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Setembro 24, 2012

Candidatos carregam a bandeira da maconha em busca dos votos

Terra

Candidato a vereador no Rio de Janeiro, André Barros (PT), participa da Marcha da Maconha; Núbio Revoredo concorre pelo PV em Nova Iguaçu; Lucas de .... Foto: Divulgação/Fabrício Escandiuzzi/Isaac Ismar/Terra

Candidato a vereador no Rio de Janeiro, André Barros (PT), participa da Marcha da Maconha; Núbio Revoredo concorre pelo PV em Nova Iguaçu; Lucas de Oliveira (PSDB), candidato a vereador em Florianópolis, criou o personagem THC
Foto: Divulgação/Fabrício Escandiuzzi/Isaac Ismar/Terra


Murilo Matias
Pesquisas indicam que oito milhões de brasileiros já fumaram maconha em algum momento de suas vidas. Outros 1,5 milhão usam a substância diariamente, de acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado em agosto pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ainda assim, o assunto continua sendo tabu, ainda mais em época de eleição.

Apesar disso, entre as várias causas com que os candidatos se comprometem, uma delas tem exatamente a maconha como mote. Concorrentes rompem a lógica do politicamente correto e se mostram favoráveis à legalização da erva ou, pelo menos, querem pôr o assunto em pauta. A plataforma, ainda que inusitada e largamente criticada por setores conservadores, é um tema que está presente de formas variadas na vida de boa parte da população.

Atentos a isso e trazendo o verde da maconha em suas bandeiras, pelo menos cinco candidatos veem na questão um nicho eleitoral a ser explorado. “É onde eu posso vencer a eleição, com o apoio do pessoal que apoia a legalização da maconha. Tenho consciência de que a maconha é criminalizada por racismo, porque o hábito de fumar foi trazido pelos negros escravos. O capitalismo industrial é que retirou a maconha do mercado com a entrada da produção do algodão”, diz André Barros, candidato a vereador do Rio de Janeiro pelo PT, cuja história política está vinculada a diversos movimentos sociais.

Se as possibilidades podem ser atraentes, os riscos de defender uma causa polêmica também podem acarretar em resultados negativos, como pondera o cientista político e professor de ética e filosofa da Unicamp, Roberto Romano. “No momento da candidatura as pessoas podem propor qualquer coisa, até o fim do mundo, é um direito constitucional delas. O problema é se eles estão usando essa bandeira para se eleger ou porque acreditam mesmo nisso. Se acreditam, precisam ter consciência que boa parte do eleitorado não aceita esse tipo de bandeira e eles terão que aceitar a determinação dessa maioria. É por conta e risco deles”, contrapõe Romano.

Concorrente a vereador pelo PSDB, em Florianópolis, Lucas de Oliveira criou um personagem para ilustrar sua campanha a favor da legalização. Utilizando a figura do presidente THC, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se manifestou recentemente a favor da descriminalização da maconha, o candidato aposta que a apresentação do assunto de uma forma menos estigmatizada pode fazer com que ocorra uma mudança no modo como a sociedade encara o tema.

Cientes de que o assunto extrapola os limites das leis municipais, a intenção dos candidatos é colocar o assunto em pauta, inclusive nas esferas de poder, para que uma nova cultura a respeito do assunto possa ser fomentada.

“Tem avanços de um lado, mas a sociedade é muito conservadora, retrógrada, se constituiu em uma base religiosa muito forte, nutrindo preconceitos fortes. A eleição está servindo para trabalhar no plano cultural e pedagógico, porque tem certas pessoas que não conseguiam ouvir a palavra maconha e, depois de ter sido repetido mil vezes, já não é tão ofensivo, já se torna mais palatável”, relata Lucas.

O tucano, presidente licenciado do Instituto da Cannabis e organizador da Marcha da Maconha na capital catarinense, acredita que uma mudança no sistema atual de repressão irá refletir em benefícios para a sociedade em situações cotidianas da vida de todos os cidadãos, como as questões ligadas à segurança e à saúde. “Estamos discutindo uma questão da maior importância, que tem a ver com liberdade e com uma política que pode atingir benefícios para a população em todas as áreas”.

Repressão à campanha
Na ponta inversa à onda verde, setores do judiciário catarinense promoveram ações contra a campanha de Lucas. O candidato foi impedido de realizar campanha em Florianópolis e tem sua candidatura ameaçada por um processo que pode inclusive resultar na cassação de seus direitos políticos pelos próximos oito anos. Apesar dos ataques, o tucano diz estar recebendo apoio de pessoas que sofrem com a violência da repressão e com o preconceito.

“A polícia invadiu minha casa e apreendeu meus materiais de campanha. Nesse momento, eu estou sendo censurado, não passo usar a palavra maconha, é uma situação ridícula que mostra o atraso da nossa sociedade. O processo está eivado de concepções morais, estou sendo acusado de comprar votos com seda, uma seda custa menos de um centavo. Jamais distribui kits ou caixinhas com seda. Gritamos pela descriminalização de toda e qualquer droga como forma de acabar com o tráfico de drogas. Isso, sim, é que mata os jovens da nossa sociedade. Sou maconheiro e tenho orgulho disso”, declarou o candidato, cuja ideia passa pela formatação de um mercado formal envolvendo a comercialização da maconha.

“O Supremo Tribunal Federal permite a marcha da maconha e já se pronunciou a respeito da liberdade da manifestação e na eleição que é mais amplo esse direito se legitima. As eleições são uma festa cívica em que você debate temas a respeito da sociedade, como aborto, eutanásia, racismo. Tudo isso é debatido, não consigo ver a restrição que possa existir. A liberdade de opinião, manifestação prevalece ainda mais com força do debate eleitoral”, opinou o advogado Hélio Freitas de Carvalho da Silveira.

Embora não venha sofrendo pressões em sua campanha, André Barros deve encontrar resistência na Câmara de Vereadores do Rio, caso eleito, para tratar do assunto sob um novo enfoque. “Na Câmara aqui tem uma comissão permanente sobre drogas e os vereadores que integram esse grupo tratam a questão da forma mais absurda e preconceituosa. O primeiro lugar do mundo que penalizou a maconha foi a Câmara Municipal do Rio, em 1830, na lei de posturas municipais, aplicando três dias de cadeia para escravos e outras pessoas que consumissem o ‘pito do pango’, então o Rio de Janeiro tem um compromisso histórico nesse debate da legalização da maconha”.

Na capital fluminense e em outras cidades do país o debate sobre a legalização da maconha está a plenos pulmões. Com larica de vitória, André Barros e Renato Cinco (Psol), no Rio, Lucas e Mariana Marques (PSDB), em Florianopólis, Núbio Revoredo (PV), em Nova Iguaçu, pretendem que os eleitores não esqueçam de “apertar” o verde a favor de suas candidaturas, em 7 de outubro, para que eleitos, os candidatos passem a defender a bandeira da maconha na qualidade de vereadores.

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