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Abril 13, 2017

Marcha da Maconha regional agita praça na zona sudoeste de SP

“A pista de skate do Sapé vai entrar para a história da descriminalização da maconha no Brasil.”

Foi dessa empolgada maneira que Carlos Raposão abriu os trabalhos da primeira Marcha da Maconha da Zona Sudoeste de São Paulo. Realizada durante a tarde do último sábado (8/4), na praça Antonio Bianco (Jardim Ester), o evento reuniu dezenas de maconheirxs e apoiadores da legalização da erva, além de skatistas e pedestres que passavam por ali e paravam para escutar e sentir o cheiro da fumaça. A polícia também apareceu, mas ficou escondida no cantinho, parecendo envergonhada de ser quem ela é.

As marchas regionais são resultado de um esforço coletivo da organização da Marcha da Maconha SP em espalhar sua força e fumaça pelos quatro cantos da cidade, de preferência nas regiões periféricas – principal alvo da política de repressão e criminalização do uso e venda de drogas.

As primeiras marchas regionais aconteceram em 2016. Neste ano, todas as zonas de São Paulo contarão com o seu cortejo canábico. Nesta sexta (14/4), a manifestação está marcada para acontecer na zona leste. Confira a lista das próximas Marchas Regionais:

*Marcha Zona Leste – 14/4

*Marcha Zona Oeste – 20/4

*Marcha Zona Norte – 29/4

Marcha da Maconha aconteceu pela primeira vez na zona sudoeste de SP.

Marcha da Maconha aconteceu pela primeira vez na zona sudoeste de SP.

Lá na praça, o clima era total legaze. Em determinado espaço, durante breve tempo, fumar maconha estava legalizado. Tem uma pá de lugar que já é assim (na própria Marcha da Maconha), mas ali, numa região periférica de SP – e a pouquíssimos metros das viaturas e blindados –, bastava um beck aceso para configurar uma atitude quase radical de enfrentamento e desobediência civil.

Carlos Raposão olhava o que ocorria com êxtase. Não escondia sua animação ao ver “um bom pessoal”, em suas palavras, reunido em torno da causa da erva. De fato, a maioria dos jovens presentes na praça naquele sábado abafado usava camisetas da Marcha da Maconha e enrolavam seus baseados. O soundsystem do Natural Dub SP mandava o som necessário pra um momento como aquele.

Morador do Jardim Arpoador, Raposão possui um café nas redondezas, onde é permitido se reunir para fumar maconha. No local, também funciona uma biblioteca popular, com empréstimo gratuito de livros. Em 2016, ele e sua mulher, Alda, somaram pela primeira vez na Marcha da Maconha. A partir dali, surgiu a vontade de fortalecer a manifestação. “Participei da reunião e me apaixonei pela galera”, afirmou Raposão. “Tivemos a ideia de fazer uma reunião no nosso bairro e puxar o bonde maconheiro da zona sudoeste.”

Se liga no Raposão quase no topo do poste de luz. Doidão!

Se liga no Raposão subindo na raça o poste de luz.

Desde 2008, o filho do casal participa das Marchas. Ele lembra de quando as manifestações pela verdinha ainda eram no Parque Ibirapuera, de quando a Marcha foi proibida pelo Tribunal de Justiça por “apologia às drogas” e então reprimida pelos comedores de carniça. “Aí rolou a Marcha da Liberdade, que foi foda!”

Raposão lembra que, à época, brigou com o filho, dizendo que ele iria acabar na cadeia. O tempo mostrou quem estava certo e, naquele sábado, o pai precisou apoiar nas costas do filho para subir em postes de luz como se fosse um pau-de-sebo e pendurar o temido bandeirão da Marcha, com os dizeres Legalize Já!

“Quando eu era moleque, meu pai perguntava se eu queria experimentar, dizendo que era melhor fumar com ele do que na rua. Eu não queria, mas já tava com a ideia de pegar a maconha dele há mó cota”, relembra. “Aí um amigo deu a letra de que o que ele fumava era maconha mesmo, vamos lá, pus o banquinho, subi no maleiro do guarda roupa, trouxinha preta com fitinha crepe…fiquei fumando escondido por um bom tempo.” O pai deu o troco. “Alda descobriu aonde ele escondia maconha, e ficamos fumando um tempão até ele perceber.”

Geral reunida na hora da chama acesa.

Geral reunida na hora da chama acesa.

Raposão conta que, quando conheceu a maconha, largou todas as outras drogas – tabaco, xarope, moderador de apetite, remédios para dor de cabeça. “Todas me faziam mal e tinham efeitos colaterais fortes. Só a maconha que não. Hoje nem sei porque eu tomava toda aquela porra. Não me acrescentava em nada.”

O casal enxerga com satisfação os resultados da pré-Marcha. “Ela esclarece e divulga nosso evento principal, no dia 6 de maio, e vai mostrando devagarzinho para a população, a vizinhança, que é possível conviver, fumar maconha em ambientes públicos e dividir espaço com a polícia.” Pra Marcha da Maconha que sairá do MASP, no dia 6/5, Raposão não poderia conter a empolgação: “Nossa meta é colocar cem mil na rua. Tem maconheirx pra cacete que ainda não foi!”

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