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Novembro 23, 2011

Novo chefe da Rota atuou em massacre do Carandiru

Folha de S.Paulo

Tenente-coronel estava em andar onde maioria das 111 vítimas foi morta em 1992

Oficial afirma que episódio foi ‘resultado do confronto entre detentos e policiais’ e que cumpriu seu dever

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Andre Vicente/Folhapress
O tenente-coronel Madia, novo comandante da Rota
O tenente-coronel Madia, novo comandante da Rota

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou um dos 116 acusados do massacre do Carandiru, em 1992, para comandar a Rota, espécie de tropa de elite da PM paulista.

O tenente-coronel Salvador Modesto Madia, 48, substituirá o coronel reformado Paulo Telhada, que comandou a tropa de 2009 até a sexta passada, quando se aposentou.

Essa será a terceira passagem de Madia pela Rota -a primeira em que estará no comando de todo o batalhão.

As duas primeiras foram de 1986 a 1988 e de 1991 a 1993. Nesta última, participou como tenente da operação que deixou 111 presos mortos no pavilhão 9 da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru, zona norte da capital.

Madia integrava um grupo de PMs que entrou no segundo andar do rebelado pavilhão 9, onde 78 presos foram mortos. O grupo do qual fazia parte o novo chefe da Rota responde por 73 mortes -seu caso ainda não foi julgado.

Madia já comandou dois batalhões da PM na zona sul e a divisão operacional do Estado Maior do Comando de Policiamento de Choque da Capital, que agrega a Rota.

Nascido em Sorocaba (99 km de São Paulo), vai completar 30 anos de PM em janeiro.

Questionado sobre a participação no massacre, o tenente-coronel disse que o episódio de 1992 foi “resultado do confronto entre detentos e policiais”. “Cumprimos o nosso dever”, disse à Folha.

O oficial disse ainda que seu maior orgulho na PM é trabalhar como “agregador”.

Ao assumir a chefia da Rota, um batalhão com 820 PMs, Madia disse ontem ter a intenção de “dar prosseguimento ao bom trabalho de seu antecessor, Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada”, de quem é amigo próximo.

‘LADRÃO MORTO’

O ex-chefe da tropa tem 33 anos de PM. No período, ele afirma ter matado 36 criminosos que resistiram à prisão.

Telhada usa o bordão “ladrão bom é ladrão morto”.

Levantamento publicado ontem pelo jornal “Agora”, do Grupo Folha, mostra que os casos de “resistência seguida de morte” com PMs da Rota aumentaram 63,16% durante a gestão de Telhada.

O comando da PM diz que o aumento das mortes ocorreu porque a Rota passou a atuar mais, o número de prisões cresceu 150% e, consequentemente, os casos de resistência e morte também.

Agora, Telhada deve seguir carreira política. A Secretaria da Segurança Pública diz desconhecer tal pretensão.

***

Estado de S. Paulo

Réu no caso Carandiru assume a Rota

Coronel Modesto Madia e outros 28 policiais são acusados de matar 76 presos no processo do massacre na Casa de Detenção, em 1992

Marcelo Godoy e William Cardoso, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Réu no processo do massacre da Casa de Detenção de São Paulo, o tenente-coronel Salvador Modesto Madia foi nomeado ontem o novo comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Madia não é qualquer réu no processo. Depois do coronel Ubiratan Guimarães – absolvido da acusação de ser responsável por 102 das 111 mortes -, Madia e outros 28 policiais são acusados de matar 76 presos no Pavilhão 9 do presídio, que ficava no Carandiru, zona norte de São Paulo.

O massacre de 111 presos aconteceu no dia 2 de outubro de 1992 e é considerado um divisor de águas dentro da PM. Na época, uma briga entre detentos do pavilhão provocou uma rebelião. A Tropa de Choque foi chamada para abafar a revolta e retomar o controle. De acordo com a denúncia, os 80 policiais invadiram o pavilhão e mataram os presos – nenhum oficial morreu. Depois do massacre, dezenas de PMs foram afastados da Rota, o então secretário da Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, pediu demissão e a PM criou programas de controle da violência letal.

O anúncio de Madia para assumir a Rota foi feito ontem pelo comando da Polícia Militar e pela Secretaria da Segurança Pública. É uma aposta por ele ser um integrante da corporação respeitado pela tropa.

A escolha recebeu críticas de entidades de defesa dos direitos humanos. “Alguém que participou do massacre do Carandiru não pode receber nem promoção, quanto mais chegar a um cargo tão sensível quanto o comando da Rota”, afirmou o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas.

Em nota divulgada ontem, o coronel prometeu combater “o crime com inteligência” e disse estar orgulhoso. Ele substituirá o tenente-coronel Paulo Adriano Telhada, que se aposentou na semana passada. Madia, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, era o quarto homem na linha de comando da tropa que retomou o 2.º andar do Pavilhão 9. Sob o comando do então capitão Valter Alves Mendonça, a tropa que ali atuou matou 76 dos 111 presos. Em média, cada um deles recebeu 4,5 tiros – a maioria na cabeça e no tórax. Muitos dos detentos foram atingidos nas costas. Os PMs alegam legítima defesa.

O nome do novo comandante da Rota está na folha 32 da denúncia. A 2.ª Vara do Júri de São Paulo decidiu mandar Madia e os demais réus a julgamento pelas mortes – até agora, só o coronel Ubiratan foi julgado – e pelo espancamento de presos depois de controlado o motim. Os réus recorreram da decisão e aguardam decisão do Tribunal de Justiça para saber se vão ou não a júri.

Confronto. Madia já havia trabalhado de 1986 a 1988 e de 1991 a 1993 na Rota e era o chefe operacional do Comando de Policiamento de Choque (BPChoq). Desde 2009, a Rota se transformou em um dos principais instrumentos de combate ao crime organizado no Estado. Madia negou que seu grupo tenha assassinado 76 pessoas, disse que tudo o que tinha para falar está relatado nos autos e que tem “total tranquilidade quanto ao que ocorreu”. Ele nega as execuções. “Foi confronto. Tenho certeza, tanto que deponho assim”, disse. Ele não vê problema em ser um dos acusados pelo massacre e assumir a Rota. “São atos inerentes à função do PM.”

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