Moradores da Vila Medeiros, na zona norte de São Paulo, se revoltaram na noite deste domingo (27) após um policial matar um jovem de 17 anos com um tiro supostamente acidental. Douglas Rodrigues foi atingido no peito. Ele chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Indignados, cerca de 300 moradores da região protestaram incendiando três ônibus e um carro. Outros veÃculos foram atacados a pedradas. Os coletivos incendiados foram duas lotações da Viação Transcooper e um ônibus comum da Viação SambaÃba.
Os manifestantes bloquearam, com barricadas de lixo e entulho incendiado, os acessos à Avenida Mendes Rocha, uma das principais vias da região. Os ônibus tiveram dificuldade de circular pelo bairro na tarde de domingo. No protesto, lixeiras e telefones públicos também foram destruÃdos.
A PolÃcia Militar usou homens da Força Tática para conter o distúrbio. Houve disparos de bombas de gás e balas de borracha. Um helicóptero Ãguia também foi deslocado para a região. Os confrontos com a PM se espalharam pelas ruas do entorno. Entretanto, até o fim da noite de domingo, não havia confirmação nem de presos nem de feridos Além disso, agências bancárias foram depredadas e uma loja de roupas foi saqueada. Até as 23h, homens da Força Tática permaneciam na região, embora o tumulto tenha se encerrado por volta das 20h. O número de estabelecimentos atingidos ainda estava sendo analisado até as 23h.
FamÃlia
“Ele ainda perguntou: por que o senhor atirou em mim?”, afirmou Rossana de Souza, mãe da vÃtima, à TV Globo. Ela conta que o jovem estudava e trabalhava. Douglas Rodrigues estava ao lado do irmão, de 13 anos, quando foi abordado por policiais e levou o tiro. O policial autor do disparo foi autuado em flagrante por homicÃdio culposo – sem intenção de matar – e levado ao 73.º Distrito Policial (Jaçanã). Os protestos começaram logo depois e só começaram a dar sinais de término por volta das 21h.
A polÃcia havia se dirigido ao local por conta de uma queixa de perturbação da ordem – o primeiro chamado ocorreu à s 14h.
Ao Bom Dia São Paulo, o porta-voz da PM, capitão Mauro Lopes, lamentou a abordagem mal-sucedida e diz que o motivo do disparo acidental será apurado.
Mãe de jovem morto em SP diz que ele perguntou por que PM atirou
 G1
A mãe do adolescente morto na Vila Medeiros, na Zona Norte de São Paulo, na tarde deste domingo (27), disse que ele não entendeu por que foi alvo do disparo de um policial militar. “Por que o senhor atirou em mim?â€, perguntou o adolescente ao policial, segundo a mãe. A corporação afirmou que o disparo foi acidental. Revoltados com a atuação da polÃcia, moradores fizeram protesto na noite deste domingo.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais averiguavam uma denúncia de pertubação de sossego porque o som de um carro tocava funk em um volume muito alto na Rua Bacurizinho, esquina com a Avenida Mendes da Rocha.
O estudante Douglas Rodrigues, de 17 anos, passava com o irmão de 13 anos em frente a um bar quando foi abordado pelos policiais. Foi nesse momento que o disparo ocorreu. “Nem ele sabe por que tomou um tiroâ€, disse Rossana de Souza ao Bom Dia São Paulo, nesta segunda-feira (28).
Douglas, que foi atingido no peito, foi levado a um hospital da região, mas não resistiu. “Ele deu o tiro dentro do carro. Não falou nada, não teve nem reaçãoâ€, disse uma testemunha. O soldado de 31 anos afirmou que o tiro foi acidental. Ele foi autuado em flagrante por homicÃdio culposo, quando não há intenção de matar.
Em protesto pelo assassinato, moradores colocaram fogo em ônibus e em lixeiras e agências bancárias foram danificadas. A Tropa de Choque interviu para conter os manifestantes.
Segundo a famÃlia, o estudante trabalhava em uma lanchonete. “Ele não tinha preguiça de trabalhar. Ele estudava. Estava no 3º anoâ€, disse a mãe.
Douglas Rodrigues será velado na Igreja Pentecostal Livro da Vida, na Vila Medeiros. Ele será enterrado no Cemitério Parque dos Pinheiros, no Jaçanã, também na Zona Norte.
Moradores protestam após PM matar jovem de 17 anos em abordagem na zona norte de SP
Uma manifestação por conta do assassinato de Douglas Rodrigues,17, anos durante uma abordagem policial, na tarde deste domingo (27), terminou em vandalismo na Vila Medeiros (zona norte de São Paulo), no inÃcio da noite. O policial militar que efetuou o disparo ao atender uma ocorrência de som alto foi, segundo a PM, “autuado em flagrante delito por homicÃdio culposo (sem intenção de matar)”. Ele foi preso e encaminhado ao presÃdio militar Romão Gomes, onde responderá a processo criminal.
Até as 6h, segundo a PM, os manifestantes haviam ateado fogo em pelo menos três ônibus de transporte coletivo, além de um veÃculo Gol em ruas do bairro. Lixeiras também foram incendiadas, e barricadas com lixo foram feitas nas vias públicas.
Ainda segundo a PM, há relatos também de depredação a lojas da região.
Em nota, a assessoria de imprensa da polÃcia informou que dois PMs “atendiam ocorrência de perturbação do sossego, quando suspeitaram de dois indivÃduos e decidiram fiscalizá-los.”
“Ao sair da viatura para realizar a abordagem, por motivo a esclarecer, houve disparo acidental, que atingiu um adolescente, de 17 anos, no tórax. O fato se deu na rua Bacurizinho, esquina com a avenida Mendes da Rocha, por volta das 14 horas. A vÃtima foi imediatamente socorrida ao hospital Jaçanã, mas faleceu”, diz a nota da PM.
O jovem chegou a ser encaminhado ao Pronto Socorro do Jaçanã, também na zona norte, mas não resistiu ao tiro que atingiu o tórax.
Uma testemunha, moradora do bairro, confirmou ao UOL que a abordagem da PM ocorreu por conta de som alto. “Nesta abordagem o policial ao sair do veÃculo acabou baleando um motorista”, relatou, sob a condição de anonimato.
Além de equipes da PM, que, de acordo com a testemunha, usaram bombas de gás para conter os manifestantes, também foram encaminhados ao local um helicóptero Ãguia, da PM, e homens do Corpo de Bombeiros.
O caso é investigado no 73º DP (Jaçanã).