30/06/2012 – 04h00
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1113078-assassinatos-triplicam-nos-fins-de-semana-em-sao-paulo.shtml
ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
O número de mortos nos fins de semana na cidade de São Paulo mais do que triplicou neste mês, segundo levantamento realizado pela Folha na base de dados das polÃcias Militar e Civil.
Após morte de jovem, medo assola bairro da zona sul de SP
Vinte e nove pessoas foram assassinadas entre as 20h do último dia 22 (sexta-feira) até as 8h do dia 25 (segunda). No primeiro fim de semana deste mês, foram nove mortos.
A criminalidade na cidade cresce desde o último dia 13 de junho, quando policiais militares passaram a ser alvo de atentados.
Desde então, seis PMs foram mortos em crimes com caracterÃsticas de encomendados, 12 ônibus foram incendiados, quatro bases policiais foram alvo de atentados e ocorreram três chacinas, com dez mortos.
Setores de inteligência das polÃcias investigam se as mortes são consequência de uma guerra entre quadrilhas ou se estão sendo encomendadas por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A ação do PCC, de acordo com as investigações, pode ser um contra-ataque à operação da Rota (tropa especial da PolÃcia Militar) que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um chefe do bando para uma prisão com normas mais rÃgidas.
Dentre as vÃtimas estão três mortos em uma chacina no Capão Redondo (zona sul) cometida a quatro quilômetros de onde um PM foi morto.
O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP (departamento de homicÃdios), admitiu há uma semana que a chacina no Capão Redondo é investigada sob suspeita de ter sido retaliação à morte do policial.
Editoria de arte/Folhapress | ||
CLIMA TENSO
A maior parte das mortes e dos ataques a ônibus ocorreu na periferia da cidade. Na região do Capão Redondo, vários carros da polÃcia patrulhavam a região, onde 11 pessoas foram mortas do dia 13 até a última quinta-feira. Entre janeiro e maio, foram 16 homicÃdios na região.
De acordo com moradores e comerciantes, a orientação da PM é que todos fechem o comércio e permaneçam em casa a partir das 20h30.
Segundo a reportagem apurou, as 39 cidades da Grande São Paulo registraram juntas, no perÃodo entre o dia 13 e a última quinta-feira, 139 mortes. Em todo o mês de junho do ano passado, foram 166 mortos.
Por meio de nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública informou que não é possÃvel concluir se houve aumento da violência nos últimos dias porque as estatÃsticas não foram fechadas.
Já sobre as mortes nos últimos dias, o órgão afirmou que elas aparentemente não têm ligação e que não foi encontrada nenhuma relação com a facção criminosa PCC.
30/06/2012 – 04h00
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1113128-apos-morte-de-jovem-medo-assola-bairro-da-zona-sul-de-sp.shtml
DE SÃO PAULO
O Jardim Ângela reviveu ontem um clima dos anos 1990, quando o bairro era conhecido por liderar as estatÃsticas de violência.
Assassinatos triplicam nos fins de semana em São Paulo
Já à tarde, grupos de jovens anunciavam para quem quisesse ouvir: à noite ateariam fogo em mais um ônibus. Seria uma forma de protestar contra o assassinato de Eleandro Cavalcanti de
Abreu, 21, morto na madrugada de terça para quarta-feira.
“Quando uma mãe chora por um filho caÃdo na covardia, pode esperar que vem troco”, anunciava uma comerciante, amiga da famÃlia de Eleandro.
Maria Neide de Almeida Cavalcanti, 45, dona da Lanchonete da Dedé, contou que o filho saÃra para comprar uma pizza com amigos quando foi morto.
O corpo foi retirado na hora e a polÃcia recolheu as cápsulas deflagradas.
Ontem, a PM desfilava pelo bairro -canos dos fuzis para fora dos carros. Montaram-se barreiras e interditou-se vários trechos da rua onde tudo aconteceu. O comércio fechou mais cedo.
Segundo o PM Halstons Kaytin Chen, a ação nada tinha a ver com as ocorrências da semana. “É policiamento normal”, disse.
29/06/2012 – 05h00
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1112350-onda-de-violencia-chega-ao-16-dia-em-sao-paulo.shtml
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
TATIANA SANTIAGO
DO “AGORA”
A onda de violência desencadeada em São Paulo com os atentados contra policiais militares chegou ao 16º dia seguido com o registro de mais uma tentativa de assassinato contra PMs e um ônibus incendiado.
