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Outubro 02, 2012

Movimentos esculacham governador que determinou o massacre no Carandiru

Brasil de Fato

Luiz Antônio Fleury Filho autorizou a Polícia Militar a invadir o Pavilhão 9 do presídio. No total, 111 detentos foram mortos

José Francisco Neto

De São Paulo

 

 

Movimentos fizeram um escracho na frente da casa de Fleury,

governador de SP que ordenou o massacre no Carandiru. Foto: Igor Carvalho

No dia em que se completam 20 anos da maior chacina da história do sistema penitenciário brasileiro, os movimentos sociais Rede Dois de Outubro e Levante Popular da Juventude fizeram um esculacho – um ato de denúncia – em frente à casa do ex- governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho. Na época, Fleury autorizou a Polícia Militar a invadir o Pavilhão 9 do presídio. No total, 111 detentos foram mortos.

Poesias, canções e uma demonstração simbólica de 111 velas acesas em frente à residência do ex-governador, no bairro do Pacaembu (SP), integraram a ação em memória dos presos, que durou cerca de 30 minutos. Aproximadamente 60 pessoas participaram do ato.

Para Juliane Furno, integrante do Levante Popular da Juventude, o objetivo da manifestação é denunciar a política de extermínio que segue dentro e fora dos presídios. “Os 20 anos do massacre não têm nada pra comemorar, e sim pra lamentar e impedir que essa política de extermínio se perpetue pela lógica do Estado”, comenta.

Durante a tarde desta terça-feira (2), os movimentos seguem para a Praça da Sé, centro de São Paulo, onde farão um ato ecumênico em memória dos detentos que foram assassinados. “Vamos fazer uma caminhada cobrando responsabilização de todos os responsáveis, e no sábado terá uma nova atividade no Parque da Juventude, onde se localizava o maior presídio da América Latina”, complementa Danilo Dara, da Rede dois de Outubro.

 

2 de outubro de 1992

No dia 2 de outubro de 1992, Fleury concedeu poder de decisão ao coronel Ubiratan Guimarães sobre a invasão do pavilhão 9 do presídio pelos cerca de 340 homens dos batalhões de elite da Polícia Militar. O objetivo era conter um motim iniciado com uma discussão entre os presos “Barba” e “Coelho”, mas a ação resultou em 3,5 mil disparos de grosso calibre. Nenhum PM foi alvejado.

A Comissão que investigou os excessos cometidos naquele 2 de outubro conclui que não houve negociação e “os PMs dispararam contra os presos com metralhadoras, fuzis e pistolas automáticas, visando principalmente a cabeça e o tórax”.

Entre os envolvidos na operação, apenas o coronel Ubiratan foi a julgamento pelo massacre, sendo responsabilizado por 111 mortes e cinco tentativas de homicídio. Foi condenado a 632 anos de prisão em regime fechado. Por ser réu primário e ter endereço fixo, o coronel conseguiu recorrer da sentença em liberdade. Ironicamente, o pavilhão 9 era específico para réus primários. Cerca de 80% das vítimas do massacre esperavam por uma sentença definitiva. Ainda não haviam sido condenadas pela Justiça.

Mais tarde, a sentença contra o coronel foi anulada. Ubiratan elegeu-se deputado estadual. Em setembro de 2006 foi encontrado morto em seu apartamento, com um tiro no abdômen. Ciumenta, a namorada teria matado “por amor’.

Como o massacre ocorreu um dia antes de a população escolher prefeito e vereadores para o próximo mandato, o número oficial de mortos no massacre do Carandiru só foi revelado uma hora antes do encerramento das votações. As eleições estavam salvas e a ordem mantida.

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