PM assume segurança no Complexo do Alemão
Policiamento diário, antes com 900 homens do Exército, será feito por 431 policiais
Folha de S. Paulo, 29 de junho de 2012
Após um ano e sete meses de ocupação, o Exército deixou os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. A PolÃcia Militar assume a segurança das comunidades com um número menor de policiais no local do que as Forças Armadas.
A cada dia, 431 PMs farão o patrulhamento das comunidades. Durante a ocupação do Exército, os locais eram policiados diariamente por 900 militares.
Com um efetivo de 1.800 homens, que se revezavam de forma a impedir a patrulha de um soldado na mesma localidade por mais de duas semanas, o Exército conseguiu reduzir a violência e a prática de crimes no local.
Não foi registrada, durante a ocupação, qualquer denúncia de corrupção contra os militares, que iniciaram a saÃda das comunidades em 31 de março.
A PolÃcia Militar terá 2.158 PMs trabalhando nas UPPs dos dois complexos, mas as escalas permitirão que apenas 431 policiais patrulhem as comunidades por dia. Não haverá o revezamento das patrulhas, como era feito nas rondas do Exército.
Em meio à redução dos efetivos, a Secretaria de Segurança Pública tem informações de que o chefe do tráfico local, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, está de volta ao conjunto de favelas. Ele estaria coordenando a venda itinerante de drogas nas comunidades.
Apreensivos com a chegada da PM, moradores ouvidos pela Folha temem confrontos e desvio de conduta de policiais. “A população estaria tranquila se fosse o Bope [Batalhão de Operações Especiais]. Os PMs não são tão respeitados por causa do histórico de confrontos”, disse um morador do morro da Fé, na Penha, que pediu para não ter o nome divulgado por questões de segurança.
Desde abril, já foram instaladas sete UPPs nos complexos do Alemão e da Penha. Nesta semana, duas unidades foram inauguradas no morro da Chatuba e da Fé/Sereno.
(MARCO ANTÔNIO MARTINS E DIANA BRITO)