• Home
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
  • Podcast
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Podcast
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
Julho 12, 2014

‘Bloco das favelas’ organiza ato após um ano da morte de Amarildo

Uol

Da BBC Brasil em São Paulo

O mantra #cadeoamarildo resiste nos morros cariocas. Moradores de favelas com Rocinha, Manguinhos, complexo do Alemão, Santa Marta, Cantagalo e Babilônia se reunirão num ato, marcado para o próximo domingo, em homenagem ao pedreiro Amarildo de Souza, cujo desaparecimento completa um ano nesta segunda-feira.

Batizado como “A festa nos estádios não vale as lágrimas nas favelas”, o protesto unificado deve ocorrer no entorno do Maracanã, simultaneamente à partida final da Copa do Mundo.

“Este é um ato diferente dos que aconteceram no Rio desde o ano passado. Dessa vez ele é marcado pelos moradores de favelas. A pauta da favela está colocada em primeiro lugar. A favela enfim é protagonista”, explica Gizele Martins, 28, comunicadora comunitária da Maré.

Amarildo, segundo Gizele, tornou-se símbolo para uma série de “abusos com os quais os moradores de comunidades convivem todos os dias”.

“Ninguém gosta de passar por tanque de guerra e armas no quintal de casa. Ninguém quer ser revistado e abusado gratuitamente. Ninguém quer ser confundido com bandido, nem ver parentes e amigos desaparecendo. É contra isso que lutamos. E com a Copa isso se intensificou de um jeito que nunca tinha acontecido.”

Os principais pontos discutidos pelos moradores das comunidades são o que os organizadores chamam de “militarização das favelas”, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e presença das Forças Armadas, e as remoções forçadas para obras como teleféricos, que nem sempre refletem as demandas locais.

‘Offline’

O evento, marcado pelo Facebook, já tem 1.300 pessoas confirmadas e mais de 16 mil convidados. Segundo os organizadores, uma força-tarefa foi organizada online e offline para mobilizar a população.

“As redes sociais são muito importantes, mas a internet é cara. Então fizemos reuniões dentro de diferentes favelas também para mobilizar. É como um complemento: nosso público passa oito horas do dia trabalhando, mais tantas outras no transporte, chega em casa e não tem tempo ou dinheiro mesmo para internet”, diz Gizele.

No ano passado, uma campanha virtual pedindo explicações sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo se espalhou pelas redes graças a hashtags como #cadeoamarildo e #ondeestaamarildo. Elas foram compartilhadas mais de 15 mil vezes, só no Twitter, e despertaram a adesão de personalidades como os músicos Caetano Veloso e Criolo.

Da mobilização na internet surgiu a pressão que culminou nas investigações e indiciamento de policiais envolvidos no desaparecimento do pedreiro.

No convite do ato, os organizadores convocam moradores de favelas cariocas a trazerem “seus cartazes, camisas e faixas para o Bloco das Favelas”.

“[O governo faz] Investimentos absurdos em elefantes brancos como teleféricos enquanto continuamos a sofrer com falta de saneamento, hospitais e escolas”, afirmam.

Para evitar novos “elefantes”, a organização pede que os moradores das comunidades sejam consultados durante a elaboração de políticas públicas.

“O Estado age como se todas as favelas fossem iguais. Mas a demanda da Rocinha é diferente da demanda da Maré. Não tem que colocar a gente no mesmo saco e generalizar as soluções. Um dos problemas onde moro é o saneamento básico. No Pavão-Pavãozinho pode ser o direito à habitação. É importante que fique claro: a gente quer diálogo, não quer briga”, diz a líder comunitária.

Amarildo

O pedreiro Amarildo de Souza desapareceu em 14 de julho do ano passado, após ser levado pela polícia carioca à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Após passar por “averiguação”, nos termos da PM, o pedreiro nunca mais foi encontrado.

Pelo menos 29 policiais envolvidos no caso, incluindo o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, correm risco de serem expulsos da PM por acusações como o convencimento de testemunhas a mentirem em depoimentos. O inquérito da PM aponta que os crimes devem ser julgados pela Justiça comum, e não pela Justiça Militar.

