Sob o lema “Fogo na bomba, paz na quebradaâ€, a edição de 2016 da Marcha da Maconha em São Paulo conseguiu atingir seu maior público na história.
O ato começou com concentração no vão livre do Masp, às 14 horas da tarde deste sábado (14), seguindo até a noite no trajeto para a Praça Roosevelt, no centro da cidade.
Poucos dias após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, foi dado um recado bem claro para a classe polÃtica e para presidente interino, Michel Temer (PMDB): a sociedade brasileira não deve aceitar retrocessos em relação ao processo polÃtico em torno da maconha.
Isso porque a composição polÃtica do novo governo em BrasÃlia caminha cada vez mais para o conservadorismo baseado em criminalização dos movimentos sociais e de pautas progressistas — como a própria questão da legalização da maconha, algo cada vez mais distante da realidade brasileira.
Com cartazes contra o novo presidente interino e em defesa da democracia, a Marcha da Maconha em São Paulo promoveu um discurso além da questão da legalização, tratando o tema como um direito humano pela vida, fazendo um contraponto na questão da guerra contra as drogas, que já deixou milhares de vÃtimas no Brasil.
Em determinado momento, os manifestantes realizaram um “maconhaço†na Paulista, com todos acendendo cigarros da erva ao mesmo tempo, diante dos olhos de policiais militares. Anos atrás, em 2011, a Marcha da Maconha em São Paulo foi brutalmente reprimida pela PolÃcia Militar, que afirmava não permitir a realização de um ato polÃtico em defesa da erva.
Neste sábado foi diferente.
Uma conquista polÃtica considerável. Hoje, podemos ao menos questionar o método polÃtico e socio-econômico sobre como a maconha é tratada pelo poder público, e como o problema da guerra contra as drogas vai além do usuário.
Na frente da massa de 30 mil pessoas que fazia parte do ato, um grupo defendia o uso medicinal da maconha, enquanto outro pedia que o Supremo Tribunal Federal liberasse o porte da erva.
Rafael Presto, membro da organização Coletivo Desentorpecendo a Razão, uma das entidades organizadora do ato, disse que a marcha da maconha caminha rumo à conquista de seu propósito de debater a legalização da droga. “É um começo de debate, de se pensar uma outra polÃtica, e o fim da guerra à s drogas, que é uma polÃtica fracassadaâ€, disse em entrevista ao site Rede Brasil Atual.
O ato deste ano buscou fortalecer a ideia de que a questão da maconha vai muito além daquilo divulgado pela mÃdia em geral.
É algo que afeta principalmente a periferia: criminalizada, enfrentando atos ilegais do Estado de forma cotidiana, e sem espaços para diálogo e defesa democrática.
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