O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem que o comandante da PolÃcia Militar no Grande ABC, coronel Roberval França, irá assumir o posto máximo da corporação no Estado. Roberval, que comandou o CPA/M-6 (Comando de Policiamento de Ãrea Metropolitana 6) por pouco menos de um ano, assumirá como comandante-geral no lugar do coronel Ãlvaro Batista Camilo, que deixou o cargo na segunda-feira. Há duas semanas, Camilo esteve em São Caetano para a solenidade em homenagem aos 37 anos do comando regional.
A atuação de Roberval à frente da PolÃcia Militar na região teve inÃcio em junho e foi marcada por avanços tecnológicos e queda nos Ãndices de criminalidade. Entre fevereiro de 2011 e o mesmo perÃodo do ano anterior, o número de homicÃdios no Grande ABC teve queda de 44%, enquanto os latrocÃnios caÃram a zero, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Furtos de veÃculos tiveram baixa de 17% e os roubos em geral foram 22% menores em relação ao mesmo perÃodo do ano passado.
Em novembro, as viaturas da região foram as primeiras do Estado a receberem câmeras, projeto ainda em fase de teste. Roberval liderou a elaboração do mapa do crime, conjunto de estatÃsticas com análise sobre a criminalidade nos sete municÃpios. A principal conclusão do estudo é que 54% dos casos de furto e roubo de automóveis na região estão ligados ao tráfico de drogas.
O trabalho do coronel também foi marcado pelo combate aos chamados pancadões. Grande parte das ações foi concentrada em bairros de Diadema. Outra inovação, anunciada em março, é o projeto de levar aulas sobre ordem urbana e cultura de paz às universidades do Grande ABC.
A postura de Roberval gerou polêmica na última semana, quando o coronel se reuniu com a Prefeitura de Diadema e convenceu o prefeito Mário Reali (PT) a barrar a realização da Marcha da Maconha no municÃpio, marcada para maio.
SEGUNDA VEZ
Esta é a segunda vez que um comandante da região assume o comando geral da PolÃcia Militar no Estado. Em 1993 o coronel João Sidney de Almeida foi nomeado para o posto no lugar do coronel Eduardo Assumpção. A substituição foi feita pelo então governador Luiz Antônio Fleury Filho.
Passagens pela Rota e Zona Leste marcam trajetória
Futuro comandante-geral da PolÃcia Militar de São Paulo, o coronel Roberval França entrou na corporação em 1982. Paulistano, 49 anos, pai de dois filhos, é bacharel em Direito e Administração de Empresas e leciona Gestão Estratégica de Construção e Cenários no curso que forma futuros coronéis.
Antes de chegar ao Grande ABC, Roberval atuou no policiamento territorial do Centro e da Zona Leste da Capital, na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e no Batalhão de Choque. O coronel também ocupou as diretorias de logÃstica e de tecnologia da corporação e chegou a integrar a assessoria militar do governo do Estado. O comandante integrou a Comissão Especial de Segurança para a Copa de 2014 e as OlimpÃadas de 2016, do Ministério da Justiça.
Roberval assumiu o Grande ABC em junho, após a saÃda do coronel José LuÃs Navarro. O ex-comandante atuou no CPA/M-6 por um ano e nove meses e hoje comanda o policiamento na Assembleia Legislativa.
Ainda não foi definido o nome do sucessor de Roberval à frente da PolÃcia Militar no Grande ABC. No inÃcio do ano, durante perÃodo de férias, o posto foi ocupado interinamente pelo tenente-coronel José Belantoni Filho, que comanda o 6º Batalhão, cujas companhias estão distribuÃdas entre São Bernardo e São Caetano. Também não foi definida data para a cerimônia oficial de passagem de comando. Camilo havia assumido o comando em abril de 2009.