• Home
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
  • Podcast
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Podcast
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
Novembro 16, 2014

Folha: Sequestro expõe limite da guerra às drogas no México

Folha de S.Paulo

Repressão torna tráfico de heroína mais lucrativo; 98% da papoula é produzida em Estado onde alunos sumiram

Desaparecimentos minam plano de Peña Nieto de centrar governo na economia, e não no combate ao narcotráfico

RAUL JUSTE LORES ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

Desde o início do governo Felipe Calderón, no fim de 2006, o México prendeu 26 dos 37 chefões dos sete maiores cartéis do país. O número de homicídios caiu 15% nas principais áreas metropolitanas. A apreensão de heroína contrabandeada na fronteira cresceu 324% de 2009 a 2013.

O “momento do México” parecia completado pela habilidade de Enrique Peña Nieto, do PRI, que, desde que assumiu, no fim de 2012, aprovou 11 reformas econômicas –com apoio do PRD (esquerda) e do PAN (direita). Sua ideia era deixar o tema drogas em segundo plano.

Mas o desaparecimento de 43 normalistas, sequestrados por traficantes no Estado de Guerrero, escancarou os limites da chamada “guerra às drogas”. Empreendida por Calderón, ela causou 60 mil mortes e foi constantemente elogiada pelos EUA.

“O consumo de heroína está em alta nos EUA, e o fechamento da fronteira, com muro, patrulhas e mais segurança, só faz aumentar o preço dessa droga. A repressão deixou o negócio ainda mais lucrativo”, disse à Folha Ioan Grillo, jornalista que escreveu “El Narco “” Inside Mexico’s Criminal Insurgency” [por dentro da insurgência criminosa do México].

Em Guerrero se cultiva 98% da papoula do país, planta que é base da heroína.

Já o consumo de cocaína nos EUA está em baixa –o número de usuários caiu 40% de 2006 a 2012. Várias organizações criminosas que lutam pelo espólio dos grandes cartéis, mas são menores e não têm habilidade de controlar o tráfico nos EUA, buscam outras fontes de renda.

“Houve uma ruralização do crime nos últimos anos. Os novos grupos exploram cidades pequenas e o campo, lucrando com sequestros e extorquindo pequenos comerciantes”, diz o analista em segurança Eduardo Guerrero, da consultoria Lantia.

TEMPESTADE PERFEITA

Para aumentar a “tempestade perfeita”, nas palavras de Alejandro Hope, que dirige iniciativa para estudar a política de segurança do país, houve uma mudança nas leis de venda de armas nos EUA.

Em 1994, o governo Clinton assinou lei que bania por dez anos a produção e venda de armas semiautomáticas para uso civil. George W. Bush não renovou a lei, e vários Estados na fronteira começaram a vender essas armas.

“Enquanto as drogas vão do sul ao norte, as armas começaram a fazer o caminho contrário”, diz Hope.

Há duas lojas de armas a cada quilômetro da fronteira, segundo a Universidade de San Diego, e 253 mil armas são contrabandeadas por ano para o México.

Segundo pesquisa do instituto Pew divulgada em agosto passado, para 79% dos mexicanos a violência é o maior problema do país.

O presidente Peña Nieto ainda não visitou a região onde o ônibus dos estudantes foi interceptado por policiais e traficantes. O prefeito de Iguala, onde ocorreu o crime, teria ordenado a ação para impedir que os alunos protestassem em ato no qual a primeira-dama lançaria sua candidatura ao posto do marido.

O casal, já preso, tem ligações econômicas e familiares com o narcotráfico. Para analistas, a indústria da droga, após décadas corrompendo políticos, estaria elegendo os próprios representantes, “pulando intermediários”.

O governo federal repetiu várias vezes que segurança pública era um assunto dos Estados. Só após quatro semanas do desaparecimento, com passeatas diárias no centro da Cidade do México, Peña Nieto se reuniu com os pais dos alunos.

