Militantes de diversas organizações sociais, como ITTC, AMPARAR, Coletivo DAR e Pastoral Carcerária realizaram na manhã de sexta-feira (09/3) um ato na fila do fórum criminal da Barra Funda. A mobilização consistiu em conversas com as/os familiares e egressos que esperavam ser atendidos, para saber quais são as dificuldades que enfrentam.
As/os familiares afirmam que o custo financeiro e emocional de ter alguém preso é alto. “Ter um filho preso é muito sofrido, tanto pelo custo do transporte, alimentação e advogados que temos de pagar para ajudá-los, como pelo que eles sofrem dentro da cadeia”, afirma uma das familiares na fila. “Meu filho está preso e não é nada fácil. Estou passando por psiquiatra, tomando antidepressivos”, completa a mãe de uma pessoa presa.
Os egressos do sistema prisional que estavam na fila também sofrem, apontando questões como a lentidão do sistema judiciário e o preconceito social que enfrentam ao sair da prisão.
“Você pode ficar preso um dia ou dez anos. Aqui fora, a discriminação é a mesma. A gente é julgado dia após dia, pela família, por conhecidos ou ao procurar um trabalho”, diz outro egresso.
As respostas das/dos familiares e egressos serão compiladas em um relatório, que será enviado ao Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça (TJ).O ato faz parte de uma série de mobilizações por todo o país pelo fim dos massacres e por um mundo sem cárceres. Em São Paulo, ocorreu uma vigília na noite de sábado (10/3) em frente ao CDP de Pinheiros.
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