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Novembro 05, 2013

PM que matou estudante na Zona Norte de SP é solto, diz advogado

G1

O policial militar que estava preso por suspeita de balear e matar um adolescente durante abordagem no mês passado, na Zona Norte deSão Paulo, foi solto na noite de segunda-feira (4) por decisão da Justiça Militar.

De acordo com o advogado Fernando Capano, o soldado Luciano Pinheiro Bispo, de 31 anos, estava detido desde o dia 27 de outubro no Presídio Romão Gomes da Polícia Militar, por ter atirado no estudante Douglas Martins Rodrigues, de 17 anos, que morreu. A defesa alega que o disparo foi acidental.

Além do advogado, a informação da soltura do soldado foi confirmada nesta terça-feira (5) pelas assessorias de imprensa da PM e do Tribunal de Justiça Militar (TJM).

Com a decisão, o policial militar vai responder em liberdade por homicídio culposo (sem intenção de matar). O caso está em andamento na Justiça Militar em duas frentes: na esfera criminal, ele pode ser condenado e cumprir prisão. Na esfera administrativa, o policial pode ser expulso da corporação.

O pedido de liberdade provisória havia sido feito na última quarta-feira (30). Entre as alegações para que Luciano Bispo saísse da cadeia estão a de que o crime que ele cometeu não foi intencional e o soldado sempre foi elogiado na corporação, além de ter residência fixa e trabalhar.

“Ele é um policial premiado, tem elogios individuais, além disso tem residência fixa, emprego e a regra do direito processual penal indica que deve responder o processo em liberdade”, disse o advogado Fernando Capano, nesta terça-feira (5) ao G1. O defensor trabalha para a Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo, entidade da qual o soldado é associado.

A equipe de reportagem entrou em contato com as assessorias de imprensa da Polícia Miltar e do Tribunal de Justiça Militar (TJM) para comentar o assunto, que confirmaram a decisão judicial que soltou o soldado na segunda.

Protestos
A morte de Douglas Rodrigues revoltou os moradores da região do Jaçanã e gerou uma série de protestos. Ônibus foram queimados, veículos roubados, lojas acabaram saqueadas e a rodovia Fernão Dias foi bloqueada. Os atos violentos levaram o governo paulista e o federal a planejarem uma ação conjunta para coibir o vandalismo.

De acordo com o defensor do policial militar, seu cliente alega ainda que o disparo foi acidental: a porta do veículo da PM bateu na pistola.40 que ele segurava e, em seguida, ocorreu o tiro.  Além disso, Capano, irá solicitar uma perícia específica na arma para saber se apresentava problemas.

O advogado alega que 98 mil armas da corporação em São Paulo foram recolhidas entre abril a setembro deste ano para recall porque poderiam disparar sozinhas.

“O disparo foi acidental. O que ocorreu foi um acidente e meu cliente lamenta o ocorrido”, falou o defensor do soldado. Segundo Capano, Luciano Bispo ainda não quer falar com a imprensa. “Ele está abatido com tudo o que aconteceu. Deverá se apresentar aos seus superiores para ser encaminhado a um trabalho administrativo enquanto durem as investigações no âmbito da Justiça Militar”.

Questionado, o advogado explicou que o caso correrá na esfera militar porque o homicídio culposo praticado por um soldado é considerado um crime militar. “Mesmo assim, acho que o promotor militar irá denunciá-lo nos próximos dias para que ele responda pelo homicídio”, disse Capano.

Segundo o advogado, o recall nas pistolas .40 usadas pela PM foi solicitado pela própria corporação. Documento da Polícia Militar pedia um “plano de revisão do armamento institucional de calibre .40 pistola Taurus – série 640 a 24/7” usada para “correção, concerto e prevenção”. Os policiais militares admitiam ocorrências de “disparos acidentais (…) envolvendo as armas”. Naquela ocasião, se requereu estudo “criterioso” sobre os casos. O prazo de entrega das armas iria até 27 de setembro.

