Moradores da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fazem uma manifestação em frente a um dos acessos da favela, na Autoestrada Lagoa-Barra, que está parcialmente fechada. Eles acusam policiais da Unidade de PolÃcia Pacificadora (UPP) pelo desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 47 anos, que foi visto pela última vez no domingo, há três dias, após voltar de uma pescaria. De acordo com a doméstica Elizabeth Gomes da Silva, sua mulher, Amarildo foi levado a um posto da UPP para prestar esclarecimentos, mas não retornou.
– Falaram que iam levar para fazer averiguação, mas ele nunca mais apareceu. Ele não é traficante, é morador. Pegaram meu marido dentro de casa. A câmera da base da UPP deve ter registrado tudo – afirmou Elizabeth.
Segundo Antônio Ferreira de Mello, o Xaolin, presidente da Câmara Comunitária da Rocinha, São Conrado e Gávea, familiares de Juliano procuram por ele desde o fim de semana, tendo inclusive passado por hospitais e delegacias da região. Ainda de acordo com o lÃder comunitário, o comando da UPP afirmou que o desaparecido teria sido liberado pela PM em seguida, no próprio domingo. Xaolin relata que cerca de 500 moradores estão participando do protesto.
– Tem muitos jovens e crianças, famÃlias mesmo. As pessoas estão revoltadas – disse ele.
Segundo a assessoria de imprensa do Comando de PolÃcia Pacificadora, Amarildo foi levado para a base da unidade da Rocinha no domingo de manhã, por se parecer com um suspeito procurado pelos policiais. Ao constatar que não se tratava da mesma pessoa, a polÃcia teria liberado Amarildo. O CPP não soube informar quem era o suposto suspeita e tampouco quanto tempo Amarildo ficou na base.
Às 18h30, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que o Túnel Zuzu Angel, que dá acesso à Autoestrada, está parcialmente fechado no sentido Barra da Tijuca. Já a Autoestrada Lagoa-Barra tem intedições parciais em ambos os sentidos.