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Desde o dia 13, seis PMs foram mortos em crimes com caracterÃsticas de serem encomendados, dez ônibus foram incendiados e quatro bases da PolÃcia Militar foram atacadas a tiros.
No meio dessa escalada, três chacinas com dez mortos aconteceram em áreas periféricas da região metropolitana e dez foram mortos.
Anteontem, viações de ônibus nas zonas sul e norte da capital recolheram seus ônibus após veÃculos terem sido queimados por criminosos. Por causa da paralisação no transporte público, trabalhadores foram obrigados a ir para casa a pé.
ATAQUES
No ataque mais recente contra a PolÃcia Militar, na madrugada de ontem, uma base comunitária da corporação foi alvo de tiros disparados por bandidos no Parque Residencial Cocaia, região do Grajaú (zona sul).
Os dois PMs que estavam na base não foram atingidos pelos tiros, todos disparados por homens em motocicletas.
Até agora, as polÃcias Civil e Militar não prenderam ninguém pelos ataques contra bases da PM ou ônibus.
Três investigados sob suspeita de participação nas mortes dos policiais militares foram presos e outros três identificados são procurados. Há, ainda, três retratos falados dos procurados pela morte de um PM em um academia de ginástica.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
PM circula pelo bairro Jardim São Francisco, em Ferraz de Vanconcelos, em meio a boatos de toque de recolher |
Em Ribeirão Pires (ABC), após a PM prender dois suspeitos de tráfico de drogas, dois carros também foram queimados, ontem à noite.
A polÃcia investiga se as mortes dos seis PMs e os ataques contra ônibus são uma retaliação do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) à operação da Rota que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um dos chefes da quadrilha para uma penitenciária com normas mais rÃgidas.
FIM DE FESTA
Ontem, a escola municipal Roberto PlÃnio Colacioppo, no Parque Bristol, decidiu suspender as aulas e dispensar os 780 alunos.
Na porta da escola, avisos improvisados foram colados para informar que a festa junina, que seria realizada ontem no local, foi adiada por motivos de segurança. O estabelecimento de ensino fica atrás de uma delegacia.
Na tarde de anteontem, os alunos foram dispensados mais cedo.
O mesmo ocorreu em uma creche do Jardim São Silvério, que liberou 160 crianças quatro horas antes do previsto. Outras escolas também suspenderam as aulas por causa do clima de medo.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, muitos pais preferem retirar seus filhos das escolas mais cedo ou não enviá-los à aula por causa do risco.
29/06/2012 – 11h32
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1112481-dois-onibus-sao-incendiados-por-criminosos-em-sao-paulo.shtml
Dois ônibus foram incendiados por criminosos entre a noite de ontem e a madrugada desta sexta-feira em São Paulo, elevando para 12 o total de coletivos atacados desde o último dia 13.
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De acordo com a PolÃcia Militar, um coletivo foi atacado na madrugada quando parou na rua Olho D’Ãgua do Borges, na região de CangaÃba, na zona leste de São Paulo. Segundo informações do 24º DP (Ermelino Matarazzo), o fogo, porém, foi controlado sem que o ônibus fosse totalmente destruÃdo. Ninguém ficou ferido ou foi preso em decorrência do ataque.
Na noite de ontem (28) já havia ocorrido um outro ataque a ônibus na rua AbÃlio César, no Jardim Soraia, zona sul de São Paulo. O coletivo seguia para o Jardim São Pedro, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), quando dois homens entraram e obrigaram todos a descer.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Ônibus fica destruÃdo após ser incendiado na zona sul de São Paulo; ninguém ficou ferido ou foi preso |
Moradores da região, que não quiseram se identificar, disseram que o ônibus foi incendiado em protesto pela morte de um jovem morador do bairro, que teria ocorrido nesta semana. Eles, porém, não deram detalhes do crime.
Na noite da última quarta (27), empresas de ônibus recolheram os veÃculos mais cedo devido ao medo de novos ataques a coletivos. Eles deixaram de circular nos bairros Jardim Fontalis, Vila Nova Galvão, Jardim Corisco e Vila Zilda, na região do Tremembé.
Com os novos incêndios registrados entre a noite de ontem e a madrugada desta sexta-feira, chegou a 12 o total de coletivos incendiados desde o último dia 13 no Estado de São Paulo. Também foram registrados ataques a bases da PolÃcia Militar nesse perÃodo.
A polÃcia investiga se os casos têm ligação com as mortes de PMs de folga ocorridas nos últimos dias. Ao todo, seis PMs foram mortos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||