Cadu ProietiÂ
Do Diário do Grande ABC
O prefeito eleito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou que não irá permitir a realização da marcha da maconha na cidade, que está sendo programada por grupo do Grande ABC para maio de 2013. “Sou contra. Minha administração não vai autorizar. Tem muita marcha a ser feita, como a da paz, Educação e outros temas em prol da humanidade.”
No entanto, a declaração do futuro chefe do Executivo vai na contramão da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que, em junho do ano passado, garantiu o direito de cidadãos realizarem manifestações pela descriminalização e legalização de drogas em todo o PaÃs.
O atual prefeito, Mario Reali (PT), também tentou impedir a realização da manifestação em Diadema, mas não conseguiu.
Após pedido da PolÃcia Militar, em março, a administração municipal comunicou aos organizadores que não iria autorizar o uso de solo do municÃpio. O caso foi parar na Justiça e o juiz André Mattos Soares cassou a proibição dada pelo Executivo à realização do evento.
A marcha foi realizada em maio, mas com número pequeno de adeptos. O grupo esperava reunir aproximadamente 1.000 pessoas para pedir a descriminalização da erva, mas apenas 80 participantes estiveram presentes.
Agora, Michels vai pelo mesmo caminho de Reali e diz que não irá tolerar esse tipo de manifestação na cidade. “Tem muita coisa para discutirmos antes disso, muitas prioridades. O Brasil não está preparado para falar em descriminalização de droga alguma”, alegou prefeito eleito.
As declarações de Michels não foram bem recebidas pelos organizadores do ato. “Ele tem todo o direito de se posicionar sobre a marcha como bem entender. Isso faz parte do processo democrático. O que o novo prefeito não pode é se achar no direito de não autorizar, conforme já vem sinalizando. Não é uma decisão que cabe a ele, já que o STF garantiu nosso direito de expressão”, disse Raphael Morales, um dos integrantes do grupo.
Diferentemente de seus sucessores à frente do Paço,Reali e Michels, o ex-prefeito de Diadema, deputado federal e futuro secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi Junior (PT), chegou a dar declaração favorável à realização do movimento.