Relatório divulgado nesta terça-feira, 28, pela Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que a maconha continua sendo a principal droga usada na América do Sul. A prevalência anual de abuso de maconha atingiu 3% da população da região entre 15 e 64 anos, ou seja, cerca de 7,6 milhões de pessoas, em 2009.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), cerca de 20% da maconha usada no Brasil têm origem doméstica e 80% entram no paÃs pelo Paraguai. Em 2010, as autoridades brasileiras destruÃram 2,8 milhões de plantas de cannabis, incluindo mudas, e apreenderam mais de 155 toneladas da erva.
A cocaÃna é a principal droga usada por pessoas que se submetem a tratamento por problemas com substâncias quÃmicas na América do Sul. Segundo o relatório da Jife, em 2010, as apreensões de cocaÃna, tanto na forma de base quanto na de sal, diminuÃram em vários paÃses da região, incluindo a Argentina, Colômbia, o Equador, Uruguai e a Venezuela, se comparadas ao ano anterior.
A quantidade total de cocaÃna apreendida diminuiu de 253 para 211 toneladas na Colômbia, e de 65,1 para 15,5 toneladas no Equador. De 2009 a 2010, a quantidade total de cocaÃna apreendida no Peru aumentou em quase 50%, indo de 20,7 para 30,8 toneladas. Em 2010, um aumento da quantidade de cocaÃna apreendida também foi relatado pela BolÃvia (29,1 toneladas), pelo Brasil (27,1 toneladas), Chile (9,9 toneladas) e Paraguai (1,4 toneladas).
Em 2010, a área total de cultivo ilÃcito de arbusto de coca na América do Sul era 154,2 mil hectares,
6% menos do que em 2009. A área sob cultivo ilÃcito diminuiu significativamente na Colômbia e teve ligeiro aumento no Peru. No entanto, não houve mudança considerável no cultivo de coca na BolÃvia.
De acordo com o relatório, a Interpol (organização internacional que ajuda na cooperação de polÃcias de vários paÃses) e o Unodc estimam que o mercado ilÃcito global de cocaÃna valha mais de US$ 80 bilhões. Desde 1998, o mercado ilÃcito de cocaÃna na América do Norte, que corresponde a 40% do mercado, tem diminuÃdo, enquanto a demanda por cocaÃna na Europa, responsável por 30% do mercado, tem aumentado.