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Abril 30, 2015

Dois textos sobre a violência da polícia e da Prefeitura de SP ontem na região da cracolândia

NOTA SOBRE A OPERAÇÃO DE BRAÇOS FECHADOS

Por Coletivo Autonomo Dos Trabalhadores Sociais

Hoje estivemos na Cracolândia em meio a opressão e repressão que o povo de rua sofreu durante praticamente o dia todo.
É bom dizermos como tudo começou:

Representantes de Haddad e Suplicy comparecem na região para pedir as pessoas que não aceitaram as propostas verticalistas do programa da região, para retirarem suas malocas e seus carrinhos, pois não poderiam mais ficar no local. Oferecendo mais uma vez os famosos albergues.

Próximo as 13 hs um policial a paisana entra no meio do fluxo para tirar fotos das pessoas, só poderia ser no propósito de posteriormente prende-las, mas ai o povo da Cracolândia não aceitou esta ação de um civil no meio do fluxo fotografando a galera. Começa a confusão e nisso o policial saca uma arma e atira contra duas pessoas de rua, uma acertada na perna e outra no pescoço.

Após dar os tiros o policial corre para uma base da PM, o povo do fluxo vai atrás dele exigindo a prisão do mesmo. Nisso eles colocam o Policial na viatura e o retiram do local, segundo eles para conduzi-lo a uma delegacia. Os feridos foram parar na Santa Casa, uma pessoa do coletivo foi até o local para acompanhar os feridos (até as 21 hs estavam sem risco de vida segundo o hospital).

Logo após estes incidentes a GCM, PM e Coordenador do programa (braços abertos) não cumpriram a palavra dada ao povo de rua que retirariam a tropa do local, mas começaram uma nova repressão com bombas contra o povo que no mínimo queria um espaço para guardar seus pertences.

A repressão continuou até aproximadamente as 20 hs, o povo como pode resistiu, até entrando na tenda do Braços abertos, espaço que não queria abrir suas portas para acolher o povo e seus pertences e que somente depois de insistência foi que as portas foram abertas pelo povo e as pessoas conseguiram entrar.

Povo de rua e pessoas do coletivo ficaram feridas nesta ação e vale salientar que a noite na visita do Suplicy após a repressão o povo deixou claro que não quer a visita de secretários e prefeito no local, pois depois da visita destes de manhã a tarde a repressão correu solta.

Não há alternativas humanas na região e mais uma vez a repressão contra o povo de rua da Cracolândia foi usada pelo Prefeito em parceria com o Governo do Estado.

Não nos calaremos e continuaremos resistindo diante desta covardia e mais uma vez entendemos que esta gestão, a qual complexificou a GCM (tornando-a mais armada e violenta) trabalha para os ricos e violenta mais uma vez os mais pobres da cidade. O prefeito que ironicamente dá aula de Direito a Cidade é o mesmo que constrói uma cidade para alguns.

***

Higienização no centro de São Paulo e o silêncio cúmplice

 Frequência Caiçara 

Operação cracolândia realizada pela prefeitura de São Paulo ontem (29) resultou em mais violência, mais truculência policial contra pessoas em situação de rua. Bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e prisões. No noticiário tendencioso da mídia burguesa, tentaram justificar a violência policial associando o caso com o tráfico de drogas.

A operação da prefeitura tem o nome “Braços Abertos”, mas deveria se chamar “Desce o Braço”, depois do que aconteceu ontem. (o nome caberia melhor) Infelizmente, não é a primeira vez, se tornou uma praxe essas operações higienistas com o manto da “preocupação social”. A gestão de Haddad (PT) neste sentido tem seguido a mesma lógica de seu antecessor Gilberto Kassab (PSD) que municiou o centro de São Paulo de policiais e de programas de perseguição a camelos e pessoas em situação de rua. Em 2013 Haddad já havia se colocado a favor da internação compulsória, segundo ele, desde que a ação não seja, exclusivamente, repressiva.

Desde 2012 quando foi implantada a Operação Cracolândia, diversas notas e declarações da prefeitura e do governo do estado insistem no marketing de que o caso “cracolândia” está praticamente resolvido. Quem conhece esta história a fundo sabe que o problema não foi resolvido, a cracolândia, na verdade, simplesmente se espalhou pela cidade, formando mini-cracolândias. E no entanto, tanto a politica do Governo do Estado, quanto a do Municipal, simplesmente, tem sido trabalhar (aliados) numa cruzada para eliminar a população em situação de rua, seus programas sociais, não passam de “enxuga gelo”.

Outra questão problemática que é preciso colocar em debate, é a forma generalista como são tratadas as pessoas em situação de rua, como se todas elas fossem usuárias de drogas. Entretanto, a prefeitura tem usado dessa (absurda) visão preconceituosa, para não dizer tendenciosa, como forma de legitimar as ações violentas da policia – sempre fazendo conexões com o tráfico de drogas – Haddad chegou a afirmou que o trabalho da Prefeitura foi realizado em conjunto com a polícia porque; “Nós não conseguimos trabalhar com assistência, trabalho e saúde na presença de um traficante armado.”

Com isso, a ação de ontem foi uma verdadeira operação de guerra e com o silêncio cúmplice e hipócrita de quem se diz progressista e solidário com as ações truculentas ocorridas contra os professores no Paraná. Entenderam a contradição?
Mas como escreveu o poeta Augusto dos Anjos, “a mão que afaga é a mesma que apedreja”.

A sociedade do visível/invisível

A população de rua sempre foi vista com uma sociedade visível/invisível, de direitos violados e de deveres cobrados no cassetete, e esse é um dos problemas que os governantes aprenderam a lidar de uma única forma; “higienização social”.

Segundo o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores (CNDDH) de abril de 2011 até março de 2012, 165 moradores de rua foram mortos no Brasil. representa pelo menos uma morte a cada dois dias, a coordenadora do centro, Karina Vieira Alves, diz que: “as investigações policiais de 113 destes casos não avançaram e ninguém foi identificado e responsabilizado pelos homicídios. O CNDDH também registrou 35 tentativas de homicídios, além de vários casos de lesão corporal”.

Somente em 2011 o disque denúncia, serviço mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, registrou, 453 denúncias relacionadas à violência contra a população de rua. Casos de tortura, negligência, violência sexual, discriminação, entre outros. As unidades da Federação com o maior número de denúncias em termos absolutos foram São Paulo (120), Paraná (55), Minas Gerais e o Distrito Federal, ambos com 33 casos.

Contudo, esses dados não traduzem a real violência que está submetida as pessoas em situação de rua pois, muitos dos casos, devido à falta de provas ficam sem apuração e acabam não entrando no rol das estatísticas, por exemplo, em muitos dos casos são estabelecidos conexões com o tráfico de drogas, furtos, brigas, embriagues… O que corrobora para um mascaramento da situação, acentuando ainda mais um processo de criminalização que reforça um estereótipo de representação social que não contribui em nada, apenas, legitima a ideia de que os moradores de rua são um problema de causa individual, devido a vadiagem, o destino ruim… Além de outras infinidades de justificativas paliativas que não levam em consideração questões de ordem econômica, social e cultural. E quando se une a ideia de morador de rua + crack aí a discussão entra num viés preconceituoso e moralista.

OBS: A Secretária de Direitos Humanos com a ilustre presença do Sr Suplicy esteve acompanhando a operação.

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