PolÃcia aponta indÃcios que ligam chacina de Osasco e Barueri a 13 homicÃdios nos 5 dias anteriores
Crimes ocorreram após morte de policial por bandidos; mesma munição foi utilizada em ataques diferentes
ROGÉRIO PAGNANLUCAS FERRAZDE SÃO PAULO
A força-tarefa criada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para investigar a chacina que deixou 19 mortos na Grande SP detectou indÃcios de ligação do crime com outros 13 assassinatos ocorridos nos cinco dias anteriores.
Com isso, a apuração já trabalha oficialmente com a hipótese de um mesmo grupo ter matado 32 pessoas e deixado dez feridos em cinco municÃpios próximos na região metropolitana: Osasco, Barueri, CarapicuÃba, Itapevi e Santana do ParnaÃba.
Os crimes ocorreram a partir de 8 de agosto, um dia após a morte de um PM por bandidos que assaltavam um posto de combustÃvel. A principal linha da investigação é que a série de ataques, que culminou na chacina com 19 mortes em 13 de agosto, tenha sido retaliação de policiais ao assassinato do colega.
Em documentos obtidos pela Folha e anexados à investigação, a polÃcia listou as 32 mortes e disse haver semelhança, desde as ações de 8 de agosto, no “modus operandi” dos atacantes, que são chamados de “facção criminosa”.
Também cita a “proximidade geográfica” e a “igualdade de calibres de armas de fogo empregadas” como indÃcios de que deve haver ligação entre esses crimes.
A Folha apurou que a força-tarefa foi informada de que exames periciais nos projéteis e cápsulas encontrados nos locais reforçam a ligação entre a chacina e as mortes anteriores –ao menos parte das munições utilizadas nos assassinatos em dias diferentes saiu da mesma arma.
AGRUPADOS
A relação das 32 mortes foi apresentada pela Corregedoria da PM à Justiça Militar na semana passada para pedir mais prazo para investigação.
Ao considerar a ligação entre os diferentes crimes, a força-tarefa de Alckmin afirma haver indÃcios de participação de “indivÃduos agrupados, com divisão de tarefas”.
Quase um mês e meio após a chacina com 19 mortos, a gestão tucana ainda não conseguiu esclarecer os ataques –apenas um soldado da Rota foi preso até agora sob suspeita de envolvimento e, mesmo assim, a consistência dos indÃcios contra ele chegou a ser questionada pela Justiça.
Como a principal linha de investigação da série de ataques é uma suposta represália à morte de um PM, as ações podem se estender a circunscrições de quatro batalhões, 14º e 42º (Osasco), 20º (Barueri, Itapevi e Santana de ParnaÃba) e 33º (CarapicuÃba), conforme afirmam documentos da própria PM.
O governo não trabalhava inicialmente com a possibilidade de ligação entre a chacina e as mortes anteriores.
Os assassinatos entre os dias 8 e 12 de agosto vinham sendo investigados diretamente pelos policiais das cidades onde eles ocorreram.
Agora, as apurações devem ser concentradas no DHPP (departamento de homicÃdios), que já respondia pela investigação das 19 mortes em Osasco e Barueri.
No final de semana passado, quatro jovens, entre 16 e 18 anos, foram alvo de chacina em CarapicuÃba. A polÃcia vai apurar eventual ligação com esse crime também, embora não tenha indÃcio disso.