O I Encontro Nordeste Antiproibicionista aconteceu entre os dias 24 e 28 de setembro. Encontro contou com debates, oficinas, culinária,  palestras, cinedebates e uma dose de arte-vismo. Saldo positivo e mobilização segue a diante! Um dos saldos desse encontro foi a construção de um manifesto antiproibicionista .
MANIFESTO ANTIPROIBICIONISTA
Nós estudantes, trabalhadores, coletivos antiproibicionistas e a sociedade civil organizada, nos reunimos no I Encontro Nordeste Antiproibicionista: Discutindo a PolÃtica Nacional de Drogas, na UFRN, por entendermos ser urgente a criação de polÃticas públicas que deem fim a violenta, fracassada, desastrosa e impotente polÃtica de “guerra à s drogas†que perdura erroneamente a quase um século.
Entendemos que na atual conjuntura a autonomia do indivÃduo é castrada por regras de convÃvio baseadas na opressão, no cerceamento da liberdade, na mercantilização da vida, na imposição religiosa em um estado laico e ainda na manutenção de um controle social ditatorial carregado de conceitos machistas, racistas, homofóbicos e fascistas. Tal polÃtica só contribui para o aumento da criminalidade e da corrupção, higienização social e criminalização da pobreza, além de gastos excessivos de recursos públicos para a segurança, em detrimento do investimento em polÃticas públicas que visem um maior retorno social, como: educação, moradia, saúde e lazer.
Acreditamos na construção de uma nova sociedade onde o homem seja plenamente autônomo, assim sendo, defendemos a liberdade para plantar cannabis. A auto-sustentabilidade proporciona ao usuário estar em uma condição mais humana e justa moralmente, devido a diversidade de usos industriais, nutricionais, medicinais, religiosos e recreacionais da planta, bem longe da violência causada pela “guerra à s drogasâ€. A liberdade de uso da maconha proporciona à sociedade avanços significativos no caminho da paz coletiva e ainda na qualidade de vida de cada usuário. A expansão da consciência proporcionada pelo uso da erva, nos faz questionar a realidade por meio de novos olhares, percepções e aprendizados, o que nos torna questionadores da ordem social imposta pelas “supostas leisâ€.
De imediato lutamos pela descriminalização dos usuários de drogas e a regulamentação do cultivo caseiro de cannabis (pontos pautados no conjunto de reformulação do código penal, proposto por uma comissão de juristas e apresentada no Senado Federal) buscando a humanização na relação entre o usuário e o Estado.
A maconha que é, na historia das drogas ilÃcitas, a mais consumida no mundo nunca causou morte alguma. Já a história da proibição e da guerra travada para inibir o seu consumo acumula um saldo de milhões de mortes por ano, dentre usuários, criminalizados, policiais e inocentes, por conta da força repressora do estado que usa a atual politica de combate as drogas, como meio de controle social das minorias e das classes menos favorecidas.
Temos como objetivo alertar a sociedade no sentido de que é preciso mudar a atual politica de “guerra à s drogasâ€. Apontamos como solução para esses e outros problemas a construção de um modelo antiproibicionista, onde a maconha seja legalizada, focado em princÃpios justos, humanos e que respeitem a cidadania e autonomia do individuo sobre o próprio corpo.
Assinam este manifesto:
Coletivo Potiguar Marcha da Maconha-Natal-RN (a partir de 28 de Setembro de 2012 às 16h20min passa a ser denominado COLETIVO CAMARÃO NA BRASA).
Coletivo Antiproibicionista Cannabisativa de Estudantes e Demais Frequentadores do Setor II da UFRN – Natal-RN
Rede de Articulação Antiproibicionista Potiguar (RAAP) Natal-RN
Coletivo JuÃzo Torrado Realiza Ações-Mossoró-RN
Coletivo Plantando Informação-Fortaleza-CE
Coletivo Ser Tão Livre-João Pessoa-PB
Coletivo EntrePolos-Fortaleza-CE
Projeto ArtÃstico Pedagógico Pau e Lata
Coletivo Acadêmico de Ciências Sociais-UFRN
Coletivo Ação Autônoma dos estudantes de História-UFRN
http://www.marchadamaconha.org.br/
Facebook: MARCHA DA MACONHA NORDESTE / I Encontro Nordeste Antiproibicionista (grupos)
I Encontro Nordeste Antiproibicionista – 24 a 28- setembro – 2012
“Espero que haja uma evolução progressiva que amplie cada vez mais a descriminalização e regulamentação de todas as substâncias psicoativas, da mesma forma como ocorreu com os alimentos. Os alimentos também sofriam com proibições de ordem religiosa, que depois passaram a ser obedecidas apenas pelos fiéis dessas religiões e não impostos ao conjunto da sociedade. A maconha era uma matéria-prima natural que servia para fabricar papel, tecido, óleo e remédio. Mas quando surgiu o papel de celulose, o tecido de fibra sintética derivado do petróleo e os remédios da indústria farmacêutica houve uma enorme pressão econômica para que este produto natural fosse sufocado e proibido.†– Professor Henrique Carneiro, participante e construtor do I Encontro Nordeste Antiproibicionista: Discutindo a PolÃtica Nacional de Drogas.
HASTA LA LEGALIZACIÓN!