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Abril 11, 2016

Por que legalizar as drogas, segundo um economista liberal

Exame

São Paulo – O fim da guerra às drogas deve ser tema de debate intenso nos próximos anos ao redor do mundo.

A maconha, por exemplo, é tolerada há muito tempo na Holanda e já foi liberada para uso recreativo no Uruguai e nos estados americanos do Colorado e Washington (outros devem seguir o exemplo).

Jeffrey Miron, professor de Harvard, publicou em 2010 um estudo que calculou quanto os Estados Unidos economizariam com o fim da guerra às drogas (quase US$ 50 bilhões) e quanto arrecadariam com novos impostos sobre o produto no mesmo patamar dos sobre cigarro e álcool (US$ 34,3 bilhões).

Em entrevista para EXAME.com, ele diz categoricamente que a legalização funciona pois “significa menos violência, menos gastos do governo e a abertura de uma nova fonte de taxação”.

A posição já foi defendida há muito tempo por dois vencedores do prêmio Nobel já falecidos: Gary Becker e Milton Friedman, papa do liberalismo.

Em uma pesquisa de 2011, dezenas de economistas reconhecidos foram perguntados se a abordagem “holandesa” de taxar ao invés de proibir as drogas leves teria um resultado melhor do que o status quo atual nos Estados Unidos. A esmagadora maioria concordou.

Na semana passada, conversamos com Russ Roberts, ex-professor na George Mason University, pesquisador em Stanford e anfitrião do podcast semanal EconTalk, onde conversa com grandes economistas para um público de não-economistas.

Roberts vem de uma inspiração liberal (libertária, para alguns) e falou de forma contundente sobre a legalização das drogas. Veja a seguir:

“Eu me interesso pelo florescimento humano. Não em como ficar rico ou tornar a economia mais eficiente, e sim em como criar um ambiente onde as pessoas possam viver vidas com sentido, e onde elas mesmas definam o que é isso.

Pode ser material, financeiro, filosófico, mil coisas; quero um mundo onde cada um de nós tenha a liberdade para florescer. E parte do que florescer significa para mim é o processo, não só os resultados.

Não me preocupo apenas com as dimensões observáveis e que as pessoas vivam em uma boa casa com um bom trabalho. Me importo sobre como ela se sente com aquele trabalho, se você é moral, ético, se está fazendo algo que está ajudando as outras pessoas – seja numa atividade comercial ou voluntária.

Há uma grande diferença entre ser forçado a ajudar as pessoas e escolher ajudar as pessoas. Eu acho horrível tomar drogas: não quero que meus filhos façam isso. Mas também não quero que eles assistam televisão, e não quero o governo banindo a televisão.
Não quero que meus filhos percam tempo no YouTube (o que eles fazem) mas também não quero banir o YouTube porque eles perdem lá o tempo que poderiam usar para aprender Cálculo ou ler sobre História.

Uma parte de crescer é aprender o auto-controle. É uma tragédia que nem todos tenham auto-controle, nem todo mundo aprende, mas a questão é: quais são os mecanismos para encorajar o auto-controle?

Tem a religião, tem a família, tem a cultura e tem o Estado. Ele é minha última escolha, por muitas e muitas razões. Não quero ver o poder do Estado reforçado porque, na minha opinião, ele não serve necessariamente aos interesses do seu povo, e sim dos mais poderosos. É por isso que não quero ver seu papel aumentado, quero vê-lo reduzido.

De forma similar na área das drogas: é uma coisa terrível usar drogas como cocaína e heroína. É o que acho; eu nunca as usei. Mas eu bebo (risos) e isso tem sido considerado por boa parte da história humana como um vício, uma coisa ruim, uma distração, que atrapalha seu trabalho e nível de responsabilidade, e tudo mais.

Todos entendemos isso, qualquer adulto entende. Então a questão é: como você torna o mundo um lugar saudável para beber? Tome para você, sua cultura, sua religião e sua família.

Então eu deixo meus filhos adolescentes, na minha casa, tomarem um copo de vinho. Não três, mas um. No jantar, não às 11 da noite de uma sexta-feira. E todo mundo faz suas escolhas em relação a isso. E em algumas sociedades e culturas isso é totalmente aceitável, e em outras isso é chocante.

Acho que é assim que tem que ser: as pessoas experimentando com coisas diferentes, Quando deixamos as pessoas fazerem isso, elas dizem: Opa! Inevitavelmente. Sou feliz de estar em um mundo onde há fracasso, e às vezes nós fingimos: “Fracasso não é aceitável! Não podemos, é muito difícil não usar drogas, é muito difícil evitar seu apelo, então devemos tornar isso ilegal!”

Mas isso também não consegue afastar as pessoas das drogas, apenas te dá essa ilusão, com todos os efeitos colaterais que são tão horríveis: a corrupção, a polícia e a destruição de áreas e países inteiros porque você tornou algo artificialmente lucrativo ao bani-lo.

Acho que é uma ideia terrível, mas entendo seu apelo tanto para aquelas pessoas que tem boas intenções quando para aquelas que tem más intenções pois lucram com isso. Para quem tem as boas, eu encorajaria elas a lembrar que há mais de uma forma de atingir um bom objetivo.

Não quero que meus filhos tomem drogas, nem os seus filhos, mas não quero usar o governo para atingir este objetivo, por mais atrativo que pareça, porque não quero tornar o Estado maior e não acho que isso vá necessariamente reduzir de forma muito efetiva a quantidade de drogas usadas.

E mais importante, porque acho que isso é parte da minha responsabilidade como pai, criança e adulto de chegar a uma conclusão, e não quero que alguém artificialmente chegue a ela por mim. Eu entendo que isso não funciona perfeitamente – mas o sistema atual não funciona tampouco.”

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