Hoje é dia de um triste aniversário. Há quatro anos, no dia 26 de setembro de 2014, 43 estudantes mexicanos de Ayotzinapa saíram de suas casas e dormitórios para um protesto por uma melhor educação em seu país. Nunca mais voltaram. E até hoje pouco se sabe sobre os detalhes dessas desaparições, além da inquestionável participação da polícia, do Exército e do Estado mexicanos, em conjunto com organizações narcotraficantes criadas e mantidas pela guerra às drogas.
Para mostrar que não perdoamos e nem esquecemos, que nos seguem faltando 43, foi realizado um ato simbólico nessa tarde, em frente ao consulado mexicano em São Paulo, pintando de sangue o caminho daqueles que têm (o nosso) sangue nas mãos. Esse pequeno ato se junta a muitos e muitos outros que acontecem e acontecerão esses dias, no México e no mundo inteiro.
“Foi o Estado!”: essa foi uma das frases emblemáticas dos muitos protestos que aconteceram nos últimos quatro anos, essa é uma das poucas certezas nesse caso. Nós brasileiros entedemos muito bem disso: em alguns dias o Massacre do Carandiru fará 26 anos, e quase nada mudou no racismo e no encarceramento; há doze dias atrás o assassinato de Marielle Franco completou 6 meses, com o mesmo descaso; tbm há poucos dias foram absolvidos a juíza racista que mandou algemar uma advogada negra no tribunal e os PMs que mataram Ricardo, em Santos, e torturaram Leandro, no Moinho. Entre tantos outros casos diários.
Basta de guerra, basta de violência. Ayotzinapa vive, la lucha sigue!
Veja vídeo da ação abaixo ou clicando aqui.