Do Paulo F. blogLuiz Nassif
Da Radio Nederland Wereldomroep
Drogas: América Latina pela descriminalização
Por Marta Garrido(Foto: Governo da Guatemala)
Colômbia, Guatemala e El Salvador se mostram dispostos a debater sobre a importância de descriminalizar o consumo de drogas leves na região apesar das negativas dos Estados Unidos.
p>“A proposta é arriscada, mas é muito importante que se debataâ€, afirma Mario Polanco, diretor do Grupo de Apoio Mútuo de Guatemala (GAM). “O melhor é que esta ideia não seja assumida só por um paÃs mas por todos, principalmente pelo triângulo norte: Guatemala, Honduras e El Salvadorâ€, disse Polanco à Radio Nederland.
Por hora, o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, e seu homólogo em Colômbia, Juan Manuel Santos, expressaram que estão dispostos a promover que em seus paÃses se debata a possibilidade de descriminalizar as drogas. Em março acontecerá a cúpula dos presidentes da América Central em San Salvador. Ali, Otto Pérez Molina proporá esta ideia aos demais presidentes da região.
“É bom que esta proposta saia de um paÃs pequeno como Guatemala, que além disso, é base do narcotráfico do sul ao norte. Porque nós somos os que sofremos com vÃtimas fatais. Descriminalizar o consumo de drogas poderia ser uma solução para acabar com este problema de violência e mortes no paÃsâ€, diz Polanco.
A posição do presidente de El Salvador, Mauricio Funes, gerou polêmica. Em um encontro com Pérez Molina, Funes expressou seu apoio a debater a descriminalização do consumo de drogas leves. No entanto, estando em San Salvador, Funes retratou publicamente a ideia.
Os Estados Unidos já responderam: materializar essa proposta suporia “uma ameaça à saúde e segurança públicaâ€, motivo pelo qual se negam, de antemão, inclusive a debater.
Para Polanco, a posição dos estadunidenses supõe uma barreira difÃcil de transpor. “Guatemala continua sendo um paÃs muito dependente dos Estados Unidos pelo que não será fácil elaborar uma proposta contrária, já que podem exercer muita pressãoâ€, diz o GAM.
União regional
Segundo o presidente guatemalteco, México e Colômbia também se somam ao apoio da proposta. Ele diz já ter conversado sobre a descriminalização das drogas com Felipe Calderón e Juan Manuel Santos, ainda que, até agora, estes ainda não se pronunciaram a respeito.
Diante de tudo, Mario Polanco destaca que “o importante é que já começam a escutar este tipo de vozes que, eventualmente, se converterão em uma realidade nesta problemática da drogaâ€.