Como já é tradição, a Marcha da Maconha sairá às ruas esse ano pelo fim da guerra às drogas e em defesa da (urgente) legalização. No dia 23 de maio, sob o tema “Pela liberdade d@s noss@s pres@s, em memória aos noss@s mort@s – Legalize”, reivindicaremos as sementes no lugar das correntes e a legalização da produção, distribuição e uso da planta no Brasil para seus mais variados fins.
Nossa luta é, no fundo, por liberdade. Liberdade de decidir o que fazer com nosso próprio corpo, liberdade de andar na rua sem ser pres@ ou mort@, de fazer um debate franco e aberto com a sociedade, liberdade em relação a uma política proibicionista que mata e prende negros, jovens, “suspeitos”, liberdade de uma política que não traz alento para quem precisa. Pois nada mais coerente, portanto, que a gente queira que nossa manifestação aconteça também livre; livre da investigação, da tutela e da presença (ostensiva ou repressiva) da polícia – instituição que, aliás, faz o trabalho sujo da guerra que tanto combatemos.
“Que coincidência: não tem polícia, não tem violência”
Assim, estamos divulgando essa carta aberta que, pacífica como nossa manifestação, pretende deixar registrado que desconvidamos a polícia para a nossa Marcha da Maconha.
Por um lado, qualquer retrospectiva atenta pode observar que a própria PM, apesar do discurso de estar ali “para fazer nossa segurança”, é quem inicia os episódios de violência em grande parte dos atos de rua – chame de tropa de braço, de robocop, de pacificadora ou do que seja.
Por outro, ainda que não tivéssemos uma das polícias mais sanguinárias do mundo, a ideia de que “é nois por nois”, de que da segurança da manifestação devem cuidar os próprios manifestantes, é também algo que queremos enquanto um princípio de autonomia e mesmo de construção, passo a passo, daquele outro mundo que queremos.
Já basta de guerra. Por uma Marcha da Maconha onde caibam muitos rostos e causas, e onde as flores vençam o canhão.
Marcha da Maconha São Paulo.
Legalize.
Maio de 2015