(fotos Midia Ninja)
RIO – “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero fumar. Dá a semente, dá a semente, dá a semente pra eu parar de comprarâ€, paródia do clássico “Mamãe eu queroâ€, está no repertório do bloco Planta na Mente, que desfilou nesta quarta-feira na Lapa. O grupo, que pede a legalização da maconha, fez seu quarto carnaval. Com marchinhas adaptadas ao tema do protesto, o Planta na Mente reuniu cerca de quatro mil foliões na Lapa.
Participante desde a primeira edição do bloco, André Silva, professor de informática, argumenta que a legalização trará vários benefÃcios, como por exemplo o dinheiro arrecadado com impostos sobre a comercialização, que poderá ser investido em educação e até mesmo na saúde.
– Já está mais do que na hora de a maconha ser legalizada no Brasil – diz o professor.
A mesma opinião tem o saxofonista Taian Orplieb. Para ele, manifestações como essa são fantásticas, pois, além de festejar o carnaval, é uma forma de reavaliar o uso da maconha.
– É um movimento interessante para refletir sobre a legalização – diz.
O desfile começou às 16h20m, considerado horário mundial da maconha. O bloco percorreu as ruas Mem de Sá, do Lavradio e Gomes Freire.
Um dos organizadores, Antônio Henrique Campello, avaliou o cortejo de forma positiva.
– É uma festa, mas também é a hora de reavaliarmos a polÃtica proibicionista que marginaliza os que cultivam ou consomem maconha – diz Antônio.
Passando férias no Rio, a paulista Luana Silveira, encerrou seu passeio na Cidade Maravilhosa no bloco.
– Fui em vários blocos, já que não sou adepta de escolas de samba. São lindos espetáculos, mas prefiro cair na folia de rua – diz a fisioterapeuta, cantando: “o abre alas, que eu quero fumar…”.
“Bandeira branca amor, não posso mais me esconder, só por fumar erva paz.†e “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero fumar. Dá a semente, dá a semente, dá a semente pra eu parar de comprarâ€, essas e outras paródias das tradicionais marchinhas de carnaval, adaptadas no repertório do bloco Planta na Mente, carregou mais de 5 mil foliões no seu 4º desfile na quarta-feira de “brasasâ€, no Rio de Janeiro.
O bloco, que teve a concentração nos pés dos arcos da Lapa, entre o circo e a fundição, três Ãcones da cultura canábica carioca saiu à s 16e20 no tradicional horário da marola descendo a Rua dos Arcos, até a esquina da Rua do Lavradio com a Rua do Resende, onde contamos com a ilustre aparição, no estilo Bonecão de Olinda, de “Eduardo Paespalho†representando o ‘adorado’ prefeito da cidade carioca, que acompanhou o bloco pela Rua do Resende, entrando na Avenida Gomes Freire finalizando no tradicional ‘bar da cachaça’, na esquina da Av. Mem de Sá.
Para o ativista, Rudi Fidel do coletivo Horta Urbana, “a importância do bloco é enorme, por que além de vir criticando o modelo de guerra à s drogas traz propostas positivas para uma nova legislação, fora que é bom protestar com alegriaâ€, complementou o ativista.
Já o ator Daniel Curi, do Canal Parafernalha, que marcou presença em outras edições do bloco e da marcha, ficou surpreso com o crescimento. “Foi bem mais cheio, mais longo e não ficamos tão “escondidos†pelas ruelas da Lapa. Acho que ano que vem estaremos na Rio Branco.â€
Segundo o ator, o mais interessante foi ver a cara das autoridades ‘perplexa escoltando’ milhares de maconheiros sem ocorrer uma confusão. “A partir do momento que os usuários botam a cara nas ruas, desmistificam aquela imagem do estereótipo de maconheiro. Muitos médicos, advogados, empresários, estudantes, ambulantes e vagabundos lutando juntos pela paz e por um ideal é sempre bonito de se ver. Como diz um amigo meu “Não sei porque prender um usuário fumando maconha nas ruas ou em algum evento. O máximo que pode acontecer é ele ficar na larica e pedir um petisco.â€, finalizou Curi.
Para o comerciante Luan Rocha, “o bloco tem a importância de mostrar através da música que a maconha além de ser recreativa tem outros usos, sejam medicinal, industrial ou cultural. Percebi que cresceu em relação aos outros anos, um sinal de que a galera ta saindo do armário.â€
Antonio Campello, um dos organizadores, acredita que esse crescimento é sinal do fortalecimento de todo o movimento antiproibicionista. Campello finaliza, “…achei lindo e fico emocionado pois o Planta é como um filho pra mim.â€
Entre ativistas foliões, vimos a alegria em um forma contagiante com a boa aceitação explanada entre sorrisos e rimas por onde o bloco passava, nos rostos dos ambulantes, transeuntes, moradores em suas sacadas , turistas, motoristas e até dos guardas municipais, admirados com tanta alegria e beleza reunidos em uma celebração tranquila e regada de positividade, em prol da legalização da maconha como foi o desfile do Planta na Mente. A presença da polÃcia foi mÃnima.