Na noite desta quinta-feira, a “””””Justiça””””” (com todas as aspas possÃveis) paulista mandou que fossem soltos os três PM’s acusados de executar o publicitário Ricardo Prudente de Aquino , na semana passada. Só isso já justificaria nosso tÃtulo, afinal é no mÃnimo grotesco, indecente, que os assassinos sejam julgados pelos seus próprios colegas – mais um resquÃcio da ditadura militar que insiste em não acabar nunca. Mas reparem neste detalhe da matéria do G1 sobre o assunto linkada acima: “Para o promotor Rogério Leão Zagallo, os três suspeitos presos cometeram uma execução naquela noite”.
Rogério Leão Zagallo. Além de unir três nomes importantes na história do futebol, o cidadão responsável por DEFENDER os interesses da famÃlia destroçada pelo poder público paulista é simplesmente esse aqui, as matérias de R7 e Folha de Sp falam por si:
Em documento do 5º Tribunal do Júri de SP, ele defende policial que matou suspeito
“Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrerâ€. Foi com argumentos desse tipo que o 1º promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri, Rogério Leão Zagallo, pediu à Justiça de São Paulo que arquivasse um processo sobre um suposto assalto contra um policial civil que terminou com um suspeito morto. O crime, considerado pelo promotor como ato de “legÃtima defesa” ocorreu em setembro de 2010. O texto da promotoria é de 24 de março de 2011.
De acordo com o pedido do Ministério Público, o policial civil Marcos Antônio Teixeira Marins foi abordado por dois bandidos enquanto dirigia pela rua Antônio Mariane, no bairro do Caxingui, em São Paulo, no dia 16 de setembro do ano passado. Embora estivesse à paisana, ele teria se identificado como policial após ser abordado pelos dois supostos criminosos: Antônio Rogério Silva Sena e Thiago Pereira de Oliveira. Houve, então, uma troca de tiros e um dos suspeitos, Sena, morreu.
O crime, segundo Zagallo descreve em seu pedido de arquivamento de processo enviado à Justiça, foi registrado na delegacia como homicÃdio doloso (quando há intenção de matar), uma vez que o suspeito foi morto. Na visão do promotor, porém, houve um erro no registro da ocorrência porque o policial não teria cometido assassinato, e sim, agido em legÃtima defesa.
Em sua argumentação, Zagallo diz “lamentar, todavia, que tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno†e deixa um conselho para o policial Marins: “Fica aqui um conselho para Marcos Antônio: melhore sua miraâ€. O promotor ainda faz uma comparação irônica da PolÃcia Civil com personagens da ficção.
“Após tal fato, quase toda a PolÃcia Civil, os Jedis, os Power Rangers, os Brasinhas do Espaço, a Swat, Wolverine, o Exército da Salvação, os Marines, Iron Man, a Nasa, os membros da Liga da Justiça e o Rambo, auxiliados pelo invulgar investigador Esquilo Secreto, se imanaram e realizaram uma operação somente vista em casos envolvendo nossos bravos policiais civis, mas que deveria ser realizada em qualquer caso dos inúmeros vivenciados em São Paulo, com o escopo de prender aquele ousado fujão.” Apesar da operação “heroica”, os policiais não teriam conseguido prender o fugitivo.
Zagallo ainda fala que o suposto bandido foi morto para o bem da “sociedade”: “Com efeito, a dinâmica dos fatos aqui estudados, leva à conclusão que o presente caderno investigatório somente foi distribuÃdo para este Tribunal do Júri em razão de ter Antônio Rogério da Silva Sena, para fortuna da sociedade, sido mortoâ€.
O promotor encerra o documento pedindo, além do arquivamento do processo contra o policial por homicÃdio doloso, a abertura de um novo processo contra o criminoso ainda vivo, Thiago Pereira de Oliveira, por dano ao patrimônio.
Outro lado
A reportagem do R7 entrou em contato com o Ministério Público de São Paulo sobre o texto de Zagallo e foi informada de que a “Procuradoria Geral de Justiça tomou conhecimento do caso, e o encaminhou para a Corregedoria Geral investigarâ€.
Já a SSP (Secretaria de Segurança Pública) disse que o registro do boletim de ocorrência varia de acordo com o delegado, e que não há problemas no caso de Marcos Antônio Teixeira Marins ter sido registrado como homicÃdio doloso. A secretaria afirma ainda que podem ocorrer mudanças no indiciamento no decorrer do processo na Justiça.
Atualmente, Marins trabalha na 6º Seccional de polÃcia de São Paulo.
(Foto: Reprodução – Parecer do 1º promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri da Capital, Rogério Leão Zagallo, enviado para a Justiça em 24 de março deste ano)
Após escrever em uma denúncia que um policial civil deveria melhorar sua mira e mandar um ladrão para o inferno, o promotor Rogério Leão Zagallo, cunhou novas expressões polêmicas. Agora, a denúncia de homicÃdio envolve dois homossexuais.
A informação é da reportagem de Afonso Benites publicada na edição deste domingo da Folha. A reportagem completa está disponÃvel para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
Conforme o documento assinado por Zagallo, do 5º Tribunal do Júri de São Paulo, a vÃtima e o réu se conheceram em uma boate frequentada por pessoas “modernas e abertas a novas experiências, sobretudo aquelas ardentes e capazes de ruborizar aos mais indiferentes moais da Ilha de Páscoa”.
O réu é o segurança Fábio Luiz dos Santos, 29. A vÃtima, o agente de modelos Jefferson Garbeline, 34, o Jeff. A denúncia, aceita pela Justiça, foi feita em abril deste ano e o crime ocorreu em março do ano passado.
O promotor escreveu ainda que Jeff era um “homossexual cheio de entusiasmo, de ardor e de vivacidade” e que levou o segurança para sua casa porque queria ser “penetrado” por ele.
OUTRO LADO
Procurado anteontem, Zagallo não quis se manifestar. A assessoria de imprensa do Ministério Público informou que o promotor já está sendo investigado pela Corregedoria da instituição.
A investigação começou na semana retrasada, depois de a Folha revelar que o promotor sugeriu para um policial melhorar sua mira para mandar bandido para o inferno. Nesse caso, o policial foi assaltado por dois homens armados e, ao reagir a disparos, matou um dos ladrões.