“O Amarildo representa todos os pobres e favelados que desaparecem todos os dias e ninguém vê, ninguém ouve. Nossa bandeira é o direito à vida. Quando desaparecem Amarildos e Amarildas, enquanto morre pobre, negro e favelado, é porque tem alguma coisa errada. A sociedade tem que se indignar e até lá vamos colocar essa bandeira na rua para sermos tratados como qualquer cidadão”, diz Gizele.

Ela dá exemplos sobre mudanças nas favelas desde a entrada das UPPs ou das forças armadas.

“Onde moro existe hoje um soldado para cada 55 moradores. A Maré tem 132 mil moradores segundo o Censo. Pergunta: me diz se tem um professor para cada 55 pessoas? Não tem. Isso mostra a política do Estado nas favelas.”

Segundo ela, o aluguel e o custo de vida também aumentaram.

“Ficou tudo absurdamente caro. As pessoas estão saindo das favelas e indo para favelas mais distantes. Até o início do ano tinham casas de R$ 60, 70 mil. Agora custam R$ 150 mil. Faz sentido isso tudo para morar na favela?”.

Comments

comments

Nos ajude a melhorar o sítio! Caso repare um erro, notifique para nós!

Recent Posts

  • NOV 26 NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa
  • Quem foi a primeira mulher a usar LSD
  • Cloroquina, crack e tratamentos de morte
  • Polícia abre inquérito em perseguição política contra A Craco Resiste
  • Um jeito de plantar maconha (dentro de casa)

Recent Comments

  1. DAR – Desentorpecendo A Razão em Guerras às drogas: a consolidação de um Estado racista
  2. No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime em No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime
  3. DAR – Desentorpecendo A Razão – Um canceriano sem lar. em “Espetáculo de liberdade”: Marcha da Maconha SP deixou saudade!
  4. 10 motivos para legalizar a maconha – Verão da Lata em Visitei um clube canábico no Uruguai e devia ter ficado por lá
  5. Argyreia Nervosa e Redução de Danos – RD com Logan em Anvisa anuncia proibição da Sálvia Divinorum e do LSA

Archives

  • Março 2022
  • Dezembro 2021
  • Setembro 2021
  • Agosto 2021
  • Julho 2021
  • Maio 2021
  • Abril 2021
  • Março 2021
  • Fevereiro 2021
  • Janeiro 2021
  • Dezembro 2020
  • Novembro 2020
  • Outubro 2020
  • Setembro 2020
  • Agosto 2020
  • Julho 2020
  • Junho 2020
  • Março 2019
  • Setembro 2018
  • Junho 2018
  • Maio 2018
  • Abril 2018
  • Março 2018
  • Fevereiro 2018
  • Dezembro 2017
  • Novembro 2017
  • Outubro 2017
  • Agosto 2017
  • Julho 2017
  • Junho 2017
  • Maio 2017
  • Abril 2017
  • Março 2017
  • Janeiro 2017
  • Dezembro 2016
  • Novembro 2016
  • Setembro 2016
  • Agosto 2016
  • Julho 2016
  • Junho 2016
  • Maio 2016
  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Setembro 2015
  • Agosto 2015
  • Julho 2015
  • Junho 2015
  • Maio 2015
  • Abril 2015
  • Março 2015
  • Fevereiro 2015
  • Janeiro 2015
  • Dezembro 2014
  • Novembro 2014
  • Outubro 2014
  • Setembro 2014
  • Agosto 2014
  • Julho 2014
  • Junho 2014
  • Maio 2014
  • Abril 2014
  • Março 2014
  • Fevereiro 2014
  • Janeiro 2014
  • Dezembro 2013
  • Novembro 2013
  • Outubro 2013
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009

Categories

  • Abre a roda
  • Abusos da polí­cia
  • Antiproibicionismo
  • Cartas na mesa
  • Criminalização da pobreza
  • Cultura
  • Cultura pra DAR
  • DAR – Conteúdo próprio
  • Destaque 01
  • Destaque 02
  • Dica Do DAR
  • Direitos Humanos
  • Entrevistas
  • Eventos
  • Galerias de fotos
  • História
  • Internacional
  • Justiça
  • Marcha da Maconha
  • Medicina
  • Mídia/Notí­cias
  • Mí­dia
  • Podcast
  • Polí­tica
  • Redução de Danos
  • Saúde
  • Saúde Mental
  • Segurança
  • Sem tema
  • Sistema Carcerário
  • Traduções
  • Uncategorized
  • Vídeos