• Home
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
  • Podcast
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Podcast
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
Março 12, 2021

Mais de mil entidades e indivíduos se manifestam contra estratégia da defesa de policial e guarda municipal absolvidos da maior chacina de SP

Em nota pública, ativistas, organizações e pesquisadores denunciam tentativa de criminalização de movimentos de mães que lutam contra a violência do Estado

As polêmicas envolvendo o recente julgamento de agentes do Estado acusados de envolvimento na chacina de Osasco e Barueri, que tirou a vida de 17 pessoas em agosto de 2015, não se encerraram com a absolvição dos réus, no último 26 de fevereiro. Poucos dias depois que o ex-policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos e o guarda civil de Barueri Sergio Manhanhã ganharam a liberdade, cerca de 200 organizações nacionais e internacionais, além de centenas de pessoas, tornaram pública uma nota em apoio aos movimentos de mães que lutam contra a violência estatal, denunciando o julgamento e as estratégias do advogado de defesa, João Carlos Campanini.

Com o título “Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial”, a nota já foi traduzida para o espanhol, o inglês e o francês e contém assinaturas de entidades de diversas partes do Brasil e do mundo, entre as quais do México, da Colômbia e da França. Nas assinaturas de organizações constam órgãos institucionais, movimentos sociais, setores religiosos, institutos de pesquisa, ONGs, coletivos autônomos, organizações sindicais, associações de moradores, conselhos e federações de classe, cooperativas, mandatos de parlamentares e associações culturais. Entre as assinaturas individuais, estão nomes como o de Milton Barbosa, histórico ativista do movimento negro brasileiro; Fábio Konder Comparato, jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da USP; o antropólogo mexicano Gilberto López y Rivas, pesquisadoras/es e docentes como Flávia Rios, Sônia Hotimsky e Virgínia Fontes.

Em apoio ao grupo 13 de Agosto ” Mães de Osasco e Barueri (que reúne familiares das vítimas da chacina em questão), ao Movimento Independente Mães de Maio (citado nominalmente durante o julgamento) e outros coletivos que se organizam em oposição a violência estatal, a nota denuncia que a estratégia da defesa dos policiais construiu um discurso de inversão, tratando as mães dos jovens assassinados como criminalizáveis.

Em plenário, as peças usadas por Campanini incluíram um pdf com 122 páginas de print do Facebook de Zilda Maria de Paula, mãe de uma das vítimas da chacina e integrante do grupo 13 de Agosto, além de um vídeo antigo e calunioso ao Movimento Mães de Maio, que inclusive já foi censurado judicialmente na imprensa. Por conta da afirmação grave e sem qualquer tipo de prova, a ex-promotora Ana Maria Frigério Molinari, que aparece no vídeo afirmando existir relação entre grupos de Direitos Humanos e o PCC, já foi alvo de ação judicial por parte das Mães de Maio.

No sentido oposto de discursos como o de Molinari, em 2019 a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual oficializou a petição de uma ação civil pública que aponta o Estado de São Paulo como o responsável por todas as mortes dos crimes de maio de 2006. Na petição, os promotores pedem à Justiça que condene o governo paulista a pedir desculpas publicamente por suas violações e a indenizar as famílias das 564 vítimas.

As mais de mil assinaturas da nota em apoio aos movimentos de mães se tornam públicas em momento em que o Congresso Nacional se prepara para apreciar, mais uma vez, a chamada excludente de ilicitude, que isenta de investigação os policiais que cometerem assassinato durante o exercício da atividade profissional.

Julgamento a portas fechadas

O júri popular da matança de Osasco e Barueri, registrada como a maior chacina da história do estado de São Paulo, aconteceu entre os dias 22 e 26 de fevereiro de 2021, depois de outros dois julgamentos anulados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em 2017, Sergio Manhanhã havia sido condenado a 110 anos de prisão pela participação em 11 mortes e duas tentativas de assassinato. Em 2018, Victor Cristilder havia sido sentenciado a cumprir 119 anos de prisão por 12 mortes e quatro tentativas de homicídio. Os desembargadores do TJ-SP anularam as sentenças por entenderam que os jurados haviam feito o julgamento de forma contrária à prova produzida nos autos.

