A Prefeitura de São Paulo tentou na tarde de ontem colocar usuários de droga da cracolândia dentro de um cercado de metal, que foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia.
Normalmente, a concentração de usuários fica disposta no meio das ruas do entorno, principal ponto de venda e consumo do crack.
As grades foram colocadas por volta das 16h ao redor do calçadão. Cerca de uma hora depois, viaturas começaram a levar pacificamente o grupo que estava concentrado na alameda Dino Bueno para a área do “cercadinho”.
Indignados com as grades, os usuários resolveram ocupar a tenda Braços Abertos, localizada na rua Helvetia.
A tenda é base do programa homônimo da prefeitura, que oferece trabalho, moradia, alimentação e tratamento na cracolândia.
Segundo usuários ouvidos pela Folha, ela foi ocupada como uma alternativa ao inÃcio de um confronto com a Guarda Civil Metropolitana.
Afirmaram ainda que aceitariam mudar o ponto de concentração para a esquina da Helvetia com a Cleveland, mas não toleram as grades.
IMPASSE
No inÃcio da ocupação, os usuários apontavam que só sairiam da tenda caso as grades fossem removidas, mas acabaram se retirando de forma pacÃfica e sem interferência dos guardas-civis.
A ocupação durou duas horas. Nesse perÃodo, tanto a venda quanto o consumo de crack, que normalmente acontecem na rua, ocorreram dentro da tenda municipal.
Até o inÃcio da noite de ontem, os usuários estavam concentrados na rua Helvetia e afirmavam que só iriam para o calçadão caso as grades fossem removidas.
PREFEITURA
De acordo com a prefeitura, as grades foram colocadas apenas para organizar a movimentação dos usuários.
“Estamos tentando liberar as calçadas e ruas para garantir o direito de ir e vir da população”, afirmou Roberto Porto, secretário municipal de Segurança Urbana.
Segundo ele, as grades não ficarão fechadas e os usuários têm trânsito livre.
“Não estamos prendendo ninguém, apenas dando espaço para quem deseja usar a calçada ou a rua”, disse.
O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira que a decisão de colocar um “cercadinho” na região da cracolândia no centro de São Paulo é uma medida que depende de um “pacto” com as pessoas que frequentam a área.
Na tarde de ontem, um cercado de metal foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia. A ideia, segundo o prefeito, era organizar o fluxo de pessoas que passam por ali, pois moradores têm reclamado da presença dos usuários obstruindo as ruas, principalmente a alameda Dino Bueno.
“Nós organizamos o território para que não haja obstrução. As pessoas têm o direito de transitar. As vezes quando você toma uma medida causa uma reação até as pessoas compreenderem”, afirmou.
De acordo com Haddad, a prefeitura está aberta a novas sugestões. “Quando verificarem que é para melhor [a medida] vão acolher a sugestão. Agora, se houver uma outra proposta estaremos abertos. Tudo ali está sendo pactuado”, disse o prefeito.
As grades foram colocadas por volta das 16h de ontem ao redor do calçadão. Cerca de uma hora depois, viaturas começaram a levar pacificamente o grupo que estava concentrado na alameda Dino Bueno para a área do “cercadinho”.
Indignados com as grades, os usuários resolveram ocupar a tenda Braços Abertos, localizada na rua Helvetia. A tenda é base do programa homônimo da prefeitura, que oferece trabalho, moradia, alimentação e tratamento na cracolândia.
Segundo usuários ouvidos pela Folha, ela foi ocupada como uma alternativa ao inÃcio de um confronto com a Guarda Civil Metropolitana. De acordo com Haddad, a medida vai continuar, mas o cercado não vai privar a liberdade dos usuários. “Nem pode [fechar o cercado], isto seria até ilegal. As pessoas têm o direito de ir e vir”, afirmou o prefeito.
No fim da manhã desta quarta-feira, os usuários de droga da cracolândia passaram a ocupar o “cercadinho” montado pela prefeitura. A mudança de local foi feita de forma pacÃfica e sem interferência da guarda civil ou da polÃcia, depois de uma reunião com interlocutores da prefeitura na região.
O clima entre os usuários que estavam dentro do “cercadinho” permanecia tranquilo até o inÃcio desta tarde. Enquanto o consumo e a venda do crack ocorria ali dentro, funcionários da prefeitura lavavam as ruas com caminhões pipa.