Apesar de a arma de Bispo não ser desse mesmo lote que passou pela revisão da Taurus, seu advogado sustenta que, diante de tantas queixas é possível que a pistola de seu cliente também tenha falhado.

Questionada, a assessoria de imprensa da PM confirmou a “inspeção” nas armas. Por meio de nota, a PM afirmou que, “no caso em questão, ao qual responde o Sd PM Luciano Pinheiro Bispo, a arma dele foi submetida à inspeção preventiva citada, contudo, independentemente da manutenção da fabricante, ela também será submetida à perícia pela Polícia Técnico Científica, sendo certo que, se houve falha mecânica no equipamento, este fato será pontuado pelo Instituto de Criminalística.”

O caso
De acordo com o registro policial, Luciano Bispo e outro PM foram acionados pelo comando de operações da corporação para atender a um chamado de som alto na região por volta das 14h de domingo. No caminho, alegam que viram Douglas Rodrigues e o irmão dele, de 13 anos, fugirem. Como a região é ponto de tráfico de drogas, suspeitaram dos dois e pediram para eles pararem. Em seguida, ao saírem da viatura, ocorreu o disparo da arma do soldado, que atingiu a vítima no peito. Os próprios policiais socorreram o adolescente, que morreu num hospital da região do Jaçanã.

Amigos de Douglas Rodrigues disseram que o carro onde estava o policial militar deu um ‘cavalo de pau’ e depois o soldado fez mira antes de atirar. Luciano Bispo estava no banco do carona.

O pai do adolescente morto, o motorista José Rodrigues, de 44 anos, afirmou ao G1 que pretende processar o estado e buscar uma indenização pelo ocorrido. O motorista também afirmou que o policial que atirou era conhecido por outros jovens da vizinhança por conta do comportamento agressivo em outras rondas da PM. “Os meninos disseram que ele era meio bravo. O jeito dele trabalhar não era como o dos outros. O pessoal disse que ele era meio esquentado”, contou.

'O único defeito da gente era ser pobre', diz Rosana Martins de Souza, 44, mãe do adolescente Douglas Rodrigues, 17, que morreu com um tiro após uma abordagem policial no Jardim Brasil, Zona Norte da capital paulista. A morte desencadeou uma série de prot (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)‘O único defeito da gente era ser pobre’, disse
Rosana Martins de Souza, 44, mãe do
adolescente Douglas Rodrigues
(Foto: Rosanne D’Agostino/G1)

A mãe do adolescente disse, no início da manhã de segunda, que o filho não entendeu por que foi alvo do disparo do policial militar. “Por que o senhor atirou em mim?”, perguntou o adolescente ao policial, segundo a mãe. Segundo a família, o estudante trabalhava em uma lanchonete. “Ele não tinha preguiça de trabalhar. Ele estudava. Estava no 3º ano”, contou.

Justiça confirma soltura
Leia abaixo íntegra da nota do TJM:

“Informamos que por decisão do Exmo. Juiz de Direito da 3ª Auditoria da Justiça Militar do Estado de São Paulo, Dr. Enio Luiz Rossetto, datada de 4/11/2013, atendendo a requerimento da defesa e do próprio Ministério Público, e com base no art. 270, parágrafo único, “b”, do Código de Processo Penal Militar, foi concedida a liberdade provisória ao Sd PM Luciano Pinheiro Bispo, indiciado nos autos do APFD 69.276/13 pela prática de homicídio culposo, ocorrido no dia 27 de outubro de 2013.

Aludido policial militar não poderá faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para o qual seja requisitado ou intimado, nem se ausentar do território da jurisdição do juízo, sem prévia autorização, sob pena de ser cassado o benefício.

As diligências requeridas pelo Ministério Público foram deferidas pelo MM. Juiz da 3ª AME, tendo, então, os autos retornado à origem para efetivação.”

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