Quase 40% dos usuários de crack cadastrados desistiram de frequentar o programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo. Balanço divulgado pela administração municipal aponta que foram 158 desistências das 400 vagas iniciais.
Iniciado há dois meses, o programa paga R$ 15 por dia para que viciados trabalharem com varrição. Apesar das desistências, a prefeitura afirmou que abriu mais 65 vagas, totalizando 465. Isso porque há 79 consumidores que frequentam quase diariamente a cracolândia, mas não moram na região.
A prefeitura também anunciou nesta quinta-feira que a segurança ganhará peso na região da cracolândia e que os guardas vão ocupar as ruas para ajudar a acabar com a “feira livre” do crack. Isso contraria o discurso do inÃcio do programa, quando a figura policial era minimizada.
Embora tenha anunciado a presença ostensiva da Guarda Civil Metropolitana hoje, a corporação já chegou a se envolver em confrontos recentes com usuários de crack -como na última terça-feira. Um guarda chegou a usar bombas contra os dependentes. Haddad diz que ele foi afastado e será alvo de uma sindicância.
“A segurança é um dos tripés do programa. Se você abrir mão do combate ao tráfico, há comprometimento do programa”, disse Roberto Porto, secretário de Segurança Urbana de Haddad. Até então, a guarda ficava parada com um ônibus em um ponto para monitorar as imagens de câmeras. “Agora não estará concentrado ali e irá abranger outras áreas.”
O efetivo atual de 50 guardas na cracolândia não deve variar muito, mas a ação será mais ostensiva. “Faremos uma mudança de postura, estaremos mais presente, ocupando mais as ruas e vias”, afirmou Porto, ressalvando que a utilização “das bombas de gás está terminantemente proibida”.
Os guardas que atuarem no local deverão usar só os equipamentos tradicionais de trabalho -revólver na cintura e tonfa (tipo de cassetete).
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