que os EUA irão disponibilizar cerca de 500 milhões de dólares, incluindo 60 milhões para equipas de inspecção especializadas em tráfico de armas e lavagem de dinheiro, adiantou o diário espanhol “El Mundoâ€.
Após o encontro com Espinosa, Clinton deu uma conferência de imprensa mas recusou responder a perguntas sobre o conteúdo das mensagens recentemente divulgadas pelo “site†WikiLeaks em que diplomatas norte-americanos criticam a descoordenação entre as forças de segurança mexicanas e manifestam dúvidas em relação aos serviços de informações. Nessas mensagens são ainda referidas preocupações quanto ao controlo da fronteira entre os dois paÃses, mas quanto a isso a secretária de Estado norte-americana respondeu apenas que “a relação bilateral entre os Estados Unidos e o México nunca foi mais forteâ€.
É dos Estados Unidos que chega a maior parte das armas ilegais usadas pelos cartéis da droga mexicanos, daà os inúmeros apelos das autoridades mexicanas a uma maior cooperação por parte de Washington. Entre os EUA e o México foi já assinado um acordo para formação de forças de segurança, designado Iniciativa Mérida, que custará 1300 milhões de dólares e estará em vigor ao longo dos próximos três anos.
Veja também denúncias da Human Right Watch sobre papel do Exército mexicano na guerra as drogas e outra notÃcia publicada sobre o tema acima, ambas em espanhol, no site do diário mexicano La Jornada