O novo julgamento aconteceu a portas fechadas. Com a justificativa da pandemia do novo Coronavírus, nem mesmo a imprensa foi autorizada a entrar no Fórum Criminal de Osasco.

As familiares das vítimas da chacina questionam a estratégia da defesa, o encerramento das investigações e estudam levar o caso para órgãos internacionais. Em 2015 a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a chacina de Osasco e Barueri, instando o Estado brasileiro a investigar, identificar e processar os responsáveis.

Comments

comments

Nos ajude a melhorar o sítio! Caso repare um erro, notifique para nós!

Recent Posts

  • NOV 26 NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa
  • Quem foi a primeira mulher a usar LSD
  • Cloroquina, crack e tratamentos de morte
  • Polícia abre inquérito em perseguição política contra A Craco Resiste
  • Um jeito de plantar maconha (dentro de casa)

Recent Comments

  1. DAR – Desentorpecendo A Razão em Guerras às drogas: a consolidação de um Estado racista
  2. No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime em No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime
  3. DAR – Desentorpecendo A Razão – Um canceriano sem lar. em “Espetáculo de liberdade”: Marcha da Maconha SP deixou saudade!
  4. 10 motivos para legalizar a maconha – Verão da Lata em Visitei um clube canábico no Uruguai e devia ter ficado por lá
  5. Argyreia Nervosa e Redução de Danos – RD com Logan em Anvisa anuncia proibição da Sálvia Divinorum e do LSA

Archives

  • Março 2022
  • Dezembro 2021
  • Setembro 2021
  • Agosto 2021
  • Julho 2021
  • Maio 2021
  • Abril 2021
  • Março 2021
  • Fevereiro 2021
  • Janeiro 2021
  • Dezembro 2020
  • Novembro 2020
  • Outubro 2020
  • Setembro 2020
  • Agosto 2020
  • Julho 2020
  • Junho 2020
  • Março 2019
  • Setembro 2018
  • Junho 2018
  • Maio 2018
  • Abril 2018
  • Março 2018
  • Fevereiro 2018
  • Dezembro 2017
  • Novembro 2017
  • Outubro 2017
  • Agosto 2017
  • Julho 2017
  • Junho 2017
  • Maio 2017
  • Abril 2017
  • Março 2017
  • Janeiro 2017
  • Dezembro 2016
  • Novembro 2016
  • Setembro 2016
  • Agosto 2016
  • Julho 2016
  • Junho 2016
  • Maio 2016
  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Setembro 2015
  • Agosto 2015
  • Julho 2015
  • Junho 2015
  • Maio 2015
  • Abril 2015
  • Março 2015
  • Fevereiro 2015
  • Janeiro 2015
  • Dezembro 2014
  • Novembro 2014
  • Outubro 2014
  • Setembro 2014
  • Agosto 2014
  • Julho 2014
  • Junho 2014
  • Maio 2014
  • Abril 2014
  • Março 2014
  • Fevereiro 2014
  • Janeiro 2014
  • Dezembro 2013
  • Novembro 2013
  • Outubro 2013
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009

Categories

  • Abre a roda
  • Abusos da polí­cia
  • Antiproibicionismo
  • Cartas na mesa
  • Criminalização da pobreza
  • Cultura
  • Cultura pra DAR
  • DAR – Conteúdo próprio
  • Destaque 01
  • Destaque 02
  • Dica Do DAR
  • Direitos Humanos
  • Entrevistas
  • Eventos
  • Galerias de fotos
  • História
  • Internacional
  • Justiça
  • Marcha da Maconha
  • Medicina
  • Mídia/Notí­cias
  • Mí­dia
  • Podcast
  • Polí­tica
  • Redução de Danos
  • Saúde
  • Saúde Mental
  • Segurança
  • Sem tema
  • Sistema Carcerário
  • Traduções
  • Uncategorized
  • Vídeos