Notório defensor da polÃcia e de um ultraconservadorismo que invariavelmente flerta com o fascismo, Reinaldo Azevedo tem um blog com muitos acessos e comentários intolerantes no portal da caricata Revista Veja. Um rápida olhada na tag “Descriminação da maconha”, tema que inclusive é abordado em seu novo livro, mostra a virulência, a agressividade e os fracos argumentos do cidadão ao falar de possÃveis mudanças nas polÃticas de drogas. Um proibicionista convicto, poderÃamos supor, se não tivessemos acesso a um material que tem circulado no Facebook e que pode mostrar que estamos na verdade diante de um mero oportunista.
Azevedo flagrado consumindo drogas
Setembro de 2001. Azevedo era direitor, ops, diretor de redação da Revista Primeira Leitura, uma publicação tucana que já faleceu. Vejam a capa desta edição, um explÃcito questionamento da guerra à s drogas:
Logo na página 2, o diretor de redação escreve uma mensagem aos leitores: “Lucas Figueiredo desvenda o cipoal juÃridico que regula a questão das drogas no Brasil – de Zurique, Eduardo Simantob analisa o tema na Europa – e chega a uma conclusão estarrecedora: a polÃtca oficial para o setor é uma droga pesada: vicia e mata”.
O que? Estamos lendo certo? Reinaldo Azevedo, aquele que diz que “quem quiser defender o consumo de maconha pode procurar blogs que abriguem essa opinião, eventualmente o site do STF. Na minha página, defensor de crime não fala, ou, por justiça, eu teria de dar a oportunidade também a ladrões, homicidas, pedófilos, sonegadores, a escória toda” está dizendo que a POLÃTICA OFICIAL sobre drogas VICIA E MATA?
O que teria acontecido?
Opção a) de lá pra cá ele mudou de ideia, e viu que a polÃtica oficial tem sim trazido benefÃcios para a população.
Opção b) Reinaldo Azevedo escreve o que mandam seus patrões, sem pudor.
Opção c) Reinaldo Azevedo é meramente um oportunista, e viu que falar barbaridades preconceituosas dá Ibope e grana no Brasil, passando a partir daà a ignorar fatos, ciência e razão apenas para se promover.
Opção d) Faça a sua análise nos comentários.
Leia a reportagem inteira clicando aqui: Republica_59_Set2001
O texto tem pérolas,como uma parte em que vemos praticamente um recado do jornalista que escreveu a matéria e do Reinaldo Azevedo do passado ao Reinaldo Azevedo do presente:
O médico clÃnico Fábio Mesquita, doutor em saúde pública pela Universidade de São Paulo (USP), vicepresidente da Associação lnternacional de Redução de Danos, com sede em Liverpool, Inglaterra, coordenador do Programa DST-Aids da Prefeitura de São Paulo, também critica o modelo de abstinência com tolerância zero. “Do ponto de vista de custo social e de saúde pública, a polÃtica dos Estados Unidos é completamente irracional. A redução de danos tem se mostrado uma estratégia mais bem-sucedida no campo cientÃfico e também mais justa do ponto de vista humano. Sou favorável à imediata dcscriminação do uso de qualquer droga e também a que a sociedade discuta francamente a legalização futura de todas as drogas.” Mesquita adiantou à República-Primeira Leitura que a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, associada a uma universidade, pretende pesquisar a eficácia da substituição do crack pela maconha com vistas à redução de danos. Com um detalhe: os pesquisadores querem autorização para fornecer a maconha. A imprensa sensacionalista e alguns dinossauros do rádio e da TV já podem degustar com antecedência a manchete obscurantista: “Prefeitura quer dar maconha a paulistano”.