VIAGENS

O presidente decidiu manter suas viagens à China e à Austrália para as cúpulas da Apec e do G20, pouco depois de o ministro da Justiça anunciar que os estudantes tinham sido mortos e queimados.

As reformas aprovadas pelo governo demoram a demonstrar resultados. O PIB deste ano deve crescer 2,4%, depois de alta de apenas 0,9% no ano passado. Seis de cada dez mexicanos desaprovam a situação econômica.

Na Cidade do México, depois de seis semanas de protestos diários e de alguns atos violentos de grupos mais radicais, as passeatas se esvaziaram. Mas ainda há pichações pelo centro. “Foi o Estado” é a mais comum delas.

Comments

comments

Nos ajude a melhorar o sítio! Caso repare um erro, notifique para nós!

Recent Posts

  • NOV 26 NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa
  • Quem foi a primeira mulher a usar LSD
  • Cloroquina, crack e tratamentos de morte
  • Polícia abre inquérito em perseguição política contra A Craco Resiste
  • Um jeito de plantar maconha (dentro de casa)

Recent Comments

  1. DAR – Desentorpecendo A Razão em Guerras às drogas: a consolidação de um Estado racista
  2. No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime em No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime
  3. DAR – Desentorpecendo A Razão – Um canceriano sem lar. em “Espetáculo de liberdade”: Marcha da Maconha SP deixou saudade!
  4. 10 motivos para legalizar a maconha – Verão da Lata em Visitei um clube canábico no Uruguai e devia ter ficado por lá
  5. Argyreia Nervosa e Redução de Danos – RD com Logan em Anvisa anuncia proibição da Sálvia Divinorum e do LSA

Archives

  • Março 2022
  • Dezembro 2021
  • Setembro 2021
  • Agosto 2021
  • Julho 2021
  • Maio 2021
  • Abril 2021
  • Março 2021
  • Fevereiro 2021
  • Janeiro 2021
  • Dezembro 2020
  • Novembro 2020
  • Outubro 2020
  • Setembro 2020
  • Agosto 2020
  • Julho 2020
  • Junho 2020
  • Março 2019
  • Setembro 2018
  • Junho 2018
  • Maio 2018
  • Abril 2018
  • Março 2018
  • Fevereiro 2018
  • Dezembro 2017
  • Novembro 2017
  • Outubro 2017
  • Agosto 2017
  • Julho 2017
  • Junho 2017
  • Maio 2017
  • Abril 2017
  • Março 2017
  • Janeiro 2017
  • Dezembro 2016
  • Novembro 2016
  • Setembro 2016
  • Agosto 2016
  • Julho 2016
  • Junho 2016
  • Maio 2016
  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Setembro 2015
  • Agosto 2015
  • Julho 2015
  • Junho 2015
  • Maio 2015
  • Abril 2015
  • Março 2015
  • Fevereiro 2015
  • Janeiro 2015
  • Dezembro 2014
  • Novembro 2014
  • Outubro 2014
  • Setembro 2014
  • Agosto 2014
  • Julho 2014
  • Junho 2014
  • Maio 2014
  • Abril 2014
  • Março 2014
  • Fevereiro 2014
  • Janeiro 2014
  • Dezembro 2013
  • Novembro 2013
  • Outubro 2013
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009

Categories

  • Abre a roda
  • Abusos da polí­cia
  • Antiproibicionismo
  • Cartas na mesa
  • Criminalização da pobreza
  • Cultura
  • Cultura pra DAR
  • DAR – Conteúdo próprio
  • Destaque 01
  • Destaque 02
  • Dica Do DAR
  • Direitos Humanos
  • Entrevistas
  • Eventos
  • Galerias de fotos
  • História
  • Internacional
  • Justiça
  • Marcha da Maconha
  • Medicina
  • Mídia/Notí­cias
  • Mí­dia
  • Podcast
  • Polí­tica
  • Redução de Danos
  • Saúde
  • Saúde Mental
  • Segurança
  • Sem tema
  • Sistema Carcerário
  • Traduções
  • Uncategorized
  • Vídeos