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Janeiro 31, 2013

Em carta aberta, trabalhadores do CRATOD criticam: voltamos a ser um centro de internação como há 30 anos, com superlotação

fonte:
Wagner Abril Souto
https://www.facebook.com/wagner.abrilsouto

https://www.facebook.com/wagner.abrilsouto/posts/497953336909488

Carta Aberta

Ao longo da história da humanidade é comum que povos em nome do progresso e desenvolvimento dizimem civilizações e culturas.
Guardadas as devidas proporções, estamos vivendo uma situação parecida no Cratod. Em nome da “internação compulsória” o Cratod foi ocupado dia 21 de janeiro pela secretaria da saúde e teve sua diretora destituída . Essa ocupação ocorreu como se o prédio estivesse vazio , como se não houvesse nenhum profissional já trabalhando, e não existisse um trabalho de anos, como se já não houvesse uma estrutura montada e em bom funcionamento. Seus profissionais foram completamente desconsiderados, seu conhecimento e trabalho ignorados . A nova equipe entra e sai das salas sem se identificar , sem se apresentar como se estivesse na sua casa e não devesse nenhuma explicação. O trabalho existente está sendo desmanchado.
O Centro de Referência com todos os ambulatórios, atendimentos, oficinas de regime intensivo e de semi intensivo, parcerias com Universidades e capacitações profissionais oferecidas para o Brasil todo foram desconsideradas, como se não importasse realmente. As oficinas existentes formam “ suspensas” para podermos dar conta da demanda de internação apenas, sem considerar o tratamento das pessoas dependentes. Nesta hora servimos como mão de obra barata para “tapar buraco”, o qual aliás, sem a avaliação inicial é enorme. Voltou a se fumar nas dependências do prédio, antes pioneiro na lei de proteção ao não fumante, no ambiente livre de tabaco e atendimento ao tabagismo.
Em nenhum momento foi considerada a parceria, ou alguém nos perguntou o que achávamos , o que queríamos, o que pensávamos. A equipe foi considerada, sem julgamento, de incompetente. Infelizmente o funcionário público carrega esse rótulo de incompetente, encostado e vagabundo, mesmo se trabalhos brilhantes são realizados apesar da máquina pública. No serviço público tudo é feito para não funcionar , apesar disso muita gente se esforça e a coisa funciona!
O tratamento ambulatorial visando a reinserção social está sendo gravemente afetado. O prédio reformado e bonito (mérito do Cratod) voltou a ser um centro de internação como há 30 anos atrás, com superlotação. Que retrocesso!

Não vamos nem entrar no mérito da questão se a internação compulsiva … ops “compulsória” é necessária neste momento. Estamos questionando como as coisas estão sendo feitas. Uma equipe que não consegue nem respeitar seus colegas de profissão , conseguirá respeitar a população? Difícil…
O trabalho com dependência química começou aqui há 23 anos quando foi criada uma equipe para trabalhar com os pacientes alcoolistas . Uma médica , muito sensata, formou uma equipe para atender ambulatorialmente os pacientes alcoolistas uma vez que o numero de internações dessa população estava crescendo. Iniciou-se o trabalho que aos poucos foi construído baseado no prática e no estudo. A equipe foi crescendo e se aperfeiçoando, o conhecimento se aprimorando . Essa pequena semente vingou, brotou , se transformou numa grande árvore frondosa que dá sombra e frutos . Infelizmente não querem ver isso.
Como centro de referência, o CRATOD atua no tratamento, na formação de recursos humanos, na prevenção.
Criado em 2002, por decreto do então e atual governador Geraldo Alckimin , tem se constituído como um pólo formador de recursos humanos especializados para todo o Estado de São Paulo, desenvolvendo e testando tecnologias de atendimento aos dependentes de substâncias psicoativas.
Em relação ao tratamento, semanalmente, passavam( até o início de janeiro de 2013) aproximadamente 450 pacientes no CRATOD nos regimes intensivo, semi-intensivo e não intensivo. Alguns pacientes permaneciam meio período (manhã ou tarde),outros passavam o dia todo e alguns até pernoitavam quando em situação de risco.Temos 10 leitos de observação e pernoite.Atualmente esses leitos são ocupados apenas com pessoas “esperando vagas de internação”. O índice de internação no último ano foi de 4 % dos pacientes e todas foram internações voluntárias. A população atendida é 80% de moradores de rua, e o tratamento visa a recuperação, abstinência e reinserção social.
Ao longo desses anos, o CRATOD teve grande visibilidade na mídia levando o nome do governo e da Secretaria da Saúde a ponto de ser premiado com troféu por ser uma das instituições do governo que mais visibilidade positiva.
O CRATOD foi extremamente importante para a discussão e posterior lei que regula o fumo nos ambientes fechados de uso coletivo. Capacitamos a rede estadual para o atendimento aos tabagistas, além de sermos a Coordenação Estadual para o Controle do tabagismo junto ao INCA.
No papel de centro de referência, reconhecido até fora do país pelas inúmeras visitas de profissionais da área da dependência, também no estado, fomos , por vezes solicitados como supervisores e orientadores de serviços municipais.
No papel de prevenção realizamos, semanalmente, ações de prevenção nas praças públicas, estações de trens e metrôs e outros espaços de grande circulação de pessoas levando informação, distribuição de folhetos, preservativos e aplicando instrumentos validados para o rastreamento de uso de substâncias psicoativas (ASSIST, Fagerstrom). Após a detecção do uso utilizamos a técnica de Intervenção breve e fazemos os devidos encaminhamentos para aqueles que não chegaram,ainda, aos serviços de saúde e que apresenta uso abusivo ou dependência.

Chegou a ora da derrubada. Sem escrúpulos, sem respeito, sem ética, sem consideração . Em nome de saber o que é melhor . Saiam de perto. Madeira…

Equipe do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas. CRATOD.
Janeiro de 2013.

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