EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
O programa federal de combate ao crack, com algumas adaptações, se parece com o modelo implantado desde julho de 2009 pela Prefeitura de São Paulo.
Até o mês passado, a prefeitura fez 11 mil encaminhamentos médicos e 2.180 internações -inclusive 152 compulsórias-, com resultado praticamente invisÃvel.
Apesar das ações da prefeitura, as ruas da cracolândia, na região central de São Paulo, continuam cheias de viciados dia e noite. A ponto de a prefeitura mudar o itinerário de linhas de ônibus para evitar que cruzassem a região, conhecido ponto de consumo e venda de crack durante todo o dia.
“A atração [pela droga] continua muito grande. Das internações que nós fazemos, muitas são da mesma pessoa. A reincidência tem sido muito grande por falta de incentivo para o viciado aderir a programas de tratamento”, disse o secretário municipal de Saúde, Januário Montone.
Ele defende o modelo implantado em São Paulo e elogia o programa federal lançado ontem, mas diz ter se decepcionado com falta de propostas de mudanças na legislação para melhorar, principalmente com relação à possibilidade de obrigar o usuário de droga a se tratar.
MODELO
O lançamento do programa federal deve aumentar o repasse de recursos para a Prefeitura de São Paulo utilizar no combate ao crack.
Montone disse que a prefeitura não vai criar os ambulatórios de rua propostos pelo Ministério da Saúde.
Apesar disso, segundo ele, o ministério reconheceu o programa Saúde nas Ruas -equipes de médicos, psicólogos e agentes de saúde- e vai ajudar a financiá-lo.
Também haverá recursos federais para as comunidades terapêuticas -clÃnicas particulares, algumas ligadas a igrejas, hoje pagas integralmente pela prefeitura.
O governo federal vai enviar verba também para a moradia provisória de pacientes que tenham feito tratamento -a prefeitura promete criar dez no inÃcio de 2012.