Segundo a polÃcia, foram encontradas 30g de maconha, cinco papelotes de cocaÃna e um vidro de loló no veÃculo em que 4 jovens teriam furado uma blitz ao voltarem de festa na Barra de Tijuca, Rio de Janeiro. Aparentemente, o porte de drogas teria motivado o motorista a não parar, o que só aumenta a revolta com a realidade absurda do nosso cotidiano. Até quando usuários (e por que não comerciantes?) de drogas terão que viver fugindo de truculentos soldados mal treinados responsáveis por aplicar uma lei insensata ao custo de vidas e liberdades? Em sua defesa,  após assassinar o estudante de cinema João Pedro Cruz, 23 anos, a PM mente na cara larga e diz que o grupo disparou contra a polÃcia. Nenhuma arma foi encontrada com os jovens. Os PMs envolvidos foram remanejados para plantões em cabines localizadas em vias expressas da cidade. Afinal, policiais têm licença do Estado para matar, atiram 50 vezes antes de perguntar. E ainda tem gente contrária a desmilitarização…
Carro ocupado por estudante de cinema levou mais de 50 tiros em perseguição; PMs foram afastados das ruas
Policiais afirmam que jovens furaram bloqueio e atiraram primeiro; nenhuma arma foi encontrada
MARCO ANTÔNIO MARTINSDO RIO
Quatro policiais militares foram afastados das ruas após a morte do estudante de cinema da PUC-Rio João Pedro Cruz, 23, na madrugada da segunda-feira.
Cruz foi atingido no peito por um tiro de fuzil depois que o carro em que estava, um Kia Cerato prata, “furou” uma blitz na Linha Amarela, altura do bairro de Pilares, na zona sul da cidade.
Segundo relatos à polÃcia, quatro jovens voltavam de uma festa na Barra da Tijuca quando se depararam com o bloqueio. O motorista do veÃculo não parou.
O carro levou mais de 50 tiros dos PMs que o perseguiram por cinco quilômetros até a avenida Dom Helder Câmara (em Pilares, zona norte). De acordo com os policiais, os ocupantes do Kia “deram um tiro” contra eles, o que teria justificado o revide.
Policiais civis e peritos estiveram no local, no dia do caso, e não encontraram qualquer arma no veÃculo ou com os outros três ocupantes, que se feriram com estilhaços.
Cruz estava sendo no banco traseiro, atrás do motorista, quando foi baleado. Morreu no local e foi sepultado ontem à tarde, no cemitério do Caju, zona norte do Rio.
Nas redes sociais, o estudante defendia ações pelo desarmamento.
Os policiais disseram ter encontrado cinco papelotes de cocaÃna, 30 gramas de maconha e um vidro de cheirinho da loló. Nenhum dos ocupantes do carro tem passagem pela polÃcia.
A circunstâncias do caso levaram a PM do Rio a abrir um inquérito sobre a conduta dos policiais.
Foi aberto ainda inquérito na PolÃcia Civil, que apreendeu três fuzis e uma pistola que teriam sido utilizados.
O armamento será analisado pela perÃcia para confirmar se os disparos que atingiram o carros vieram mesmo das armas dos policiais.
Imagens das câmeras de segurança da Linha Amarela foram solicitadas para auxiliar nas investigações.
Os policiais envolvidos foram remanejados para plantões em cabines localizadas em vias expressas da cidade.
“Eles estão ali para proteger quem for passar. Agora, atirar sem ter certeza ou noção de em quem estão atirando… Eu acho que estão treinando para matar pessoas”, disse José Onildo, avô de Cruz à TV Bandeirantes.